A Fundação Bienal de
São Paulo anuncia a lista completa de artistas participantes
da 34ª Bienal - Faz Escuro mas eu
canto, composta por 91 nomes (sendo 2 duos e 1 coletivo) de 39 países. A edição, iniciada em
fevereiro de 2020, vem se desdobrando no espaço e no
tempo com programação tanto física quanto on-line, e culminará
na mostra coletiva que vai ocupar todo o Pavilhão Ciccillo Matarazzo a partir
de setembro de 2021, simultaneamente à realização de dezenas de exposições
individuais em instituições parceiras na cidade de São Paulo.
Entre os artistas desta
edição, há representantes de todos os continentes (exceto a Antártica). A
distribuição entre mulheres e homens é
equilibrada, e cerca de 4% dos artistas identificam-se como não-binários. Esta será,
ainda, a Bienal com a maior representatividade
de artistas indígenas de todas as edições com
dados disponíveis, com 9 participantes de povos originários de diferentes
partes do globo (aproximadamente 10% do total). Jacopo Crivelli Visconti,
curador geral desta edição, comenta o processo de construção da lista de artistas convidados:
"Desde sua concepção, e com um sentido de
urgência ainda maior após os acontecimentos dos últimos meses, a 34ª Bienal busca estabelecer pontes entre obras e artistas que refletem
múltiplas cosmovisões, culturas e momentos
históricos. O processo de colocar em relação e ressonância
todas essas vozes foi intenso e estimulante,
vivificando um dos conceitos de Édouard Glissant que mais nos inspirou nesse
caminho, o de que falamos e escrevemos sempre
na presença de todas as línguas do mundo".
A lista de novos
nomes anunciados está disponível aqui .
A lista completa de artistas participantes
está disponível aqui .
Para além da abertura da exposição principal da
34ª Bienal, o ano de 2021 é, ainda, uma data
importante para a realização das Bienais de São Paulo por marcar o aniversário
de 70 anos da 1ª Bienal (1951). "Ao longo
dos últimos 70 anos, as Bienais de São Paulo adaptaram-se aos tempos, e é justamente sua capacidade de mudança e sua abertura ao novo que asseguraram que a mostra
mantivesse sua relevância artística e cultural.
A 34ª Bienal de São Paulo, de alguma forma,
simboliza isso: face a tempos desafiadores, encontramos maneiras de nos mantermos
fiéis à proposta desta edição sem, no entanto, ficarmos presos em ideias e projetos que haviam perdido sua pertinência no novo
contexto global. No último ano, intensificamos nossa programação digital e descobrimos novas
maneiras de nos conectar com o público, às quais pretendemos dar continuidade
nas próximas edições. A realização do catálogo digital tenteio é, sem dúvida, uma das
iniciativas que não estavam previstas no projeto inicial, mas não apenas estão
de pleno acordo com ele como também são capazes de expandir seu alcance",
afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo.
Catálogo digital tenteio
Com mais de 130 publicações ao longo de 70 anos
de história, a Fundação Bienal realiza pela
primeira vez um catálogo inteiramente digital para uma Bienal de
São Paulo. A publicação compõe uma narrativa
visual e textual formada por contribuições dos
91 artistas participantes da 34ª Bienal, elaboradas exclusivamente para a ocasião. Diante dos
desenhos, fotografias, poemas e textos
compartilhados pelos artistas, Elvira Dyangani Ose
(editora convidada da 34ª Bienal, em colaboração com
The Showroom - Londres), e Vitor Cesar
(designer e autor da linguagem visual desta
edição) se debruçaram sobre a realização de um catálogo que
refletisse as poéticas de ensaio aberto e de
"relação", preceitos norteadores para a curadoria da edição. Seu
conteúdo será incorporado ao catálogo impresso
da mostra, a ser lançado em setembro de 2021.
Em texto curatorial que conclui a publicação, a
editora Dyangani Ose discorre poeticamente sobre o processo de criação da
mesma: "Passo meses movendo essas imagens de um ponto da narrativa a
outro, criando histórias na minha cabeça. Nenhuma delas é uma história real
para contar; não há tal história. Se tanto, há um conjunto de condições
possíveis para que a exposição possa emergir; a soma de uma miríade de
conversas buscando construir momentos, gestos tentativos, tenteios".
Assim como a própria exposição, o título do catálogo, tenteio, também é inspirado na obra do
poeta amazonense Thiago de Mello, que completa 95
anos em 2021. Sobre a escolha do título da publicação, Paulo Miyada, curador
adjunto da 34ª Bienal, afirma: "Em 1983, Thiago
de Mello publicou Arte e ciência de
empinar papagaio, um ensaio sobre essa prática ancestral, que segundo ele,
alcançou inequívoco grau de elaboração entre jovens e velhos
mestres de Manaus. Empinar papagaio é jogar com o vento, dançar com o
intangível, arriscar-se em manobras como a trança, a peleja, o relo. Ou o
tenteio, que consiste em puxar e soltar
rapidamente a linha, fazendo a pipa oscilar no ar, testando seu peso,
suspendendo o movimento, desviando a rota, despistando o adversário".
A publicação pode ser acessada aqui .
34ª Bienal de São
Paulo - Faz escuro mas eu canto
Exposição Faz escuro mas eu canto
4 de setembro a 5 de dezembro de 2021
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera
Entrada gratuita
Equipe curatorial
Curador geral: Jacopo Crivelli Visconti
Curador adjunto: Paulo Miyada
Curadores convidados: Carla Zaccagnini, Francesco
Stocchi e Ruth Estévez
Curadora assistente: Ana Roman
Editora convidada: Elvira Dyangani Ose, em colaboração com
The Showroom, London
Fonte: Assessoria de Imprensa
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