CASA CONTEMPORÂNEA APRESENTA A SEGUNDA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL MARIANA CHAVES “ÁREA 35” OU “SEGUINDO DE ONDE PAREI”

 
 
Desenho, instalação e vídeos compõem "área 35" ou "Seguindo de onde parei", a segunda exposição individual da artista Mariana Chaves com visitação até o dia 12 de dezembro, na Casa Contemporânea, em São Paulo.

SOBRE

"ÁREA 35" OU “SEGUINDO DE ONDE PAREI”
 
Existem demandas incontornáveis. Por mais que se tente evitá-las elas reaparecem e, normalmente, mais fortes.
 
Nesta segunda exposição individual Mariana Chaves continua a falar do corpo de forma engenhosa, mas agora são suas transformações e como assimilá-las que são apresentadas. Estão presentes luzes, cadeiras, tatuagens como na individual anterior, porém é tudo diferente. O corpo que antes era índice do ímpeto, da vontade, cede este caráter indicial ao pensamento; é ele que irá conduzir Mariana à uma junção corpo - pensamento, paradoxalmente através de uma racional separação em áreas numeradas (série de desenhos e vídeo “área 35”). Na sala ao lado quatro vídeos assumem uma narrativa temporal dos três anos que unem as duas exposições individuais (de Náusea, 2012, às duas mortes, duas verdades, 2012/2015; passando por Deriva e Redenção, ambos de 2015). A sala superior tem a instalação 130 bulbos; dela emanam não só a luz, mas também uma “quentura”, confortável para alguns, incômoda para outros.
 
As relações simbólicas que Mariana estabelece não são usuais, ainda que sejam mais comuns ao universo feminino; pelo menos ao que se estabeleceu como de caráter “feminino”. Colocar-se frontalmente a estas questões de gênero exige um esforço real e constante. Exige, por exemplo, perceber que um corpo é maior do que a soma de suas partes. Exige compreender que mesmo uma área fortemente simbólica para o que seria o feminino não é o feminino em si. Exige enfrentar a perda de algo simbólico não como punição e sim como afirmação do que se é. É não ter mais uma parte e tornar-se una.
 
Exposições individuais costumam serem pontos de inflexão na carreira de artistas. Usualmente associadas ao encerramento de um ciclo, onde ele faria uma avaliação do seu presente momento, carregam a ansiedade de qual caminho seguir daí em diante. Muitas vezes os trabalhos exigem tanto do artista, física e mentalmente, que ele necessita escolher outra trilha. O psicanalista Jacques Lacan dizia que a manifestação de uma demanda, de uma exigência, torna-se impossível de ser satisfeita quando ela incide sobre um objeto equivocado. É difícil perceber, ou aceitar, que escolhemos um objeto ou um caminho que não é o nosso e optamos pela insatisfação. Não é menos difícil, todavia, se deparar com algo do qual não se pode fugir ou contornar. Alguns preferem parar. Outros seguem adiante. Texto: Marcelo Salles Curador.
 
CASA CONTEMPORÂNEA
 
Espaço multidisciplinar que realiza exposições, encontros e debates sobre arte, arquitetura, urbanismo, moda, teatro e assuntos correlatos; galeria para exposições de arte contemporânea e comercialização. Uma casa que acolhe novos artistas com interesse e produção em arte contemporânea e áreas afins. Um local para discutir, ver e pensar.
 
A Casa Contemporânea está instalada em um sobrado da década de 40 que, com adaptações pontuais, transformou-se em um espaço voltado para a arte contemporânea e assuntos correlatos. O conceito é este crossover típico da contemporaneidade em um ambiente aconchegante e despojado onde as pessoas sintam-se em casa.
 
Comum na Europa, este conceito busca aproximar a arte contemporânea do público em geral através de exposições de artistas iniciantes no mercado, muitas vezes junto a artistas já consagrados. Desta forma, juntamente com os debates e cursos, a comercialização a preços convidativos é uma via de mão dupla onde os artistas divulgam sua produção e os apreciadores de arte.
 
A Casa Contemporânea funciona na Rua Capitão Macedo, 370, Vila Mariana, em São Paulo.
Contato e outras informações através:
 
Telefone - (11) 2337-3015
 
 
 




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