Um longo bate-papo e um porre à mesa de um bar com Obdulio
Varella, o carrasco do Brasil na Copa de 50. A
cobertura do primeiro casamento de Pelé. Os
bastidores da preparação da seleção brasileira em 70 e o plano liderado pelos
jogadores para convencer Zagallo a escalar o time que eles julgavam capaz de
levantar o tricampeonato mundial. Uma conversa dramática com João do Pulo à beira da depressão após a amputação da perna
mutilada num acidente. O olho clínico do jornalista observador para descobrir, no meio
de tantas estrelas já consagradas, a magia de uma menina então desconhecida
chamada Nadia Comaneci, nos Jogos de Montreal-76. As artimanhas para driblar a
vigilância de um hospital de Houston-Texas para obter uma entrevista exclusiva
com Tostão...
As aventuras, dissabores, contratempos e
truques de um repórter para enfrentar toda a
sorte de dificuldades em coberturas internacionais sem as facilidades
tecnológicas de hoje. Em Belgrado, correu risco de ser preso ao pular a janela
para entrar e sair da casa onde estava hospedado. Em Moscou, teve que confiar
numa russa que fazia câmbio paralelo de dólar numa balada para não entrar numa
fria. Nas horas de maior aflição, quando nada parecia que ia salvar sua pele,
recorreu a camisas da seleção autografadas para fazer um agrado aqui e acolá...
Minha Vida de Repórter não
é um livro de memórias, tampouco uma
autobiografia do jornalista José Maria de Aquino. A obra, que em 388 páginas reúne um fabuloso compilado
de fatos reais vividos por ele ao longo de mais de quatro décadas de
reportagem, é uma aula de jornalismo. E uma demonstração de amor pelo ofício de
contar histórias.
Boa parte do conteúdo fora redigido por anos a fio sem a pretensão de um dia
virar livro. Aquino guardava
seus escritos como um tesouro de família, que ele pretendia deixar de herança
apenas para a mulher, Kátia, seus filhos e netos. Até que, perto de comemorar
87 anos de vida, foi convencido pela Letras do Brasil a compartilhar suas pequenas joias em formas de
crônicas da realidade com uma legião de admiradores, amantes do esporte e todos os jovens que sonham com a profissão
de jornalista. A estes restará a certeza de que
escolheram uma profissão fascinante - e ao mesmo tempo desafiadora. Para
a vida de um repórter não
há manual de instruções. É preciso doses diárias de coragem para enfrentar o
desconhecido e firme convicção para caminhar ao lado da verdade, da ética
e do compromisso com a informação. Vale
aprender com José Maria de Aquino, um mestre na arte do rigor
da apuração bem feita e um especialista em técnicas de entrevista que não se
ensinam nas escolas de jornalismo.
Além dos capítulos que narram as histórias vividas pelo autor em 40 anos de atuação nos
principais órgãos da imprensa brasileira (entre eles, Revista Placar, jornais O
Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, e a Divisão de Esportes da Rede Globo de
Televisão), Minha Vida de Repórter apresenta, num formato inovador, um caderno de
reportagens. Nele estão transcrições fieis aos trabalhos originalmente
publicados pelo autor nos veículos por onde passou.
O livro tem a
organização do jornalista Nelson
Nunes. O prefácio é escrito pelo jornalista Milton
Neves - que, com Aquino, divide a primazia de ser um
dos mais representativos documentaristas da carreira, vida e
obra de Pelé. "José Maria de Aquino é um acervo vivo da memória do futebol brasileiro e conhece esse negócio como poucos. É
um jornalista puro, um repórter 100%
verdade", diz Milton Neves.
Como um inventário de mais de cinco décadas de
profissão e quase 90 anos de vida, Minha Vida de Repórter é um legado que José Maria de Aquino deixa para
a memória do futebol brasileiro.
Uma obra fundamental para quem quer entender o presente conhecendo o passado
daquele que foi um dia o chamado "País do Futebol".
Sobre o autor - José Maria de Aquino é jornalista e advogado. Nasceu em 18 de agosto de 1933, em
Miracema (RJ). Sua carreira como jornalista foi
iniciada em 1966, no extinto Jornal da Tarde,
como repórter. No mesmo
ano, ganhou o Troféu Pena de Ouro da Aceesp (associação dos Cronistas
Esportivos do Estado de São Paulo), com a
matéria "Filpo, um amor antigo", assinada em parceria com
Milton José de Oliveira. Também no JT conquistou, ao lado do fiel
companheiro Michel Laurance, o Prêmio Esso de Jornalismo em 1969, com a
reportagem "O jogador é um escravo", reproduzida no livro. Em 1970, foi levado pela Editora Abril para integrar a
equipe de redação que fundou a Revista Placar. Deixou a revista em 1982, para
comentar na TV Globo a Copa de 82, na Espanha. Fez carreira de sucesso na
emissora até chegar a chefe de redação do departamento
de esporte em São Paulo, período em que foi responsável pela formação de
diversos talentos da empresa. Também atuou com destaque no jornal
O Estado de S.Paulo e prestou consultoria para a implantação do canal SporTV. Aos 87 anos, ainda mantém seu DNA
de repórter e comentarista com trabalhos
publicados no Portal Terra e no site No Ângulo, além de
suas redes sociais. Torcedor do São Paulo, é um
crítico ferrenho do jogo robotizado dos dias
atuais e emérito defensor do futebol-arte.
Fonte/Foto-reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa
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