Maioria dos jovens de 30 anos
sente-se frustrada em relação à vida e ao trabalho. A falta de autoconhecimento e
de reflexão dificulta o encontro com a real vocação. A prática de cada um, de
descobrir a si mesmo, permite que sejamos autores de nossa própria vida.
“Ah… 9, pois sei muito bem do que eu gosto e, mais
ainda, do que eu não gosto; nesses trinta anos a vida muito me ensinou!!”
Esta foi, infelizmente, a resposta predominante
para a questão colocada em pesquisa realizada pela Zhuo – Gestão, Inovação e
Estratégia de Marca, com entrevistas que envolveram 1.200 jovens brasileiros em
quatro praças do país, com exatos 30 anos.
Na sequência, indagamos a esses jovens de 30 anos
como eles se sentiam em relação ao momento atual de suas vidas. E
surge aí então a tragédia, o conflito: 62% alegam que estão frustrados em
relação à vida e ao trabalho, que fizeram muitas escolhas erradas
nestes trinta anos; 27% disseram que precisam se reinventar totalmente!
O estudo deixa muito claro que, nessa “longa”
jornada, as pessoas estão, na maioria das vezes, perdidas no processo de tomada
de decisão; suas escolhas foram em grande parte muito influenciadas por vários
fatores sobre os quais não estão plenamente conscientes.
Nossos pais projetam seus sonhos; nossos “amigos”
tentam nos desviar de rotas outras; as redes sociais e seus “heróis” tentam
definir o caminho; e finalmente a “escola”, que em nenhum momento (com
raríssimas exceções) provoca a reflexão sobre nós mesmos, nem mesmo no sentido
de auxiliar a encontrar a nossa real vocação!
Então, será que, efetivamente, conhecemos a nós
mesmos muito bem?!
O Universo do Autoconhecimento é
extremamente rico, desafiador, transformador e prazeroso
Lao Tsé, Platão e dezenas de outros pensadores,
passando pelos contemporâneos René Guénon e Zygmunt Bauman, entre outros,
refletiram muito sobre esta importante prática. Ao estudá-los
constatamos que o Universo do Autoconhecimento é extremamente rico,
desafiador, transformador, prazeroso e, se levado a sério, deve nos acompanhar
pelos vários ciclos de nossas vidas.
Assim como nosso corpo, sabemos que, mesmo
inconscientemente, estamos em constantes transformações emocionais, psíquicas e
espirituais! Sabemos ainda que o contexto histórico em que vivemos, o país, a
cidade, a natureza, a família, os amigos, as redes sociais, a escola, o
trabalho e a religião têm impacto considerável na nossa formação, na nossa
identidade, caráter, ética e moral.
Carl G. Jung nos traz desafios ainda maiores para a
reflexão, na medida em que afirma que estes “impactos” (estudados por ele com
base em uma centena de casos reais) consolidam no tempo os arquétipos naturais
e culturais que vão se sedimentando no universo do consciente e do
inconsciente.
Portanto, a nossa psique é muito complexa, rica;
assim, a prática de cada um, de descobrir a si mesmo é, com certeza desafiadora
e muito prazerosa. Se não a adotamos, acabamos por não sermos autores de nossa
própria vida. Nos tornamos vítimas do “destino”; e aí o rio acaba por fazer
suas próprias margens, naquele ritmo, já bem conhecido, de que a vida é quem me
leva… A consequência é a frustração quase que permanente, o arrependimento
em relação às “escolhas” feitas.
Corpo, mente e espírito
Inconformado comigo mesmo e em permanente busca,
aprendi que a caminhada do autoconhecimento passa pela tríade corpo,
mente e espírito; são interdependentes é óbvio, mas para efeito de estudo
melhor iniciar pelas partes… com o tempo enxergamos o todo.
Assim temos que estar prontos para capturar tudo o
que nos cerca sob o prisma desta tríade; e então transformar estas percepções,
intuições, em conhecimento sobre nós mesmos. Ordená-las nas nossas pastas
mentais…
Um dia, como nos ensina o Tao, elas se coagularão e
solverão no Ser. É muito gratificante vivenciar as transformações que vão
surgindo. Ficamos mais leves, livres! Passamos a tomar decisões com muito mais segurança;
somos únicos, na nossa rede social! E é isso que a enriquece!
Nunca em sua história o mundo Ocidental e parte do
Oriental ofereceram tanta liberdade para escolhermos; no entanto muitos
preferem escolher o que mandam as redes, os pais e por último as escolas!
Triste assim…
Somos guerreiros: com certeza podemos construir
nossos próprios caminhos; e o autoconhecimento nos leva a descobrir
as verdadeiras riquezas que estão no nosso interior. São elas que nos
diferenciam e que desenham, quando descobertas, a nossa verdadeira identidade.
Nossas verdadeiras limitações também são definidas nessa busca e é extremamente
importante conhecê-las, uma vez que não existe o certo ou errado; é a sua
natureza, ponto.
Por onde começar?
Por seu corpo!
Particularmente, pelas questões que o deixam mais
curioso sobre ele; aí sim vale a sua intuição, sua vivência, para selecionar a
sua busca. Veja o que se sabe sobre o cérebro, seus processos de formação. Veja
o que mais conhecer neste universo corpóreo; descubra as suas limitações
físicas, suas potencialidades, veja os campos de formação da razão, da emoção…
Naturalmente você saberá o momento certo
para escalar o próximo degrau, o da psique. Recomendo firmemente não esquecer
de Carl G. Jung. Ele dedicou uma significativa parte de sua vida estudando os
sonhos (com base em centenas de casos reais, pacientes de sua clínica). Você verá
que a análise de seus próprios sonhos, ricos em símbolos e representações,
contribui sobremaneira para o seu autoconhecimento.
Seguindo nesta trilha, lá na frente, não tenha
pressa, surgirão questões mais específicas ao universo espiritual.
Penetrá-las, ou não, dependerá de sua natureza, do grau de curiosidade
sobre você mesmo e ainda da sua relação com o Princípio… o tempo
dirá!
Por último, não nos esqueçamos dos conselhos da
mestre Marilena Chaui sobre o Trabalho do Conhecimento:
1- Lentidão e paciência: degustar bem
as hipóteses sobre você mesmo.
2- Desvendamento: perceber o que não se
sabia e aprender a acrescentar!
3- Desapontamento: suportar o instante
da ignorância, o de não descobrir, por um período, uma solução!
Acredito que a ignorância momentânea não deve
provocar ansiedade e sim vontade para seguir essa trilha; na verdade a
ignorância provoca o desequilíbrio; e esse, o movimento.
Sobre Dennis Giacometti
Consultor associado na ZHUO | Gestão, Inovação e
Estratégia de Marca
Fonte/Foto-reprodução/divulgação:
Assessoria de Imprensa
Postar um comentário