PROJETO “FOGO” DO ARTISTA LUCA BENITES GANHA REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

 


Luca Benites, atualmente vivendo em Barcelona na Espanha, é um dos artistas  mais promissores da arte contemporânea na atualidade.  Nome de destaque na arte contemporânea, chocou o mundo ao incinerar toda a sua produção artística, desenvolvida ao longo de quase 20 anos de trabalho. Há dois anos, suas 298 obras, entre quadros e esculturas, foram  levadas para um terreno na Áustria e viraram combustível de uma enorme fogueira que, após sete horas, se reduziu a cerca de dez litros de cinzas.

A medida radical, registrada em livro e em um documentário em vídeo, foi realizada em meio a um “processo pessoal e espiritual”, de autoconhecimento e renovação, vivenciado pelo artista, e deu origem ao projeto “Fogo”. Nele, Luca desenvolve esculturas, semelhantes a gotas e ampulhetas, carregadas das cinzas de suas próprias obras — e que propõem reflexões em relação à passagem do tempo.

O brasileiro, que já expôs suas obras em importantes museus e galerias mundo afora, ganhou ainda mais destaque  ao queimar todo seu acervo produzido ao longo de 18 anos de trabalho. Uma performance artística que divide opiniões, mas que funcionou como uma espécie de reflexão para seus próximos passos e encaixou-se perfeitamente bem em um cenário de pandemia como o que estamos vivenciando, onde a concepção do tempo a nível mundial mudou.  
 
O projeto Fogo era uma inquietação pessoal, do Luca como pessoa, uma necessidade de mudança. Depois de resolver todas as pendências para que a queima ocorresse, questões de logística o levaram a realizar o projeto na propriedade de uma amiga no povoado de Ebnit, na Áustria.
 
Com ele, Luca procurava propor uma reflexão sobre a passagem efêmera do tempo, como a humanidade o utiliza no dia a dia e a importância dedicada à rotina. As cinzas que resultaram das obras queimadas, foram usadas pelo artista em diferentes formatos, um deles como ampulheta de areia mas com cinzas. O projeto se estendeu para um documentário que será lançado em breve, registrando toda a ação e em um livro com todas as obras queimadas e as criadas com as cinzas.
 
Para Luca, a queima representou uma depuração em sua vida profissional, que foi levado para o âmbito pessoal também. Suas inspirações, anteriormente ligadas mais à arquitetura e a configuração das cidades, deram espaço para um entendimento mais amplo e muito mais livre em suas criações, suas inspirações e ao uso de materiais. Mesmo sendo realizado em 2017, a mensagem proposta por Luca com este projeto, continua muito atual. Neste momento de grande incerteza sobre tantos assuntos, a frase utilizada pelo artista repetidamente durante a realização do projeto, encaixa perfeitamente neste novo cenário: “Estamos realmente vivendo ou sobrevivendo?”
 
“Depois de queimar todo meu trabalho de anos, comecei a questionar como meu tempo era gasto. Tenho essa inquietação há muito tempo. É lamentável que tenha ocorrido uma pandemia mundial para que as pessoas conseguissem enxergar isso”, comenta o artista ao ser questionado sobre a relação desta obra e o atual momento do mundo.  
 
“Documentar, acumular, queimar, destruir e reorganizar. Situações que nos levam a novas considerações e nos aproximam de nossa única certeza. Essa certeza de que um dia o mesmo caminho marcará um ponto final nesta jornada que é viver.” Fragmento do texto escrito pelo o artista durante o Projeto “Fogo”.  
 
Em 2020, em uma viagem ao Deserto do Atacama, o artista finalizou este projeto ao se encontrar com o vazio físico e real, e finalizar assim esta etapa pessoal que durou quase 4 anos. Hoje em dia, seus delineamentos  funcionam de forma diferente. “Meu processo de criação tem sido mais lento que antes, porém mais preciso. Ainda sim estou com vários projetos. Minha concepção de tempo é diferente do tempo normal, do tempo cronológico. O conteúdo do trabalho tem que ser tão ou mais importante que a peça em si mesmo, ambos se complementam, hoje eu entendo isso. Minha obra vai refletir o meu momento presente, sempre. O projeto fogo me liberou dessas correntes, agora me sinto mais capacitado e livre para questionar outras coisas e seguir este eterno processo de autoconhecimento expressado através da arte. Eu sinto que tenho o pleno controle do meu tempo e é o que todas as pessoas deveriam ter. Esse projeto veio me iluminar e iluminar outras pessoas”,  finaliza.
 
Seu contato com o mundo das artes já acontecia desde 1998 quando começou a pintar. Formou-se em arquitetura no Uruguai, país onde morou por 15 anos. Em 2010 mudou-se para Barcelona para se dedicar à carreira de artista. Tem mais de 70 exposições internacionais em cidades de todo o mundo. Seu trabalho faz parte de coleções como o MAC – Niterói, Parque de Esculturas ALMA (Quinta Pedras de Rio) em Portugal, Parque de Esculturas da Fundação Pablo Atchugarry em Punta del Este, Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Centro Cultural KAVLIN de Punta del Este, Centro de Arte Contemporânea Piramidón em Barcelona, entre outros.
 
Mas, uma das conquistas mais importantes da carreira do artista chegou agora. Luca Benites é o mais jovem expositor da renomada Dan Galeria (São Paulo, Londres e Portugal), galeria com quase 60 anos de história e com enorme trajetória dentro do mercado de arte mundial.  
 
“É uma oportunidade única estar ao lado de nomes como Tony Cragg, Anish Kapoor,  Jong Oh, Denise Milan e vários artistas que fazem parte das minhas referências. Sem dúvida pra mim é quase um sonho, uma coisa que eu esperava algum dia chegar, só não pensava que seria tão cedo. Estou super grato por tudo. A entrada na Dan é um ponto fundamental para minha consolidação tanto no Brasil quanto pelo mundo”, comenta.
 
Novos projetos
 
Atualmente, Luca Benites está com alguns trabalhos em andamento. Entre eles estão o projeto de uma grande instalação que conta com 99 esculturas chamado NEXUS e que será inaugurado no novo espaço expositivo da DAN Galeria em Sao Paulo, um filme sobre sua trajetória previsto para ser finalizado no final de 2022, um livro sobre o vazio, o desenvolvimento do projeto “Vento”, tudo isso em paralelo à sua atuação como diretor de um empreendimento artístico e cultural em Portugal. Resta aguardar o que esse artista polifacético tem ainda para oferecer ao mundo. Boas novidades virão!
 
Sobre Luca Benite
 
Artista e arquiteto. Mora em Barcelona desde 2010 e trabalha entre a Europa, América Latina e Estados Unidos. Luca Benites é representado pela DAN Galeria (São Paulo). É formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade ORT (Uruguai), Mestre em teoria e prática de Projetos pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Politécnica de Catalunha (Espanha) e Mestre em Produções Artísticas e pesquisa pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (Espanha). Em 2017 queimou toda sua produção artística de quase 20 anos de trabalho com a finalidade de depurar sua linha de pensamento e também para gerar reflexões sobre o valor do nosso tempo.

Confira mais sobre o artista em www.lucabenites.com

Fonte/Fotos: Assessoria de Imprensa 

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