ARGENTINO TEC APRESENTA INDIVIDUAL NA CHOQUE CULTURAL


O caos de uma megalópole como São Paulo emaranhado a imagens e grafismos coloridos. Obras que usam a perspectiva à distância e combinam técnicas pictóricas e artifícios tecnológicos para convidar o espectador a perceber os detalhes em suas diversas camadas. Esse é o norte de Rock & Drones, exposição individual que o artista argentino Tec apresenta na Choque Cultural, entre 25 de agosto e 6 de outubro.

Com curadoria de Baixo Ribeiro e Laura Rago, a mostra apresenta ao público um recorte da produção mais recente do artista, que toma sua relação com o mundo que o cerca como inspiração para suas criações. No conjunto, cerca de 15 obras inéditas, entre telas, fotografias e vídeos que mesclam arte de rua e tecnologia.

"As telas de Rock & Drones são rebuscadas e complexas, com menos definição entre o que está em primeiro plano e o que está no fundo. Proporcionam um trânsito do nosso olhar pela superfície e também pelas profundezas de camadas que se entrelaçam, amarradas por ruas, viadutos e becos sem saída", pontua Baixo Ribeiro.

Natural de Córdoba, Tec vive em São Paulo há sete anos. Seu trabalho carrega a vantagem do olhar múltiplo de quem está dentro e fora num instante único. Já há algum tempo, é o ritmo da capital paulista que dá o tom de suas criações.

Com as telas apresentadas em Rock & Drones não é diferente. O cotidiano do bairro onde está instalado seu ateliê, a Barra Funda, surge nesses trabalhos mais recentes, em uma figuração tão caótica quanto o dia a dia da metrópole, numa combinação - nem sempre orgânica - de cenas, objetos e cores diversas.

Em Travessa Camaragibe, por exemplo, um sujeito dorme sobre o balcão de um bar. Ao seu lado, garrafas de cerveja e copos americanos, "o copinho típico do Brasil", nas palavras do artista. Já em Black Friday, o retrato de uma barraca de peixes. Pessoas, vozes e ofertas se sobrepõem umas às outras, dando ao observador a sensação de estar em meio a uma feira livre. O samba descompromissado e o churrasquinho que tomam as calçadas do bairro também aparecem em Meu único herói nessa bagunça.

"São Paulo é uma cidade gigantesca que abriga em si vários mundos. Nesta individual, levo para as telas toda a minha vivência de bairro", diz Tec. Neste movimento, o artista toma como ponto de partida o micro – as relações e interações que estabelece com os que estão ao seu redor.

Grafite e tecnologia

O artista inovou e ampliou o cenário da arte urbana com seus desenhos gigantes pintados no asfalto das ladeiras de São Paulo, fazendo uso da perspectiva à distância.

Usando o piso como suporte para seus grafites, incorporou o drone como ferramenta para a sua produção em espaços públicos de superfície plana. Séries de vídeos-drones foram criadas a partir de figuras pensadas, especialmente, para essa técnica.

Na exposição, o artista apresenta um vídeo-drone inédito, concebido a partir de uma de suas intervenções na cidade, e um stop motion, também fotografado por uma aeronave não tripulada. Mapeando a sua produção, num diálogo entre o representado e o representante, o artista expõe ainda um conjunto de fotografias, registros de seus trabalhos de rua.

"No conjunto de sua obra, seja nas telas, nos vídeos-drone ou mesmo nos murais, Tec nos conduz a pensar nas sobreposições de camadas e na percepção sequencial de sistemas de níveis. Seus trabalhos reverberam e reafirmam sua relação com a cidade, convidando o espectador a uma interação pela transgressão de escalas, do micro (in) para o macro (out)", afirma Laura Rago.

Sobre o artista

A combinação de suportes e técnicas é a tônica da obra do artista cordobês. Tec explora a ambiguidade dos espaços públicos e privados da arte, fazendo uso das mais diversas linguagens, da pintura à instalação site-specific, do grafite às intervenções performáticas, várias delas filmadas ao longo de sua execução.

Atento à função social da arte, Tec frequentemente ministra palestras e oficinas práticas, sobretudo em escolas públicas, criando narrativas que dão conta da produção feita no ambiente nacional e internacional desde a pintura rupestre até o surgimento do grafite e da pichação.

Conhecido internacionalmente pela mostra coletiva De Dentro e De Fora, realizada em 2011 no Museu de Arte de São Paulo (Masp), o artista também expôs seus trabalhos em importantes instituições de cidades como Nova York, Washington, Barcelona e as alemãs Berlim e Colônia. Em 2015, Tec realizou um dos maiores murais de São Paulo num edifício na rua Amaral Gurgel, beirando o Minhocão.

Serviço:

Rock & Drones, individual de TEC

Local: Choque Cultural

Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 250 - Vila Madalena

Abertura: 25 de agosto, sábado, das 12h às 19h

Período expositivo: de 25 de agosto a 6 de outubro

Visitação: de terça-feira a sábado, das 12h às 19h

Entrada gratuita

Fonte/Imagem-Reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa – Legenda: The edge, 2018, Tec


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