Considerada uma das cinco ONGs de maior impacto no mundo, a Ashoka, que atua no campo do empreendedorismo social em 92 países, realizou a 3ª edição brasileira do programa Jovens Transformadores Ashoka. Desta vez, a organização selecionou sete amazônidas, entre 16 e 18 anos, que se uniram a grupo internacional de jovens que lideram iniciativas de transformação social. Há três meses, os jovens brasileiros vêm passando por um processo de entrevistas e conversas com empreendedores sociais, educadores, comunicadores e gestores públicos, começando assim uma jornada para ampliar suas redes de colaboração. A seleção final aconteceu na última semana, em Manaus.
“A Ashoka identifica jovens, entre 12 e 20 anos, que já entenderam que todos podem contribuir,” diz Helena Singer, Líder da Estratégia de Juventude na Ashoka América Latina. “Esses jovens estão à frente de algum movimento ou projeto e relatam que seu maior desafio está em garantir que todos possam se entender como agentes de mudança”. A rede de Jovens Transformadores Ashoka está atualmente distribuída em países como Brasil, Bangladesh, Estados Unidos, Índia e Indonésia e conta com mais de 100 jovens que mobilizam centenas de outras pessoas. Por meio de processos de aprendizagem colaborativa, a Ashoka os apoia no fortalecimento de habilidades fundamentais para promover transformações que sejam positivas para todos, como a prática da empatia, o trabalho em equipe, a liderança compartilhada e a iniciativa de empreender no campo social.
Entre os selecionados nesta edição estão: Beatriz Lacerda Grajaú, de Ananindeua (PA), Clara Gentil, de Santarém (PA), Gabriel Santos, de Altamira (PA), Gleice Tukano, de São Gabriel da Cachoeira (AM), Livia Silva, de Capanema (PA), Rian Corrêa, de Cachoeira do Ariri (PA) e Samuel Benzecry, de Manaus (AM). No Brasil, a Ashoka reconheceu Jovens Transformadores desde 2019 com quem trabalha para semear uma nova visão de sociedade onde todos são donos do futuro e ajudam a moldá-lo. Os jovens são propulsores dessa nova realidade em que todos se entendem como agentes de transformação. Os sete novos jovens chegam para adensar a representação da Amazônia na rede Ashoka. “Essa iniciativa é muito importante num momento em que a Amazônia se aproxima de um ponto crítico para a sustentação dos sistemas sociais, econômicos e naturais que dependem da floresta. E, isso requer um aumento exponencial na capacidade de gerenciar proativamente as decisões que precisam ser tomadas agora e as mudanças que advêm delas”, afirma Rafael Murta, Diretor de Comunidade e Territórios Transformadores da Ashoka Brasil.
Territórios Transformadores
No último ano, a Ashoka fez uma análise da atuação de sua rede no Brasil e detectou os lugares com alta densidade de pessoas inovadoras, comprometidas com mudanças que criem um mundo melhor para todos. Na Amazônia, duas localidades despontaram como Territórios Transformadores: a região metropolitana de Manaus e a Bacia do Tapajós. Andrea Margit, líder de Novos Paradigmas e Comunicação da Ashoka, conta que os Territórios Transformadores podem ser definidos como epicentros da transformação social. “Não é à toa que essa aglutinação de pessoas transformadoras também gera uma tensão em relação ao futuro. Elas estão propondo mudanças de paradigma que levem à emergência de novas maneiras de entender o desenvolvimento da região e de imaginar o potencial de cada pessoa.” Para impulsionar esse movimento latente, a Ashoka catalisa colaborações entre empreendedores sociais, jovens transformadores, escolas, produtores de conteúdo, governos locais, sindicatos e universidades, acelerando a troca de conhecimentos em inovação social e gerando novas parcerias.
Mapeamento dos Atores e Inovações do Território
A Ashoka também produziu o Mapeamento Juventudes e Justiça Climática na Amazônia. O estudo revela as barreiras encontradas pelos jovens que atuam no enfrentamento das mudanças climáticas, assim como as estratégias desenhadas por quem quer ter voz nos processos de decisão que afetam a saúde dos solos, do ar, das águas, e de todas as comunidades desprovidas de capacidade de adaptação às mudanças.
Jovens selecionados:
Beatriz Lacerda Grajaú, 17 anos, negra, residente em Ananindeua, PA. Fundadora do projeto Equidade. Ao ingressar no Ensino Médio, começou a refletir sobre como a estrutura do sistema de ensino poderia melhorar, principalmente no que diz respeito a ter espaços onde estudantes possam ser ouvidos. O projeto se concentra em: raça, gênero e sexualidade e educação. Em oficinas, estimula a reflexão de estudantes sobre suas próprias questões e identidade, para a partir daí transformar suas realidades. Beatriz reuniu uma equipe de sete voluntários que se dividem entre as principais responsabilidades do projeto: comunicação, relações internas e pesquisa. Também há seis especialistas em raça, educação, gênero e sexualidade que atuam como conselheiros para a elaboração dos conteúdos. O projeto Equidade tem criado espaços seguros para que estudantes possam reconhecer e abraçar sua própria diversidade, além de descobrir seu potencial enquanto transformadores da sua própria realidade.
Sobre a Ashoka
A Ashoka, organização global que atua no campo do empreendedorismo social, considerada uma das cinco ONGs de maior impacto no mundo, lidera ações que criem um mundo onde todos se reconheçam como agentes de transformação positiva na sociedade. No Brasil desde 1986, a Ashoka teve como um de seus primeiros empreendedores sociais a figura de Chico Mendes, em 1988. No mundo, sua atuação vem desde 1980, quando foi fundada pelo norte-americano Bill Drayton, na Índia.
Tem entre seus líderes pessoas que promovem transformações sistêmicas na sociedade, como Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz de 2006) e Kailash Satyarthi, que dividiu com a paquistanesa Malala Yousafzay o Prêmio Nobel da Paz de 2014 (os dois foram condecorados por suas lutas pelo direito de todos à educação). Ao todo, já foram reconhecidos mais de 3.800 empreendedores sociais, 384 deles somente no Brasil, além de 300 Escolas Transformadoras.
Fonte/Foto-Reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa
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