CASA VOGUE DE FEVEREIRO TRAZ ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JAKOB BILL, PRINCIPAL HERDEIRO DA ESCOLA BAUHAUS




Depois de se aposentar, o herdeiro de Max Bill resolveu se dedicar à pintura e encontrou em ticino, no sul da Suíça, seu paraíso particular. Na propriedade rural de 15 mil m², ele e a mulher construíram um moderno cubo de dois andares onde suas obras geométricas e coloridas são as estrelas dos ambientes com decoração minimalista
Em casa com Jakob Bill
Filho de Max Bill (1908-1994), o arqueólogo e artista plástico Jakob Bill cultiva na Suíça a herança criativa do pai, expoente da Bauhaus que transitou por praticamente todas as artes: pintura, escultura, arquitetura, design gráfico. Se durante a semana seu tempo é reservado à Fundação Bill, em Lucerna, ide­alizada por ele em 1996 para administrar o acervo do patriarca, nos fins de semana se refugia com a mulher Chantal em sua casa de campo em Ticino, no sul da Suíça, onde se dedica à própria arte. Ao se aposentar aos 59 anos, ele tinha um único objetivo: mais tempo para pintar, atividade que começou a praticar aos 15 usando as sobras de tinta do pai. O casal encontrou o lugar ideal acima do vilarejo de Pianezzo, em Valle Morobbia, para erguer seu pa­raíso particular. Sobre um declive, havia um terreno de 15 mil m² à venda, inacessível por qualquer estrada: para se chegar lá, é preciso subir por um caminho que atravessa os jardins vizinhos. “Ainda assim, consegui­mos nos imaginar vivendo aqui”, dizem eles, juntos há 55 anos. A propriedade original consistia em uma residência e alguns rustici, pequenas cabanas típicas da região, bastante deterioradas. “Fiz pesquisas ar­queológicas no local e encontrei porões e bases de paredes soterrados”, diz.
Na reforma assinada pelo arquiteto Michele Arnaboldi, a antiga casa principal foi demolida e, em seu lugar, surgiu um moderno cubo de dois andares, de vidro, concreto e madeira. No primeiro piso, as gran­des janelas oferecem uma vista deslumbrante do vale. Jakob e Chantal adoram observar o vilarejo, as colinas e o lago Maggiore pela manhã, enquanto tomam chá na pequena mesa redonda. “O clima e as estações do ano são sentidas de maneira mais intensa aqui”, afirma ela.
Na fachada, um painel deslizante, feito de ripas de madeira, proporciona sombra e privacidade. A parte de trás do imóvel, que fica muito próxima das rochas, quase não tem janelas: “Precisamos de espaço para pen­durar as obras”, justifica o artista. Na sala de estar estão expostos os trabalhos de três gerações da família: abai­xo do teto, as formas circulares de uma série gráfica de estudos cromáticos de Max Bill contrastam com as pinturas a óleo de Jakob. O aparador de tom metálico apoia uma escultura preta e branca de David Bill, um dos três filhos do casal. O ateliê foi instalado nos anti­gos rustici, que tiveram as paredes externas restauradas e ganharam cobertura de telhas de pedra. Uma parede envidraçada e uma faixa de claraboias no telhado pro­porcionam a iluminação perfeita para Jakob criar.
Foto/crédito: Christian Schaulin
Fonte: Assessoria de Imprensa

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