O projeto
gráfico assinado pela Project Nine para a Primavera Editorial é um dos
finalistas do Prêmio Jabuti 2019, na categoria Capa. Conduzido
por Francisco Martins, a proposta artística foi criada para traduzir,
graficamente, a história de uma violência sexual marcada pela singularidade,
estranhamento e inversão de papéis. Um Cara qualquer foi
escrito pela premiada atriz norte-americana, Amber Tamblyn e lançado, no
Brasil, pela Primavera Editorial.
O projeto do livro Um Cara Qualquer foi desenvolvido
com o intuito de interagir com leitor, mantendo um padrão visual como as
mensagens trocadas em dispositivos. “Trabalhei com a ideia de tornar simples,
algo que é muito complicado. Por abordar o tema violação, a capa
precisava representar uma comunicação rápida, segura e eficaz, tomando o
cuidado de não ativar possíveis gatilhos emocionais. O grande
diferencial, na minha opinião, reside no efeito de fazer ‘sumir’ uma das
palavras do título, fazendo com que o leitor possa se interagir”, detalha
Martins, acrescentando que a inspiração veio da frase Nem tudo é o que
parece ser. “Com esse start, apresentei a ideia para editora, que embarcou
comigo nessa aposta. O resultado foi gratificante e ter o feedback de
leitores, afirmando que o projeto faz todo o sentido para o livro, que a
narrativa visual ajuda a enriquecer o diálogo e cria pontos de tensão na
narrativa, só mostra o quanto o caminho estava certo”, salienta.
Mestre
em Design Gráfico pela Universidade Bau (Barcelona), Francisco Martins integra
o coletivo barcelonense TypeThursday. Iniciou a jornada profissional como
aprendiz no mercado editorial, em 2009; em 2011 fundou o estúdio Project Nine
Editorial. Desde então, trabalha como designer editorial com projetos no
Brasil, Espanha e Alemanha.
Sobre
o livro
Romance de estreia da premiada atriz e escritora norte-americana Amber
Tamblyn, Um Cara Qualquer (Any Man, título
original) é um livro provocativo e brutal. Combina gêneros de poesia, prosa e
elementos de suspense para dar forma às narrativas chocantes das vítimas de
violência sexual, mapeando as formas destrutivas pelas quais a sociedade
contemporânea perpetua a cultura do estupro. O extraordinário é como, com o
passar dos anos, essas pessoas aprendem a se curar, unindo-se e encontrando um
espaço para levantar as vozes. Com pontos de vistas alternados – e uma
assinatura para cada voz e experiência da vítima – as páginas crepitam de
emoção que vão do horror à empatia; e tiram o fôlego do leitor. Ousada, a obra
pinta um retrato marcante da sobrevivência e é um tributo àqueles que viveram o
pesadelo da agressão sexual.
O romance trata do tema agressão sexual de forma singular; uma narrativa
que tem causando incômodo a muitos leitores norte-americanos. No livro, o vilão
é uma mulher que atinge homens com agressões sexuais tão violentas e
perturbadoras que poderiam ter sido arrancadas de um filme de terror. As
vítimas do sexo masculino são narradores e mergulham na dor profunda de lidar
com as consequências do crime que sofreram. Em entrevista para Stephanie Merry,
editora de Booke World do jornal The Washington Post, Amber
afirma: “A arte precisa trazer conversas difíceis; eu não tenho dúvidas de que
esse livro vai incomodar muita gente, mas estou bem com isso.”
Por traz da escolha de Amber Tamblyn há o desejo de chamar a atenção para
um problema que atinge a sociedade como um todo. Há assédio sexual tanto de
mulheres quanto de homens; há vítimas e algozes nos dois lados. “E temos que
falar sobre o prejuízo humano que envolve essa violência. Pela força da
narrativa e relevância do tema, escolhemos esse romance para estrear uma
tecnologia de leitura que trará o leitor para dentro da história”, afirma Lu
Magalhães, presidente da Primavera Editorial.
Sobre a editora
A Primavera Editorial é uma editora que busca apresentar obras
inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca emancipação
social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com
Imagens: Reprodução/divulgação
Fonte: Assessoria de Imprensa
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