Nos últimos 50 anos, as mulheres têm travado uma
grande luta e obtido bons resultados na busca por igualdade no mercado de
trabalho, com uma significativa mudança cultural em curso, sob a ótica de
direitos adquiridos. O empoderamento feminino está, felizmente, minimizando
preconceitos coletivos e dando espaço para o gênero se afirmar. Segundo dados
mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do
Trabalho, a participação feminina em diferentes ocupações, passou de 40,85%,
para 44%, nos últimos nove anos.
No Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de
março, vale lembrar que ainda falta muito para que elas sejam
vistas com a merecida igualdade. Claro que houve substancial melhora, mas parte
do mercado ainda enxerga a profissional com muitas restrições, principalmente
aquelas que já são mães e querem ter outros filhos.
Enquanto a consciência coletiva é moldada, de forma
lenta, a mulher pode encontrar em si mesma a solução. A resposta pode estar
no autoconhecimento. É sempre possível agregar os desafios pessoais
ao profissional e ser multitarefa, mas convém lembrar que ter a habilidade de
fazer múltiplas atividades, simultaneamente, não significa excelência. Sob este
aspecto é preciso muito treinamento, autoconfiança, e compartilhamento de
responsabilidades, afinal, as tarefas familiares não são obrigações exclusivas
delas.
Não acredito também ser humanamente possível dar
conta de tudo e penso que é preciso abrir mão de algumas coisas para poder ser
feliz. Reservar um tempinho até mesmo para não fazer nada é importante para
poder dar conta daquilo que se escolheu para cada fase da vida e daquilo que
considera importante para o crescimento e realização pessoal.
Como um aparte necessário, cito dados da Pesquisa
Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad), de 2016, que revela que
enquanto 89,8% das mulheres realizavam atividades domésticas, esta proporção
era de 71,9% entre os homens. O tempo dedicado a esses serviços também mostrou
diferença entre os sexos. A média de horas dedicadas ao serviço doméstico no
Brasil era de 16,7 horas por semana, mas as mulheres trabalhavam o dobro do que
os homens em casa, 20,9 horas semanais, em média, contra apenas 11,1 horas para
os homens.
Na minha atuação como coach de
vida e carreira, proponho sempre uma reflexão sobre o que se deseja alcançar,
as técnicas necessárias e a colaboração possível para este objetivo. É preciso
conhecer e respeitar cada fase, sem estabelecer metas intangíveis. A chave é
escolher o que almeja que seja feito por você mesma e delegar o restante, por
pelo menos uma parte do tempo. Dividindo a vida em fatias, é possível
aproveitar o sabor de todas as partes que realmente importam. Escolher do que
abrir mão é tão importante quanto escolher o que priorizar.
Seja qual for a opção, o fato é que a mulher vem
conquistando um lugar que sempre pertenceu a ela. Mesmo que o desafio seja
grande, o empoderamento será permanente.
*Léo Alves é empresário, coach de
vida e carreira e autor do livro Abismo – Quando o Fim se mostra recomeço.
Fonte/Foto-reprodução/divulgação: Assessoria de Imprensa
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