O II Concurso Nacional de Cacau Especial premiou sete cacauicultores de três estados
brasileiros em três diferentes
categorias: varietal, blend e experimental.
Com maior número de inscritos, a Bahia levou
também o maior número dos prêmios. Segundo colocado
na categoria varietal, há três anos o produtor
José Luís Fagundes fez um investimento em sua fazenda,
no município baiano de Igrapiúna, já mirando a produção de cacau de qualidade. “Mesmo sem a expertise que tenho hoje, eu já
acreditava nesse sonho e consegui fazer os colaboradores embarcarem nele junto
comigo. Sem eles, não conseguiríamos esse prêmio”, reconhece. Ainda no
varietal, o cacauicultor Gleibe Luís Torres, da Fazenda Mariglória, em Itajuípe, ficou em terceiro
lugar.
Outra categoria onde a Bahia recebeu
prêmio foi a blend, com a terceira colocação para Alexandre Buhr Magalhães, da
Fazenda Ouro Verde, em Maraú. “Uma fazenda é
uma empresa, precisa lucrar. E, pra isso, é preciso mudar o formato de plantio,
manejo e comercialização. Eu tento cada vez mais trazer os funcionários para
esse novo mundo”, comenta Alexandre, que celebra o prêmio e as possibilidades
comerciais que ele pode trazer.
Revelação
Destaque na premiação desta segunda edição do Concurso Nacional de Cacau Especial foi o Espírito Santo, que levou o primeiro
lugar nas categorias varietal e blend. Para Fernando Bufon, primeiro colocado
com um lote de blend do Sítio Dona Nina, em Linhares,
os cacauicultores do Estado vêm se empenhando mais em agregar
valor ao cacau. “Precisamos buscar outros mercados,
como o do cacau fino. O prêmio vai valorizar o
meu produto perante aos clientes que já possuo e também mostrará a qualidade do meu trabalho para futuros interessados”,
revela o produtor capixaba.
O Pará, que já vem se sobressaindo na produção nacional de cacau, foi o
ganhador do prêmio na nova categoria experimental, que avaliou o cacau obtido a partir de processos de pós-colheita
diferenciados e inovadores. Dona do Sítio Santo Onofre, em Medicilândia,
Cristiane Ferreira busca maneiras de aperfeiçoar suas amêndoas desde o processo
de colheita, passando por fermentação controlada e secagem cuidadosa. “Ao longo
desses mais de 30 anos sempre buscamos inovar e nos diferenciar, pois o leque
de possibilidades nessa área é muito grande. Ainda temos muito o que aprender,
mas atribuo esse prêmio à nossa persistência e dedicação”, pontua a produtora
paraense.
Neste ano, 63 produtores dos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo se inscreveram no concurso e 27 foram selecionados para as últimas etapas de
avaliação, que envolveram análise sensorial do líquor e degustação do
chocolate. “Independentemente de quem ficou em primeiro,
segundo ou terceiro lugar, todos os estados foram representados e premiados.
São todos merecedores”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do
Centro de Inovação de Cacau (CIC) e presidente
do Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial. Para a gerente do CIC e jurada técnica
do concurso, Adriana Reis, não houve vencedores
e sim premiados, pois as notas finais dos lotes ganhadores foram muito
próximas. “Alguns não entraram na lista dos premiados por apenas um décimo”, comenta
Adriana.
A maior parte da produção de cacau dos
participantes do concurso vai para a
venda em commodity, mas os produtores vêm
investindo cada vez mais na produção de amêndoas especiais, que requerem maior
cuidado no plantio, manejo, colheita, fermentação e armazenamento, e são
vendidas no Brasil e exterior como cacau fino,
com maior valor agregado, para a produção de chocolates de origem.
O II Concurso Nacional de Cacau Especial
é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau,
apoiada pela Barry Callebaut, Cargill, Dengo, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez,
Gencau (Theo) e executado pelo CIC em parceria
com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).
Confira o resultado do II Concurso Nacional de Cacau Especial:
Categoria Varietal
1 - Fazenda Guarani (ES): Ana Cláudia Milanez Rigoni –
variedade SJ 02
2 - Fazenda Pequi (BA): José Luís Fagundes – variedade PH
16
3 - Fazenda Marigloria (BA): Gleibe Luís Torres Santos –
variedade Parazinho
Categoria Blend
1 - Sítio Dona Nita (ES): Fernando Rigo Buffon
2 - Fazenda panorama (PA): Helton Gutzeit Calasans
3 - Fazenda ouro verde (BA): Alexandre Buhr Magalhães
Categoria Experimental
1 - Sítio Santo Onofre (PA): Cristiane Martins Ferreira –
fermentação acelerada
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