EXPOSIÇÃO “LUNARES” DE THIAGO NA ALIANÇA FRANCESA DE JOÃO PESSOA

Até o dia 31 de dezembro segue aberta a Exposição “Lunares” de Thiago Trapo do Ciclo de Artes Plásticas “Jovens Talentos da Paraíba”, na Aliança Francesa de João Pessoa no bairro da Torre.

TEXTO LUNARES, DE THIAGO TRAPO - CURADOR DYÓGENES CHAVES (ABCA/ AICA)

Definitivamente, Thiago Trapo é um artista dos novos tempos... Ou melhor, é um artista contemporâneo. De fato.

Primeiro porque sua formação é diversa, sincera, natural e sua produção está vinculada aos valores atuais deste mundo tão “visual” comandado pela tecnologia da informação e da comunicação. Óbvio. Partindo de experiências vividas em que fascinação e desígnio se entrelaçaram para justificar sua dedicação à arte, ao mesmo tempo, este jovem artista também bebe da fonte que os artistas da Pop Art, dos anos 60, bebiam: o cotidiano, com seu caos estético e seus ícones da sociedade de consumo. Tudo bem.

Mas, há um detalhe: Thiago também “conheceu” os artistas do Grupo Fluxus, também dos anos 60. E aí tudo se explica. Ao tempo que o movimento Pop invadia o mundo, Maciunas, Yoko Ono, Vostell, Beuys, June Paik, Vautier e outros parceiros do Fluxus (do latim Flux, que significa modificação, escoamento, catarse) propunham uma arte participativa, coletiva, múltipla, sempre se utilizando dos meios de comunicação. Tudo muito bem.

Claro, como artista do seu tempo (novos tempos?), sua principal ferramenta é a internet. Como ele mesmo afirma: “Uso do que me circunda para atingir minhas necessidades de linguagem, busco de maneira especifica cada área para alimentar o processo artístico-visual que desenvolvo. Percebo que produzo praticamente para internet. Acho bacana porque é como se você eliminasse o atravessador, a arte atinge diretamente a quem precisa atingir.”

E Thiago, inquieto que é, passou a imprimir um dado novo à sua formação/produção. A curiosidade em conhecer o mundo (este e outros mundos) e a vida (e sua própria vida) o levou a estudar e se embrenhar também em temas da filosofia, da psicanálise, das ciências ocultas. E isto, o desejo do conhecimento nesta seara, o fez um pouco diferente dos demais de sua geração. Maravilha.

Nesta exposição, Lunares, o artista nos apresenta um recorte de sua produção com obras que, mesmo tratando de temas que ele já se debruça há algum tempo – mar, lua, misticismo, maternidade etc. –, remetem às suas experiências de pesquisador voraz daquilo que é virtual e fugaz, mas “falam” também da realidade das manifestações (e das ações) que acontecem nas ruas e praças e muros... “Gosto muito de fazer coisas na rua, é diferente, é mais vivo e visceral e, ao mesmo tempo, a história do viral se mantém viva, milhares de pessoas comprando uma ideia, ressignificando uma ideia, dialogando com ela.” Muito bom.

De fato, essas “palavras-chave” que identificam Thiago Trapo o fazem um dos nossos mais caros talentos nas artes visuais. E isso não é viral ou passageiro. De verdade.

SOBRE THIAGO TRAPO

FORMAÇÃO ACADÊMICA
           
2011
- Graduação em Filosofia, UFPB (em andamento).

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
           
2008
- Exposição coletiva “BalaParaHomemMagro”, Ksa Rock, João Pessoa-PB (expositor e organizador).
- Exposição coletiva “As cores e a criatividade”, Centro Cultural São Francisco, João Pessoa-PB.
- Mostra da produção emergente na arte contemporânea de João Pessoa, IAB-PB (Instituto de Arquitetos do Brasil).
- Exposição coletiva, CENATED (Centro Estadual de Arte).
- Exposição coletiva “Artistas do nosso tempo”, Biblioteca Central da UFPB.
  
