FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ REALIZA EXPOSIÇÃO NO MUSEU COLEÇÃO BERARDO


O Museu Coleção Berardo, de Lisboa, recebe a exposição Modernismo Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz. A mostra reúne 76 obras do acervo da instituição brasileira – uma seleção dos mais expressivos trabalhos criados por artistas brasileiros entre as décadas de 1920 e 1960.

Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e projeto expográfico de Daniela Alcântara, a exposição faz parte da itinerância iniciada em 2015, com passagens pela Pinacoteca de São Paulo; Casa Fiat, em Belo Horizonte; Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre; Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; e, mais recentemente, na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. Em Lisboa, a mostra segue em cartaz até 4 de fevereiro de 2018.

A coleção na mostra

Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz (FEQ), mantenedora da Universidade de Fortaleza (Unifor), constituiu uma das mais sólidas coleções de arte brasileira. No Museu Coleção Berardo, um dos destaques será Duas Amigas, de Lasar Segall, pintura referencial da fase expressionista do artista. A exposição percorre também os chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, apresentando obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.

A segunda geração modernista, que desponta na década de 1930, está representada por artistas como Alberto da Veiga Guignard, Cândido Portinari, Ernesto De Fiori e Flávio de Carvalho. Deste período, merecem destaque as obras de Alfredo Volpi e José Pancetti, que estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração.

"O recorte escolhido pela curadora possibilita também fazer as mais diversas associações entre a trajetória de nossos artistas e o contexto histórico e artístico internacional. Essas foram décadas marcadas por profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais em todo mundo", frisa o vice-reitor de extensão da Unifor, professor Randal Pompeu.

O núcleo dedicado à abstração geométrica – tendência dos últimos anos da década de 1940 e que se consolida na década de 1950 – abrange pintores do grupo Ruptura, de São Paulo, e artistas dos grupos Frente e Neoconcreto, ambos do Rio de Janeiro. Alguns dos nomes presentes nesse segmento são Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Luiz Sacilotto, Lygia Clark e Willys de Castro, entre outros. Dois pioneiros da arte cinética também participam desta seleção: Abraham Palatnik e Sérvulo Esmeraldo.

Modernismo Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz encerra com a produção das décadas de 1950 e 1960, revelando uma diversidade de expressões artísticas, evidentes nas obras de Ivan Serpa, Tomie Ohtake e Iberê Camargo. A mostra reúne ainda uma seleção de nomes que não aderiram a nenhum grupo da época, mas que adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular, mesclando-a com certo lirismo. Destacam-se, nessa seção, os pintores Antonio Bandeira, Maria Helena Vieira da Silva e Maria Leontina.

Para Regina Teixeira de Barros, as histórias que delineiam a vizinhança física dos trabalhos artísticos das obras proporcionam diversas possibilidades. "O olhar pode vagar de uma pintura a outra, pendurada ao lado, instalada na parede oposta ou entrevista na sala seguinte. De uma única obra, podem-se desdobrar múltiplas narrativas, que se entrecruzam, se espelham, se confundem ou se confrontam à medida que o olhar avança, retrocede, salta ou recomeça", ressalta a curadora.

SOBRE

O MUSEU COLEÇÃO BERARDO

Criado em 2006, o Museu Coleção Berardo encontra-se no edifício do Centro Cultural de Belém em Lisboa e acolhe exposições temporárias e uma coleção permanente, compostas por obras da arte moderna, contemporânea, nacional e internacional. O museu conta ainda com programa diversificado de atividades como, por exemplo, percursos pelas exposições e visitas-atelier em família. De uma forma original e pedagógica, estas atividades dão a conhecer os grandes nomes da arte nacional e internacional, como Pablo Picasso, Marcel Duchamp, Salvador Dalí, Andy Warhol, Francis Bacon, Amadeo de Souza Cardoso, Paula Rego ou Helena Almeida. Sendo um dos museus mais visitados da Europa, o Museu Coleção Berardo ocupa o 65º lugar na lista dos 100 museus mais visitados do mundo em 2016, com 1.006.145 visitantes, sendo o único museu português que entra nesta lista, de acordo com a lista que o The Art Newspaper publica anualmente.

A FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

Como poucas instituições no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo, a Fundação Edson Queiroz construiu amplo acervo de arte brasileira, sobretudo do século 20, com obras de artistas do porte de Lygia Clark, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, entre outros. A articulação entre a educação superior e as artes faz parte da essência da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde a comunidade acadêmica convive em harmonia com as artes visuais, o teatro, a música e a dança, por meio da realização de exposições e espetáculos e do apoio permanente a seus grupos de arte – Big Band, Camerata, Cia. de Dança, Coral, Grupo Mirante de Teatro, Orquestra Infantil de Sanfonas, Grupo Infantil de Flautas, Grupo Infantil de Violinos e Grupo Infantil de Piano. A Fundação mantém ainda a Biblioteca Acervos Especiais, composta por livros raros adquiridos da coleção de Francisco Matarazzo Sobrinho, aberta à visitação pública, com agendamento.

SERVIÇO:

Modernismo Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz

Local: Museu Coleção Berardo, Lisboa, Portugal

Endereço: Praça do Império, 1449-003 | Lisboa, Portugal

Período expositivo: de 27 de outubro/2017 a 4 de fevereiro/2018

Site: museuberardo.pt

Foto: Reprodução/divulgação. Legenda - Alberto da Veiga Guignard: Balões (1947) | Óleo sobre tela

Fonte: Assessoria de Imprensa Museu Coleção Berardo

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem