COVID-19
O ano de 2020 foi marcado pela
pandemia provocada pela COVID-19 e repercutiu diretamente na arquitetura
e no design. Apesar de grandes exposições europeias que apontam
as tendências serem adiadas para 2021, percebemos que novos
hábitos impactaram no design de interiores, mobiliário e
principalmente, numa nova visão do que é o mundo do trabalho
e o morar.
O que ficará
e o que desaparecerá?
A primeira questão é que muitos
profissionais tiveram de adaptar seu espaço externo de trabalho na própria
residência. O morar e o trabalhar exigiram novos
paradigmas no design e na arquitetura e ainda, pelo próprio
cenário da quarentena, muitas pessoas começaram a transformar seus ambientes
também em espaços de relaxamento, descompressão e até encontrar novos
locais para aumentar a presença de áreas verdes tais como jardins,
hortas, vasos e floreiras.
Estudos apontam também que houve
um aumento da produtividade. Existem dois fatores interessantes: o primeiro
relacionado ao tempo destinado aos deslocamentos e congestionamentos das
grandes metrópoles que foram transformados em horas mais
produtivas. O segundo fator foi a descoberta de muitos serviços por aplicativo
chegando pela intensificação das compras pela Internet e ainda, as
inúmeras vídeo-reuniões e interações produtivas realizadas de forma remota, as
quais não tiveram qualquer prejuízo perante as presenciais. Com
isso, o espaço de morar ganha momentos significativos os quais
muitos profissionais nunca tiveram ciência. No design, percebe-se uma
procura crescente por móveis compactos e flexíveis, ou seja,
durante o dia é a estação de trabalho. Terminada a
jornada, o móvel se transforma ou oculta o pequeno
escritório.
Além disso, os estudos mostram que trabalhar
em casa pode melhorar significativamente a qualidade de vida, além de ser uma
escolha realmente sustentável atrelada às macrotendências do século
XXI. Esta crise mostrou às empresas que novas modalidades de trabalho
são válidas mesmo de forma remota. Uma das tendências observadas
é o encolhimento dos espaços empresariais e prestação híbrida de
serviços presenciais e remotos, sem qualquer prejuízo de qualidade.
Com isso, os móveis devem ser cada
vez mais confortáveis e ergonômicos. Quanto ao armazenamento de documentos de
diferentes áreas profissionais, a cultura da digitalização veio para ficar.
Os documentos em nuvem, publicações e certificações digitais impactam
diretamente no armazenamento físico e ainda, facilitam o acesso
de forma remota.
O design e
a barreira sanitária
Outra tendência é que o hall
de entrada, antes uma recepção decorada com espelhos, arte, tapetes e
acessórios torna-se protagonista de um processo de higienização doméstica.
Além da decoração, surgem móveis diminutos para acolher calçados,
máscaras, vestuário, álcool gel, toalhas descartáveis e outros
complementos que garantam uma barreira sanitária entre o espaço externo
e a casa.
Os novos materiais de revestimento e
superfície também ganharão cada vez mais destaque permitindo maior
resistência à propagação de germes, vírus e bactérias por estruturas
de nanotecnologia e até alguns com propriedades auto limpantes,
No design de cozinhas,
lavanderias, lavabos e banheiros, dispositivos de automatização de
equipamentos serão incorporados por meio de sensores,
evitando-se o contato físico com os mesmos, assim como o acionamento
de torneiras ou dispositivos funcionais ancorados em superfícies (bancadas,
paredes, piso e teto).
Quantas mãos
tiveram contato com botões de elevador e maçanetas?
Hoje, o acionamento de
comando por voz é uma realidade em muitas casas, evitando-se cada vez
mais o toque em superfícies e botões. A tendência é a intensificação desta
tecnologia no design não só de uma residência como em
edifícios residenciais e comerciais. No design assistivo, é uma
macrotendência uma vez que pode auxiliar pessoas idosas que vivem
sozinhas a solicitar uma ajuda.
Menos é mais
Novos olhares sobre o meio-ambiente
e a sustentabilidade implicaram em mudanças significativas no cotidiano
e no universo do consumo. A percepção muda em relação aquilo que era
comprado e até que ponto gerava valor.
Será que após o período
de pandemia, onde os olhares se detiveram em processos de produção e
fabricação, as pessoas teriam coragem de consumir um produto produzido de forma
irresponsável impactando o meio-ambiente?
Esta macrotendência é chamada de “A
Nova Tendência na Sustentabilidade”. O conceito dos 5Rs do produto
as fronteiras e impacta diretamente nos negócios e no design.
Concluindo, a pandemia também foi um
momento de descobertas: podemos viver muito bem com menos. Novas ferramentas e
dispositivos foram criados para facilitar a nossa vida e com isso,
começamos a avaliar o propósito de habitar, viver e trabalhar e com
isso, um design funcional, estético e adaptativo.
Marcia Holland - Graduada
em Arquitetura e Urbanismo, Mestre e Doutora em Arquitetura e Urbanismo;
Realizou inúmeros cursos de aperfeiçoamento na Universidade de Harvard (EUA),
Universidade de Montreal (Canadá), Universidade de Salamanca (Espanha) e na
State University of New York (EUA) e ainda Inteligência Artificial; É
professora no Centro Universitário do Instituto Mauá de
Tecnologia - IMT - Escola de Engenharia - Curso de Design; Escola de
Engenharia e Escola de Administração etc.
Sobre o Instituto
Mauá de Tecnologia
O Instituto Mauá de Tecnologia -
IMT promove o ensino científico-tecnológico há 58 anos, visando
formar recursos humanos altamente qualificados. Com dois campi localizados em São Paulo
e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro
Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário
oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia. Na pós-graduação, são oferecidos
cursos de atualização, aperfeiçoamento, especialização (MBA) nas áreas de
Gestão, Design e Engenharia. O Centro de Pesquisas
desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e
atua como importante elemento de ligação entre as empresas e a academia.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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