MOSTRA PREVENÇÃO - PARA MARCAR O DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS



A partir da metade da década de 1980, quando a epidemia da Aids já era uma realidade crescente, o mundo do cinema decidiu abordar esse delicado tema de diversas formas. Vários filmes, telefilmes, minisséries de TV e outras produções surgiram tendo como mote a síndrome que preocupava jovens e adultos. Melodramas lacrimosos, folhetins familiares, dramas secos, comédias dramáticas, filmes baseados em ácidos textos teatrais, crônicas jornalísticas e até filmes do gênero musical – teve de tudo um pouco.

Passados quase 40 anos, a ciência evoluiu em pesquisas no combate ao vírus HIV e no tratamento da Aids, até então sem cura, mas a sociedade ainda trava uma luta contra o estigma da doença, a desinformação e o preconceito. Nesse sentido, o audiovisual tem se apresentado como importante meio não só de informação, mas de sensibilização do público para questões sociais urgentes como essa.

Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, instituído pela Organização Mundial de Saúde - OMS no dia 1º de dezembro, o CineSesc apresenta a Mostra Prevenção, que sugere uma pequena trajetória da representação do HIV no cinema. Serão exibidas obras nacionais e internacionais, desde aquele que é considerado o primeiro filme a abordar o assunto, Buddies (1985), até produções mais recentes, como o longa-metragem francês As Testemunhas (2007), que concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Berlim, e os brasileiros Boa Sorte (2014) e Califórnia (2015). A mostra exibe também o superpremiado filme francês 120 Batimentos por Minuto (2017), os documentários The Last One (2014) e o recém-lançado Carta para Além dos Muros (2019), e ainda o curta-metragem brasileiro, Sangro (2018), premiado no Anima Mundi 2019 e no Festival Internacional de Cinema de Chicago.

Os filmes compõem um mosaico de olhares sobre uma época importante, em que muitas incertezas acerca de uma doença desconhecida influenciou o comportamento sexual e social no mundo inteiro, e impulsionou o desenvolvimento de políticas públicas e de saúde em diversos países.

Esta mostra não pretende esgotar o assunto nem trazer todas as produções que retrataram o HIV, pois seria impossível. Ela propõe uma reflexão sobre a importância da abordagem do tema no cinema, em diversos momentos, e a necessidade de discutirmos as questões da Aids nos dias de hoje.

A Mostra Prevenção é uma ação integrante do projeto Contato, que acontece de 26/11 a 5/12 nas unidades do Sesc, com o intuito de promover a saúde sexual, a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, o autocuidado e o cuidado mútuo.

Sangro
(dir. Tiago Minamisawa, Bruno H. Castro e Guto BR. Brasil, 2018, 7 minutos. 14 anos.)
Inspirado na história real de Caio Deroci, “Sangro” é um curta de animação que traz a confissão íntima de uma pessoa que vive com HIV. Através de um traço sensível, a obra busca desmistificar questões que persistem até hoje no imaginário social em relação ao vírus.
28.11 quinta, 21h.
1.12 domingo, 21h.

Carta para Além do Muros
(dir. André Canto. Brasil, 2019, 85 minutos, 12 anos.)
Documentário que remonta a trajetória do vírus HIV e da Aids no imaginário brasileiro, através de mais de três décadas de memórias, lembranças e registros. Coletando entrevistas com estudiosos, médicos, personalidades e pessoas soropositivas, o filme busca jogar luz ao assunto, resgatando a importância de reflexão sobre a prevenção e os tratamentos.
28.11 quinta, 21h.
1.12 domingo, 21h.

The Last One
(dir. Nadine Licostie. EUA, 2014, 110 minutos, 14 anos.)
Documentário sobre o projeto Aids Memorial Quilt, que reúne artistas em torno da criação de painéis, numa ação militante de respeito às comunidades LGBTQI+ do planeta e das pessoas soropositivas, na esperança de que um dia o painel seja o “The Last One” – o último, pois a epidemia da Aids estará então derrotada.
29.11 sexta, 21h.
4.12 quarta, 19h.

Buddies
(dir. Arthur Bressan. EUA, 1985, 81 minutos, 16 anos.)
David, um executivo gay de 25 anos, aceita ser voluntário para atuar como um “buddy”, um companheiro para pacientes com Aids em fase terminal, geralmente solitários e abandonados pela família. Ele será o “buddy” de Robert, 32 anos. A convivência dos dois vai construindo uma relação amorosa, e David se descobre apaixonado por Robert. O que poderia ser um melodrama banal ou um “Love Story” gay revela-se um sensível retrato do início da epidemia, neste que é considerado o primeiro filme tematizando a Aids, um retrato histórico de uma época.
30.11 sábado, 19h.
3.12 terça, 19h.

120 Batimentos por Minuto
(dir. Robin Campillo. França, 2017, 123 minutos, 16 anos.)
Romanceando fatos reais a partir das lembranças do diretor, o filme retrata a França do início dos anos 1990, com o grupo militante Act Up combatendo o preconceito e lutando por prevenção, no auge da epidemia da Aids. A espinha dorsal é o romance dos personagens Nathan e Sean, que formam um casal sorodiscordante. O pano de fundo é a agitada vida noturna da época, movida a house music. Uma obra-prima contundente que ganhou mais de 40 prêmios pelo mundo, 4 deles em Cannes – incluindo a Queer Palm e o Grande Prêmio do Júri.
30.11 sábado, 21h.
4.12 quarta, 21h.

As Testemunhas
(dir. André Téchiné. França, 2007, 112 minutos, 16 anos.)
Paris, 1984. Um grupo de amigos enfrenta a primeira epidemia da Aids. Um médico de meia-idade se envolve com um jovem, enquanto a síndrome atinge a comunidade gay parisiense. No período de um ano, entre junho de 1984 e junho de 1985, as vidas dos personagens se modificam drasticamente. Ao final dessa etapa, eles são as testemunhas de tudo o que aconteceu.
1.12 domingo, 19h.
3.12 terça, 21h.

Califórnia
(dir. Marina Person. Brasil, 2015, 90 minutos, 14 anos. )
São Paulo, 1984. Ao som do rock nacional e da new wave estrangeira, a adolescente Estela vive o ritual da perda da inocência, descobrindo o sexo e o amor e sonhando com uma viagem à Califórnia do título para visitar seu ídolo – o juvenil Tio Carlos. Mas eis que ele volta dos EUA, trazendo consigo o destino selado – descobriu-se soropositivo, tornando-se uma vítima em potencial da epidemia que começava a assombrar o mundo.
2.12 segunda, 19h.

Boa Sorte
(dir. Carolina Jabor. Brasil, 2014, 90 minutos, 16 anos.)
O romance entre o adolescente João, e a libertária Judite, nascido na clínica psiquiátrica onde os dois estão internados. Ao lado da esfuziante garota, João redescobre o sentido da vida e decide ficar na clínica para permanecer ao lado de sua paixão.
2.12 segunda, 21h.

Cinema da vela - Olhares Contemporâneos sobre o HIV
Com Roseli Tardelli, Marcos Valdir e Lufe Steffen.
Como atividade paralela da Mostra Prevenção, este Cinema da Vela propõe um diálogo entre as provocações trazidas pelos filmes exibidos e os avanços e os paradigmas vinculados ao tema que ainda se apresentam na contemporaneidade. 
3.12 terça, 19h30.

Fonte/Imagem-reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa

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