2009
- “Projeto Arte Grátis”, ação que consistiu em expor, na rua, 10 pinturas em tela com uma mensagem indicando que o público passante poderia adquirir qualquer obra apenas pegando e levando. O objetivo do projeto visou um estudo sobre a interação entre arte e público independente de classe social e/ou condição financeira. Na Praça Antenor Navarro, Centro Histórico de João Pessoa.
- Co-fundador atuante do Holístico Extrapiramidal que realiza ações de pesquisas visuais, auditivas e intervencionistas, João Pessoa-PB.
- Exposição individual “Desconstruindo a Esotérica”, Espaço Mundo, João Pessoa-PB.

2010
- Exposição individual “Tropical 2D”, projetada com um conceito multimídia, foram expostos quadros, objetos tridimensionais fabricados artesanalmente, objetos encontrados nas ruas do Recife, projeção de vídeo do processo e conceituação da expo se misturando com influências imagéticas, objetos pessoais como livros, fotos, presentes dados por amigos queridos, textos pessoais sobre arte e/ou política e desenhos de estudo. Tudo isso para contextualizar o “espectador” num universo de força criativa. A expo foi realizada no N.A.V.E. (Núcleo de Artes Visuais Experimentais), Recife-PE.
- Exposição coletiva “Divino Sopro”, Espaço Muda, Recife-PE.
- Capa do disco da banda parahybana “Ubella Preta”. EP com quatro músicas, gravado no estúdio Mutuca, João Pessoa-PB.

2011
- Capa do guia cultural paraibano “Revista Cenário”, sob o tema de festivais de música.
- Curadoria e atuação com uma intervenção e um vídeo coletivo, com o Holístico Extrapiramidal, na Expo coletiva intitulada “V”, na Usina Cultural Energiza, durante o Festival Mundo, João Pessoa-PB.
- “Primeira Feira de Arte Ig-norante” realizada no festival de música “Derrame”, João Pessoa-PB. Participação como organizador e expositor/vendedor, juntamente com o quadrinista e também artista plástico/gráfico, Diego Gerlach.
- “1º Simpósio Internacional de Arte Contemporânea”, realizado pelo projeto “Arte na Contemporaneidade: pensamento, criação e ato”. Participação em expo coletiva no Palácio das Artes Sullen Carolini, Campina Grande-PB.
- Capa de disco da banda parahybana “Dalva Suada”. EP com quatro músicas, gravado em estúdio pessoal, em praia de Fagundes, Lucena-PB.
- Intervenção urbana “Cadêlixeiro”, desenvolvida e aplicada juntamente com o Holístico Extrapramidal, Olinda-PE.
- Participação como ilustrador/expositor no projeto “Parede Poética”, do poeta Ivaldo Gomes, realizado no festival anual “Aldeia SESC”, no SESC Centro, João Pessoa-PB.
- Exibição do curta-metragem ONZE ZERO DOIS (como diretor), no Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa-Cineport, João Pessoa-PB.
- Expo coletiva com a temática “Psicodelia”, Galeria Archidy Picado, Fundação Espaço Cultural (FUNESC), João Pessoa-PB.

2012
- Oficina de arte: Máscaras de papietagem, realizada no Serviço de Saúde Mental CAPSad, Cabedelo-PB (Ação Voluntária)
- Oficina de arte: Papietagem sobre telha, realizada através da Ação Imaginária e Sambarilove na comunidade Jardim Alfa, Cabedelo-PB (Ação Voluntária)

2013
- Oficineiro de artes plásticas no CAPSi Cirandar, referência em AD.

FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
           
2008-2010 – Curso técnico de pintura contemporânea com o Artista plástico paraibano Pádua Lucena, no CENATED (Centro Estadual de Arte).
2010 – Pesquisa autodidata relacionada à pintura, imagem e mídia.
2011 – Minicurso de Mídia e Subjetividade, UFPB.
2011-2012 – Curso de confecção de máscaras, e leituras sobre a significação da arte nas civilizações primitivas, com a artista plástica Giseli Lopes.

O Atelier de Thiago Trapo funciona na Rua Lindolfo Chaves, 106, Jardim São Paulo, Bancários, João Pessoa-PB.

Contato por telefone (83) 8716-8880 ou pelo e-mail thiagotrapo@gmail.com

Foto/arte: Reprodução/divulgação.


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