SÉRGIO E CLARICE ASSAD CONCORREM JUNTOS AO GRAMMY PRINCIPAL EM TRÊS CATEGORIAS

 

Quando se trata de música, não seria incorreto afirmar que o sobrenome Assad é um sinônimo de excelência no meio. Membros de uma vasta linhagem de músicos e compositores que já percorre algumas gerações, Sérgio Assad e sua filha Clarice são os primeiros da família a serem indicados ao Grammy norte-americano, cuja cerimônia acontece no dia 31 de janeiro de 2022, em Los Angeles.

 

O álbum “Archetypes”, projeto autoral dos brasileiros com o prestigiado grupo Third Coast Percussion, de Chicago, concorre a três gramofones na mais importante premiação da música mundial, nas categorias Melhor composição clássica contemporâneaMelhor performance de um pequeno conjunto de música de câmara; e Melhor engenharia de som de álbum, clássico. Além do ineditismo da indicação para os Assad, é a primeira vez também que artistas brasileiros são indicados ao prêmio de Composição clássica contemporânea.

 

Na visão de Clarice, as indicações carregam um valor afetivo e simbólico. “Estou muito feliz porque é um reconhecimento da indústria fonográfica ao nosso trabalho em família, mas principalmente à trajetória do meu pai, que está na estrada há 50 anos. Ele já tem dois Grammy Latino, mas é a primeira vez que recebe uma indicação ao Grammy”, afirma ela.

 

Enquanto a multi-instrumentista e cantora Clarice está entre as mais elogiadas jovens compositoras da atualidade, o pai está no rol dos maiores violonistas clássicos da história. Além de colecionar trabalhos com importantes nomes da música instrumental, como Yo-Yo Ma e Paquito D’Rivera, o músico divide com o irmão Odair o consagrado Duo Assad, em atividade desde os anos 60. Compositores ilustres da música erudita, como Astor Piazzolla, Terry Riley, Radamés Gnattali, Marlos Nobre e Edino Krieger, criaram peças especialmente para o duo, considerado pela crítica especializada um dos mais importantes do violão clássico de todos os tempos.

 

Sérgio recorda da trajetória e do talento precoce da filha, a quem foi um dos maiores incentivadores na música, com admiração. “Essa indicação é algo inesperado, mas provavelmente a realização de um sonho antigo. A minha relação musical com Clarice começou quando ela era bem pequena. Primeiramente, de forma lúdica, até eu descobrir que a partir dos seus 4 anos de idade ela podia inventar canções. Dali pra frente eu só a incentivei para que percorresse o caminho da composição e desse uma chance ao seu talento”, revela.

 

Em um meio amplamente dominado por homens, especialmente o da música erudita, Clarice tem orgulho do espaço que vem conquistando como compositora, embora este tenha sido alcançado com muita resiliência.

 

“Obviamente existe uma insistência das mulheres para existirem nesse meio. Por muito tempo eu tinha que matar um leão por dia, fazendo às vezes trabalhos que ninguém queria muito fazer, como o de arranjo ou o de escrever músicas anonimamente, em que você está por trás, mas ninguém sabe que é seu. Isso foi uma grande escola para mim, mas não é a mesma coisa que compor uma obra com a sua assinatura e que vai fazer parte do seu legado. A presença feminina entre os compositores com certeza está melhorando muito, foi um trabalho de formiguinha realizado por muitas pessoas ao longo de muitos anos”, reflete.

 

A ideia de “Archetypes” foi concebida pouco tempo depois do lançamento de “Relíquias” (2015), álbum de estreia da dupla. Vizinhos em Chicago – Sérgio vive há mais de 40 anos no exterior, passando por cidades da Europa e dos EUA, e Clarice saiu do Brasil em 1997, aos 19 anos de idade –, eles já vinham nutrindo o desejo de fazer um novo projeto juntos. O epifania veio durante um concerto do Third Coast Percussion (vencedor de um Grammy, em 2016, ao lado de Steve Reich), em que Clarice esteve na plateia.

 

“O outro álbum com meu pai, em formato de duo, foi o que gerou o desejo de trabalharmos mais vezes juntos, mas estávamos procurando algo diferente nesse projeto. Em Chicago tem um selo incrível chamado Cedille Records, que só promove música clássica e clássica contemporânea de artistas maravilhosos baseados na cidade. O dono do selo gosta de promover encontros entre os artistas e por causa dele conheci o Third Coast Percussion. Quando assisti ao vivo, fiquei muito louca, porque eles tocavam um mundo de instrumentos, com uma movimentação constante. Aí eu pensei: ‘quero trabalhar com eles’. Na época, meu pai estava querendo fazer um outro trabalho comigo e eu falei ‘vamos juntar tudo então’”, lembra a compositora.

 

O conceito do álbum, como revela o título, foi idealizado por Clarice e Sérgio em torno de arquétipos universais – padrões antigos de comportamento humano encontrados nas narrativas históricas, na mitologia e nas interações diárias dos indivíduos.

