A pesquisa TIC Educação 2017 aponta,
de forma inédita, que 40% dos professores de escolas localizadas em áreas
urbanas já ajudaram algum aluno a enfrentar situações desconfortáveis ocorridas
durante o uso da Internet, tais como bullying, discriminação,
assédio e disseminação de imagens sem consentimento. O indicador passou a ser
coletado na 8ª edição da pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (22/8) pelo
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo
de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
O percentual de professores que declararam já ter
auxiliado alunos nessas situações é semelhante entre profissionais de escolas
públicas (39%) e particulares (44%), com destaque entre aqueles que lecionam
para turmas de 5º ano (41%) e 9º ano (44%) do Ensino Fundamental, assim como os
professores mais jovens na faixa etária de 31 a 45 anos (45%).
No que diz respeito a ações promovidas pela
escola, grande parte dos coordenadores pedagógicos – 76% de escolas públicas e
96% de escolas particulares – afirmou que as instituições promoveram atividades
de orientação para os alunos enfrentarem tais situações. Contudo, apenas 18%
das escolas públicas e 41% das particulares realizaram palestras, debates ou
cursos sobre o uso responsável da Internet nos últimos 12 meses. "Tal
resultado pode ser um indício de que as discussões sobre o uso seguro,
consciente e responsável da Internet são tratadas na escola de forma esporádica
e ainda não foram incorporadas com regularidade ao currículo e às atividades
extracurriculares", avalia Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Uso de computador e Internet em escolas
de áreas urbanas
A TIC Educação 2017 aponta que o uso do
computador e da Internet para a realização de tarefas escolares está bastante
disseminado entre os alunos, especialmente para pesquisas e trabalhos. Por
outro lado, os dados sobre o local de acesso evidenciam que menos da metade dos
alunos utilizam a Internet na escola. "Fica claro que grande parte destas
atividades são realizadas fora do ambiente escolar, pois apenas 37% dos alunos
de escolas públicas e 50% dos alunos de escolas particulares usuários de
Internet citam a escola como local de acesso à rede", enfatiza Barbosa.
Entre os professores, o estudo mostra que o uso
das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e
aprendizagem ainda não está totalmente difundido: solicitar a realização de
exercícios, por exemplo, utilizando o computador e Internet, é uma atividade
realizada por 40% dos professores usuários de Internet.
Entre as atividades realizadas pelos professores,
o estímulo à criação de jogos e aplicativos (2%), ou ainda, sítios e páginas na
Internet (3%), são pouco mencionados. A pesquisa também aponta diferença
significativa entre a realização destas atividades pelos professores de escolas
públicas e particulares, especialmente no que trata da interação com os alunos
pela Internet – apenas 36% dos professores de escolas públicas tiraram
dúvidas on-line, enquanto entre os professores de escolas
particulares, essa proporção é de 66%.
Acesso à Internet nas escolas de áreas
rurais
Pela primeira vez, a TIC Educação passou a
coletar dados em escolas localizadas em áreas rurais. Os resultados mostram que
somente 36% delas possuíam ao menos um computador com acesso à Internet,
percentual que apresenta variações entre as regiões: no Sul, 81% das escolas
rurais possuem ao menos um computador conectado, enquanto na região Norte a
porcentagem é de apenas 18%.
A velocidade de conexão à Internet ainda é um dos
grandes desafios ao uso das tecnologias por toda a comunidade escolar em áreas
rurais: 61% das escolas conectadas à Internet possuem velocidade de até 2Mbps,
sendo que 16% declaram velocidades inferiores a 1Mbps. Entre as escolas que
possuem acesso à Internet, 46% permitem que os computadores e a Internet da
escola sejam utilizados pela comunidade que reside próximo ou pelos familiares
dos alunos. "Observa-se que este percentual é maior justamente nas regiões
com maiores limitações à conectividade domiciliar, como é o caso da região
Norte. Nessas localidades a escola apresenta-se como espaço central para a inclusão
digital", ressalta Barbosa.
Entre as instituições que não usam Internet, a
falta de infraestrutura de acesso à rede na região é o motivo apontado por 48%
dos diretores ou responsáveis. Outro motivo recorrente é o alto custo de
conexão, citado por 28% dos diretores ou responsáveis.
Sobre:
Pesquisa
Realizada anualmente desde 2010, a TIC Educação
investiga o acesso, o uso e a apropriação das tecnologias de informação e
comunicação (TIC) nas escolas públicas e particulares brasileiras de Ensino
Fundamental e Médio, com enfoque no uso destes recursos pela comunidade escolar
e em atividades de gestão e de ensino e aprendizagem.
A coleta de dados em escolas localizadas em áreas
urbanas ocorreu entre os meses de agosto e dezembro de 2017. Foram
entrevistados presencialmente 957 diretores, que responderam também pelas
condições de infraestrutura e uso das TIC na escola; 909 coordenadores
pedagógicos; 1.810 professores de Língua Portuguesa, de Matemática e que
lecionam múltiplas disciplinas (anos iniciais do Ensino Fundamental); 10.866
alunos de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio. A partir
de 2017, a pesquisa TIC Educação passou a coletar dados relativos a escolas
localizadas em áreas rurais. Foram entrevistados pelo telefone e presencialmente
1.481 diretores ou responsáveis pela escola.
Para acessar a TIC Educação 2017 na íntegra,
assim como rever a série histórica, visite http://cetic.br/.
Compare a evolução dos indicadores a partir da visualização de dados disponível
em:http://data.cetic.br/cetic/explore?idPesquisa=TIC_EDU.
Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela
produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da
Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o
desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos,
sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
— NIC.br (http://www.nic.br/)
é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de
implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem
entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br
(http://www.registro.br/), estudar,
responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e
pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e
operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a
participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e
subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o
escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Comitê Gestor da Internet no Brasil –
CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil,
responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e
desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas
de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do
multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança
da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores
da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas
formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios).
Mais informações em http://www.cgi.br/
Fonte: Assessoria de Imprensa
Postar um comentário