MONTEIRO LOBATO E A PROBLEMÁTICA DA NAÇÃO: UM PROJETO DIALÓGICO E NEGOCIADO


Uma obra publicada durante a Segunda Guerra Mundial, que trata do universo fantástico e realista criado por Monteiro Lobato, considerada polêmica, transformou-se em dissertação de mestrado e, consequentemente, num livro. Monteiro Lobato e a problemática da nação: um projeto dialógico e negociado, da autoria do pesquisador e professor universitário paraibano Simão Farias Almeida.

O livro é fruto da dissertação de mestrado de Simão, concluída na Universidade Federal da Paraíba. Uma boa pedida para professores,  bibliotecários, amantes da literatura, filhos e netos de Lobato. Na obra de 1942, os personagens do Sítio ficam divididos em torno de um projeto para um mundo sem guerras. Emília tenta acabar com o conflito armado abaixando a chave da guerra, porém, ela escolhe a chave errada, reduzindo o tamanho da humanidade em 40 vezes, provocando novos problemas como a dependência de pequenos insetos, para se locomover e não morrer de fome, mas também a falta de perspectiva de vida diante do ataque destes mesmos insetos. Os personagens então votam num plebiscito pela permanência da situação tão trágica quanto a guerra ou pela volta do tamanho da humanidade.

“Trata-se de uma alegoria literária tão fantástica quanto trágica e realista, uma alegoria da nação brasileira durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Emília e Dona Benta aparentam ser democráticas para não se revelarem implicantes e autoritárias na disputa dos votos de outros personagens no plebiscito. Visconde,como o intelectual do grupo, muda de opinião para não ser pau-mandado de Emília, representando o livre exercício do pensamento”, afirma Simão Farias. Ele chama atenção para a mudança sofrida pela personagem boneca na obra. “Ela já foi panfletária do progresso, mas em A Chave do Tamanho defende as aventuras sem pensar na tragédia do fim do tamanho, que está muito distante do progresso. Na verdade, ela quer defender uma ordem mundial que ela criou. Neste ponto, ela continua vaidosa e geniosa”.

PERFIL DO AUTOR – Natural de João Pessoa e apaixonado pelas suas duas áreas de formação, Letras e Comunicação Social, Simão é professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Roraima (UFRR), mestre em "Literatura Brasileira" e aluno do doutorado em "Literatura e Cultura" pela Universidade Federal da Paraíba. Iniciou a trajetória de escritor em 2009, com o livro “De literatura e cinema” contendo contos, poemas e roteiros de cinema. A seguir publicou “Tramas de sujeitos e identidades” (2010), com artigos críticos sobre narrativas jornalístico-literária, televisiva e cinematográfica, além de contos com roteiros adaptados para o cinema.

Divulga Fátima Farias – Assessora de Comunicação Social da Fundação Casa de José Américo em João Pessoa-PB.

Fotos: Divulgação/reprodução.

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