Disponível para retirada gratuita
nas salas de embarque e desembarque dos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos
Dumont (RJ), a Revista 29HORAS traz
em sua edição de agosto entrevistas exclusivas com Fabrício Boliveira (na capa
carioca) e Bárbara Paz (na capa paulista). O ator baiano, que fez sucesso como
o Roberval na novela global “Segundo Sol”, exibida em 2018, estreia nesta
quinta-feira (8) o seu novo filme, “Simonal”. O longa é sobre a vida do
cantor e apresentador Wilson Simonal, que foi um dos maiores fenômenos da
música e da mídia no Brasil entre os anos de 1960 e 1970. Já Bárbara Paz
relata em sua entrevista alguns pormenores relacionados a dois projetos em
homenagem a seu falecido marido, Hector Babenco. Confira abaixo alguns trechos
com os papos da 29HORAS com os artistas.
Edição carioca – Fabrício
Boliveira
Compromissado com o movimento
negro, Fabrício Boliveira é um ator repleto de referências,
que vão desde o candomblé até desenhos animados e a inspiração que vem das
ruas. Ele sempre procura contar histórias que realmente representem o Brasil,
apresentando fatos e a riqueza cultural de nosso povo. No dia 8 de agosto,
Fabrício estreia nos cinemas o seu novo filme, “Simonal”, protagonizando uma
cinebiografia que narra a história de um dos maiores artistas brasileiros das
décadas de 1960 e 1970. Com a promessa de abalar os espectadores, o longa
incita o debate de assuntos que poucas grandes produções têm coragem de tratar,
como o racismo, a ditadura militar e o caos que as “fake news” podem causar.
“Simonal foi um grande artista, talvez um dos maiores da história do país. E
por fim, um grande injustiçado”, comenta Fabrício.
Quem conheceu Simonal soube de
sua triste história, que foi de um sucesso aparentemente inabalável até o
boicote absoluto. Na época, seus discos vendiam tão bem ou até mais do que os
de Roberto Carlos, e ele era considerado uma das maiores vozes do Brasil, sendo
o primeiro cantor negro a fazer sucesso sem ser um sambista. Mas as falsas
acusações a esse que era considerado o mais carismático artista brasileiro, de
que ele era informante para agentes da ditadura militar, acabaram com a sua
carreira – e também com o seu espírito. Boicotado e entristecido, ele teve
problemas com a bebida, vindo a óbito no ano de 2000, em decorrência de uma
cirrose hepática. “O filme sobre a história de Simonal nos dá a oportunidade de
olharmos para o passado e pensarmos no que está por vir”, reflete.
Defensor árduo da arte, Fabrício
afirma que essa linguagem é um dos caminhos para a reconstrução da realidade.
“Há uma riqueza de fábulas, histórias e realidades no Brasil. Chegamos no
momento em que é preciso também perguntar quem está querendo conta-las”,
declara. O artista lamenta a falta de diretores e roteiristas negros nas
grandes produções nacionais e acredita que tal fato reforçou muitos
estereótipos, inflando o mercado com filmes de violência nas favelas. “Já está
saturador ver negro de tênis Nike com arma na mão. Não aguentamos mais ver esse
tipo de retrato. Claro que devemos falar de violência, porque vivemos uma
realidade superviolenta, mas é preciso trazer outras linguagens e outras
poéticas. Algo que o movimento negro exige é o protagonismo. Com ele vem a
possibilidade de renovarmos a nossa arte”, diz.
O ator ainda faz uma outra
crítica ao cinema nacional, que é a de optar por roteiros que “copiem” o que
vem de fora, ao invés de apostar em novas poéticas, investindo na pluralidade e
riquezas de detalhes do povo brasileiro. Para ele, a preferência pela imitação,
como os roteiros engessados com clichês americanos e personagens que parecem
viver no cotidiano de uma cidade europeia, é “reflexo de um país que ignora a
sua história, não dá valor para a sua gente e desacredita da sua capacidade.
Precisamos ver desabrochar histórias de outras fontes, não podemos mais ficar o
tempo inteiro revalidando aquilo que foi estereotipado pela cultura ocidental.
É aqui que está sendo produzido o novo, mas ainda precisamos entender isso”,
finaliza o ator.
Edição paulistana – Bárbara Paz
Bárbara Paz vive um momento
especial de sua carreira. Apresentadora do programa “A Arte do Encontro”,
exibido no Canal Brasil, ela também está envolvida em dois projetos que são
homenagens ao marido, Hector Babenco, falecido em 2016. O primeiro é o livro
“Mr. Babenco – Solilóquio a Dois Sem Um”, lançado no dia 13 de julho e que traz
poemas e conversas da atriz com o cineasta durante os nove anos que estiveram
juntos. O outro é o documentário “Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer:
Parou”, que estreia em outubro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e
que entrou na seleção oficial do Festival de Cinema de Veneza. “O filme conta a
história do Hector, esse grande homem, cineasta e poeta que lutava desde os 38
anos contra o câncer. Era o cinema que o mantinha vivo”, explica. Babenco
morreu aos 70 anos.
A atriz conta que lida com a
morte desde muito cedo. “Eu já perdi quase todo mundo na minha vida. Perdi meu
pai aos seis anos, e minha mãe quando tinha 17. O tempo traz essa maturidade, a
conscientização do que é a morte”, desabafa. Bárbara conta que, no caso do
marido, o envolvimento com as obras em sua homenagem a ajudou a enfrentar o
luto. “Foi muito bom fazer o filme e o livro, dois projetos de amor. O que você
faz depois que amou uma pessoa, com quem dividiu a vida, e fica sem essa outra
parte?”, diz. Ela destaca a experiência adquirida com a produção do
documentário, em que exerceu diversas funções e postos. “Virei roteirista,
diretora e produtora da noite para o dia. Fazer não foi apenas uma promessa,
mas uma homenagem a esse homem que eu admiro e que acreditou em mim”.
Agora seguindo em frente, Bárbara
revela alguns de seus desejos para o futuro, entre eles fazer um filme de sua
autoria que seja do gênero ficção e ter muitos filhos. “Ainda dá tempo, mas se
eu não gerar eu vou adotar, quero dar continuidade à minha vida, porque ela
passa muito rápido, por isso tento fazer as coisas que um dia eu sonhei. Eu
quero realizar tanto ainda”. Mas, apesar de suas aspirações, ela está convicta
de que quer continuar a carreira de atriz. “É o que eu nasci para fazer. Já a
direção eu adoro, porque você pode coordenar tudo como um maestro. Levo muito a
sério a direção, mas não vou conseguir viver sem atuar”.
Clicando no hiperlink Revista 29HORAS é
possível conferir a íntegra das edições de São Paulo e Rio de Janeiro.
Fonte/Foto-reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa
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