Um dos assuntos mais falados de 2020
foi o comércio eletrônico, devido à covid-19. Com a mobilidade mais restrita
por conta do receio de contágio, houve um aumento expressivo, muito maior do
que seria normal, nas compras online. Muitas pessoas que não tinham o hábito de
fazer compras pela internet, ou o faziam raramente, passaram a ser e-consumidores mais
regulares. Os que já faziam, aumentaram a frequência de consumo pela rede.
O ponto em comum em tudo isso:
qualquer compra no comércio eletrônico acontece por meio de uma plataforma de e-commerce.
Mas antes de entrar mais diretamente
no assunto da plataforma, cabe dizer que só é considerada uma transação
de e-commerce aquela em que todos os passos ocorrem eletronicamente,
inclusive o pagamento. E às vezes até a entrega, no caso de um
produto digital, como um e-book, por exemplo. Aquele produto
que você viu pela rede social, entrou em contato com o vendedor, combinaram o
negócio, você transferiu o dinheiro pelo home-banking e mandou
o comprovante por e-mail não é e-commerce, ok?
Ou seja, a plataforma é um
software que funciona na nuvem e pela internet, baseado num endereço
www (URL). Unifica num só sistema todas as funções de uma transação
de comércio eletrônico e isso permite que você não tenha que usar
várias ferramentas para fazer uma compra à distância. Tudo que
precisa está nela: vitrines, organização por departamentos, informações dos
produtos (com fotos, descrições, vídeos), formas de pagamento, transportadoras
etc. De quebra, permite que os compradores se cadastrem, facilitando
compras futuras. Portanto, ela faz com que uma transação de comércio
eletrônico aconteça de fato. É o coração do e-commerce, que
não acontece sem uma plataforma.
Uma dúvida comum a todo
empresário iniciante no e-commerce é saber qual tipo de plataforma é
a ideal para ele. Essa não é uma resposta direta, vai depender
de uma série de fatores. Mas aqui temos algumas perguntas básicas:
1 - A empresa deseja ter uma loja
virtual própria? Isto é, quer ter um site onde funcione uma loja
virtual com todos os recursos para compras online?
2 - Ou um site próprio não é necessário
(ao menos no início)?
Bem, se o caminho é na pergunta 2,
existem as alternativas de marketplaces e plataformas
“C2C”, que provem toda a estrutura a quem queira vender online. Mas esse é um
assunto para um próximo artigo.
Nesse vamos responder a quem deseja
seguir na estratégia da pergunta 1. Temos três tipos de plataforma,
cada uma adequada a uma realidade.
Plataforma Própria
É aquele site de comércio eletrônico
desenvolvido e mantido pela empresa, que o constrói do zero.
Logicamente, é direcionado para grandes empresas, que normalmente têm
recursos e pessoal para esse desenvolvimento. Pois é um projeto de
software, que, aliás, é complexo. A vantagem é que a empresa pode fazer uma loja
virtual com tudo que precisa. A desvantagem é o tempo de construção e disponibilização.
Plataformas de
Código Aberto
Existem vários módulos de e-commerce que
se podem baixar na internet e usar para fazer uma loja
virtual. Por exemplo, Magento, Wix, OpenCart etc. Apesar de ter um custo
praticamente zero, deve-se ter algum conhecimento técnico para configurar e botar
para rodar, assim a empresa pode ter de contratar profissionais especializados.
Além da vantagem do custo zero, esses sistemas costumam ser altamente
customizáveis e com muitos módulos (alguns pagos) para acoplar ao
sistema para uma infinidade de funções. A grande desvantagem é a
dependência de serviços de terceiros e uma certa limitação, se
comparado aos outros tipos. Indicado para quem tem um orçamento apertado (às
vezes, inexistente).
Plataformas
Licenciadas
Há empresas que têm plataformas e licenciam
seu uso a quem quer ter um e-commerce. Os sistemas já estão prontos, têm
os recursos básicos e avançados e já te possibilitam a
integração com os principais meios de pagamentos, transportadoras e outros
sistemas, como ERPs e CRMs. Basta o lojista contratar, fazer os
cadastros dos produtos e configurações básicas e começar a
usar, pagando taxas mensais fixas, por venda, acessos (ou combinação disso
tudo) à empresa que licencia a plataforma. Vantagens: rapidez de
implantação, despreocupação com aspectos técnicos, que ficam a cargo da empresa
dona da plataforma e possibilidade de customização.
Desvantagens: atualizações e evoluções também são pela empresa
da plataforma, o que pode limitar o lojista.
Assim, cada perfil de empresa se
enquadra num tipo acima de plataforma. Pode-se também ir passo a passo,
começando com uma plataforma de código aberto, passando
para uma licenciada e, quem sabe, uma plataforma própria.
Tudo depende da estratégia da empresa.
Antes de escolher, o empresário tem
que pesquisar as várias formas e os fornecedores. Ver quais os
recursos que cada uma vai lhe dar, pontos fortes e fracos,
preços, conversar com outros usuários para saber o nível do serviço, enfim
pesar uma série de critérios e então optar por uma.
Não é uma decisão que se tome de um dia para outro. Afinal, não há
marketing digital que dê jeito em uma loja virtual que funcione
em uma plataforma com poucos recursos.
E por fim, não existe a
melhor plataforma. O que existe é a plataforma mais adequada
para a empresa.
Autor: Luciano Furtado C.
Francisco é professor do curso de Gestão do E-commerce e Sistemas
Logísticos do Centro Universitário Internacional Uninter.
Foto:
Reprodução/divulgação
Postar um comentário