Dirigido
por Tim Burton, o live-action Dumbo acaba de estrear no Brasil. A adaptação da
animação de mesmo nome, lançada pela Disney em 1941, conta a história de um
elefante que vive em um circo, tem orelhas enormes e, após sofrer com a
desconfiança e piadas, aprende a voar.
Diferente
do original, em que o filme é apresentado pelo olhar dos animais, a nova versão
mostra mais a relação dos humanos com os bichos. Além da discussão sobre a
aceitação das diferenças, o filme mostra a realidade de animais vivendo nos
circos. Em uma das cenas, o pequeno Dumbo é separado da mãe e, em outras, os
animais sofrem com a condição do espectáculo.
“Um circo, muitas
vezes, não tem capacidade técnica de oferecer recintos adequados para os
animais, que ficam em jaulas, na pior condição possível. Além disso, em um
circo, o ambiente em que os animais vivem são muito artificializados, sem
relação com ambiente natural. Essa condição e a falta de oportunidade de
interação com outros animais, resulta em uma fonte permanente de estresse”,
explica o biólogo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da
Natureza, Sérgio Lucena Mendes.
No Brasil,
o Projeto de Lei 7.291 que proíbe, em todo o país, a participação de animais em
espetáculos circenses ainda aguarda votação na Câmara dos Deputados. Enquanto
isso, muitos estados brasileiros já restringem esse tipo de apresentação, como
Paraná, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul.
Para o
biólogo, os animais que vivem em um circo podem ainda sofrer com problemas de
saúde causados tanto pelo estresse quanto por falta de estrutura. “Muitos
locais não conseguem oferecer uma condição médica e nutricional adequada, como
os zoológicos costumam fazer. Então, é comum verificar animais nos circos com
problemas de desnutrição ou obesidade. Além disso, o estresse também causa
impactos secundários, como queda da imunidade – o que deixa o animal suscetível
a doenças também transmitidas por humanos”, comenta.
Lembrando
que o artigo 32 da Lei 9.605/98 de Crimes Ambientais dispõe sobre
maus-tratos contra os animais considerando crime ferir, mutilar e realizar
práticas de abuso com animais domésticos, silvestres, exóticos ou nativos. As
denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar, nas delegacias ou ainda para
o Ministério Público O Ibama também mantém um disque-denúncia pelo número
0800-61 8080. Alguns municípios e estados como Curitiba, São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina possuem canais de
denúncia e/ou delegacias especializadas para atender desse tipo de ocorrência.
Sobre
a Rede de Especialistas
A Rede de
Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de
referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção
da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a
divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira.
A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de
Proteção à Natureza.
Fonte/Foto-reprodução/divulgação: Assessoria de Imprensa
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