No segundo semestre, entre
17/08 e 15/11, o MAM
São Paulo realizará, com o patrocínio da Movida aluguel de carros, sua tradicional exposição bienal: o Panorama de Arte Brasileira. Dando início aos preparativos desta edição, o museu anuncia o conceito que norteará o projeto,
"Sertão", e a curadoria de Júlia Rebouças,
que desenvolverá mostra com cerca de 20 artistas.
“Para o projeto
curatorial do 36º Panorama da Arte Brasileira,
tomamos o sertão como
termo evocativo, que traz consigo afetos, formas, ideias, ficções. Suas imagens
estão presentes em toda a cultura brasileira, ainda que nenhuma delas dê conta de tudo o que pode significar. Se o imaginário
de um certo senso comum trata o sertão como
vazio e aridez, a ele confrontam-se as acepções
de resistência, vitalidade, experimentação, em processos
criativos gestados a partir de uma ordem de saberes e práticas
que desafia o projeto colonial em suas
reiteradas tentativas de submissão. De forma
alusiva, sertão refere-se a um só tempo
à arte e ao
estado daarte”, adianta Júlia Rebouças.
“Apoiar o MAM e a tradicional exposição Panorama da Arte Brasileira, que mostrará o perfil
de diversas cidades do território brasileiro, é motivo de satisfação para a Movida. Contribuir com a disseminação da arte e da cultura vai ao encontro do
nosso objetivo de proporcionar experiências enriquecedoras aos nossos
clientes”, comenta Charles Sperandio, Diretor de Marketing da Movida.
Os artistas e as ideias de sertão
Como ponto de partida, a curadora toma o termo
“sertão” para pensar práticas artísticas que não estão associadas a uma região geográfica, mas a processos que entendem a arte como instância de experimentação e resistência. A pesquisa inclui uma investigação por diversas cidades do território brasileiro, que
resultará na apresentação de obras inéditas ou
comissionadas especialmente para o 36º Panorama, trazendo uma leitura
do estado atual da arte no
Brasil.
Em viagens por localidades como Cachoeira, no Recôncavo baiano, Recife,
Brasília, Florianópolis, São Paulo, ou pelas
cidades da região do
Cariri cearense, Júlia tem se encontrado com
artistas que trazem em comum proposições criativas que apontam para
metodologias, temas, formas de engajamento, materialidades outras, que
ampliem o repertório estético e social da arte brasileira. Trata-se de uma
geração em início ou meio de carreira, cuja produção aponta para territórios especulativos que dão sentido à ideia de sertão,
além de artistas maduros com obras que merecem ser revisitadas à luz dos
debates propostos na exposição.
"Sertão",
como tema, vem sendo retratado por escritores, artistas e compositores
brasileiros há séculos, entre eles: Euclides da Cunha
(1866- 1909), Graciliano Ramos (1892-1953), Jorge Amado (1912-2001), Candido
Portinari (1903-1962), Tarsila do Amaral (1886-1973) e Luiz
Gonzaga (1912-1989). Reconhecendo esse legado, neste Panorama de ArteBrasileira, o público
encontrará uma nova visada sobre sertão, que se
afasta do folclórico e distingue-se de
representações regionalistas. A lista de artistas será divulgada em meados de
março, em apresentação do projeto
à imprensa.
Sobre a curadora:
Júlia Rebouças (Aracaju,
Brasil, 1984) é curadora, pesquisadora e crítica
de arte. Foi co-curadora da 32a
Bienal de São Paulo, Incerteza Viva (2016).
De 2007 a 2015, trabalhou na curadoria do
Instituto Inhotim, Minas Gerais. Colaborou com a Associação Cultural
Videobrasil, integrando a comissão curadora dos
18º e 19º Festivais Internacionais de ArteContemporânea SESC_Videobrasil, em São Paulo.
Foi curadora adjunta da 9ª Bienal do Mercosul,
em Porto Alegre, Se oclima
for favorável, em 2013. Realiza diversos projetos curatoriais
independentes, dentre os quais destacamos a mostra individual de Cildo Meireles
no Sesc Pompeia, São Paulo, a acontecer em 2019; a
exposição Entrementes, da artista
Valeska Soares, na Estação Pinacoteca, São Paulo, de agosto a outubro de 2018, a mostra MitoMotim,
no Galpão VB, São Paulo,
de abril a julho de 2018 e Zona de
instabilidade, com obras da artista Lais
Myrrha, na Caixa Cultural Sé, São Paulo, em 2013, e na Caixa Cultural Brasília, em 2014. Integrou o corpo de jurados do concurso que selecionou o projeto arquitetônico e curatorial
do Pavilhão do Brasil na Expo Milano 2015, concurso
realizado em janeiro de 2014, em Brasília. Escreve textos para catálogos de
exposições, livros de artista e colabora com
revistas de arte. Graduou-se em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal de
Pernambuco (2006). É mestre e doutora pelo
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Minas Gerais, com a tese “Eis
a arte: a atuação do
crítico, curador e artista
Frederico Morais”, defendida em 2017.
Fonte/Fotos-reprodução/divulgação: Assessoria de Imprensa
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