O Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta a instalação artística Retromemória, trabalho da artista visual e poeta Lenora de Barros, desenvolvido especialmente para a Sala de Vidro do museu a convite do curador-chefe Cauê Alves. A instalação estabelece um diálogo direto com a obra Spider (Aranha), concebida por Louise Bourgeois em 1996, que foi exibida no MAM São Paulo por cerca de 20 anos nesse mesmo espaço, se relacionando diretamente com a área externa do museu no Parque Ibirapuera, como com o próprio Jardim de Esculturas do MAM.
"A estrutura silábica representa esses fragmentos de memória, e no caso deste trabalho, remete diretamente à memória da Aranha de Louise. A expressão na caligrafia, na projeção de luzes e reflexos, além da dimensão sonora criada, formam essa teia pelo espaço expositivo", comenta Lenora de Barros.
A Aranha de Bourgeois
Em 2017, Spider (Aranha) foi enviada pelo Itaú Cultural para a Fundação Easton, em Nova York, para averiguação e restauro, de modo a garantir a sua longevidade e possibilitar a sua exibição em espaços expositivos diversos. Um ano mais tarde, a escultura voltou para o MAM, por três meses, antes de seguir viagem para ser exibida em outros estados brasileiros. Primeiro, o Itaú Cultural a levou para Minas Gerais, onde foi vista pelo público na Galeria Mata do Inhotim. Na sequência, foi para a Fundação Iberê Camargo, em Porto
Alegre. Em 2019, seguiu para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e, ainda no mesmo ano, chegou ao Museu de Arte do Rio (MAR).
Ao todo, neste conjunto de exibições, a escultura foi vista por mais de 188 mil pessoas. O plano de prosseguir as itinerâncias em 2020, começando por Fortaleza, foi suspenso em decorrência da pandemia de Covid-19, mas continua no radar do Itaú Cultural. Enquanto espera seguir viagem, Spider (Aranha) está guardada no acervo da Coleção Itaú Cultural.
Sobre
Lenora de Barros
Artista visual e poeta, Lenora de Barros é formada em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e iniciou sua carreira artística na década de 1970. Os primeiros trabalhos criados por Lenora podem ser colocados no campo da "poesia visual" em diálogo com o movimento da poesia concreta da década de 1950. Palavras e imagens foram seus primeiros materiais.
Em 1983, LB publicou o livro Onde Se Vê, um conjunto de "poemas" um tanto incomuns. Alguns deles dispensaram o uso de palavras, construídos como narrativas fotográficas, onde a própria artista representava diferentes personagens em atos performáticos. Este livro já anunciava o trânsito de Lenora de Barros para o campo das artes visuais, o que acabou por acontecer. Desde então, a artista vem seguindo seu caminho, marcado pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.
Seu trabalho está incluído em coleções no Brasil e em vários outros países, entre eles o Hammer Museum (CA, EUA), Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (Espanha), Daros Coleção Latinamerica (Suíça), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, (Madrid). Entre as exposições mais importantes, ela participou estão: Radical Women: Latin American Art, 1960-1985, Hammer Museum, LA, Brooklyn Museum, New York-NY, USA; Pinacoteca de São Paulo-SP, Brasil; Tools for utopia, selected works from the Daros Latinamerica Collection, Berna, Switzerland; 11º Bienal de Lyon, (França, 2011); ISSOÉOSSODISSO na Oficina Cultural Oswald de Andrade (São Paulo, 2016); 4ª Bienal de Salónica de Arte Contemporânea (Grécia, 2013); 17, 24 e 30ª Bienal Internacional de São Paulo, e em 2022 estará na 59a Bienal Internacional de Veneza.
MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.
O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.
Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
Serviço
Retromemória, de Lenora de Barros
Período expositivo: De 02 de abril a 03 de julho
Local: MAM São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado
Fonte: Assessoria de Imprensa
Postar um comentário