 

“Eu havia recebido um convite para escrever a música para um concerto que seria apresentado no Kaufman Hall, em Nova York, em abril de 2020. O tema era Mitos e Lendas. Como seria ao menos uma hora de música, eu pedi ajuda à Clarice. Ela não apenas concordou como sugeriu a ideia dos arquétipos”, recorda Sérgio. “Meu pai gosta muito de temática. Começamos com a ideia de mitos e lendas brasileiros, mas terminamos decidindo pelos arquétipos porque são universais. Existem centenas de arquétipos, mas todas as vezes que eu fazia a lista, chegava sempre nos mesmos 12”, completa Clarice.

 

Embora não exista um número definido de arquétipos, os 12 apresentados no projeto – evocados através de faixas que fundem música de câmara incidental com jazz latino – representam figuras distintas que soam familiares aos ouvidos, como a do rebelde, do amante, do mágico, do herói e do explorador. Inicialmente, o duo apresentou apenas quatro canções – duas de cada – aos membros do Third Coast Percussion no primeiro ensaio.

 

Entusiasmados com a proposta, os músicos se ofereceram para compor novas faixas em cima dos temas pré-estabelecidos pela dupla. No fim, os Assad terminaram assinando oito canções, enquanto os integrantes do conjunto norte-americano Sean Connors, Robert Dillon, Peter Martin e David Skidmore puderam escolher individualmente um arquétipo da lista para compor em cima. O resultado são 12 retratos musicais que destacam o domínio da guitarra de Sérgio, a versatilidade musical de Clarice e a vasta paleta de cores do Third Coast Percussion, com influências do minimalismo, do jazz brasileiro e do repertório clássico do século 19 e início do século 20.

 

Para baixar ou ouvir: http://smarturl.it/CDR201

www.cedillerecords.org/albums/archetypes

 

Faixas

 

“Rebel” (Clarice Assad)
“Innocent” (Sérgio Assad)
“Orphan” (Sérgio Assad)
“Lover” (David Skidmore)
“Magician” (Sérgio Assad)
“Ruler” (Peter Martin)
“Jester” (Clarice Assad)
“Caregiver” (Clarice Assad)
“Sage” (Robert Dillon)
“Creator” (Sean Connors)
“Hero” (Clarice Assad)
“Explorer” (Sérgio Assad)

 

SOBRE


SÉRGIO ASSAD

 

Uma das figuras mais reconhecidas do violão clássico, Sérgio Assad iniciou a carreira como um artista virtuoso no duo com seu irmão Odair. Em pouco tempo, começou a ampliar o repertório por meio de arranjos e transcrições extraordinárias e, posteriormente, desenvolveu uma voz séria e vibrante como compositor. Seus trabalhos, sempre elaborados com surpreendentes percepções adquiridas por meio de suas habilidades técnicas como músico, são frequentemente interpretados por guitarristas de todo o mundo. Assad conquistou seu primeiro Grammy Latino em 2002 com o álbum “Sérgio e Odair Assad Play Piazzolla”, voltou a vencer em 2008 e foi indicado duas vezes em 2010 como Melhor Composição Clássica Contemporânea. O músico fez parte do corpo docente do Conservatoire Royal de Musique de Bruxelas (1994-1996), do Chicago College of Performing Arts da Roosevelt University (2003-2006) e atualmente leciona no Conservatório de Música de San Francisco.

 

Site: duoassad.com

 

CLARICE ASSAD

 

A compositora, cantora e multi-instrumentista brasileira Clarice Assad possui uma voz artística significativa nos gêneros clássico, world music, pop e jazz, sendo reconhecida por seus timbres evocativos, ricas texturas e seu alcance estilístico diverso. Prolífica compositora, com mais de 70 obras no currículo, já teve trabalhos encomendados por organizações, festivais e artistas de renome internacional. Talentosa pianista e cantora inventiva, Assad lançou sete álbuns solo e participou, ou teve suas obras executadas, em outros 30. Sua premiada série Voxploration, que aborda educação musical, criação, composição e improvisação foi apresentada nos EUA, Brasil, Europa e Oriente Médio. Multifacetada, a artista é requisitada por artistas e organizações em todo o mundo e continua a atrair novos públicos tanto no palco quanto fora dele.

 

Site: clariceassad.com

Facebook, Instagram, YouTube, Twitter: @clariceassad

 

THIRD COAST PERCUSSION

 

Formada por Sean Connors, Robert Dillon, Peter Martin e David Skidmore, a Third Coast Percussion é um grupo de percussão baseado em Chicago. Vencedor do Grammy, o quarteto apresenta há 15 anos performances emocionantes e inesperadas que constantemente redefinem a experiência da música clássica, rendendo elogios no New York Times (“impressionantemente elegantes”) e Washington Post (“poder raro”), entre outros. O grupo mantém uma agenda de turnês movimentada por todo o Estados Unidos, bem como pelo resto do mundo. A Third Coast Percussion lançou mais de 60 novas obras comissionadas por compositores da grandeza de Philip Glass, Augusta Read Thomas e Devonté Hynes.

 

Site: thirdcoastpercussion.com

Facebook, Instagram, YouTube: @thirdcoastpercussion / Twitter: @thirdcoastperc


Foto/crédito: Carolina Rodriguez


Fonte: Assessoria de imprensa 

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem