1. Nem Lua, Nem Marés (feat. Kastrup e Benke Ferraz)
Hélio Morais (voz, guitarra clássica, sintetizador e
percussão), Benke Ferraz (sintetizadores, samples e guitarras), Guilherme
Kastrup (percussão e samples), Rita Onofre (coros) e Edgar Valente (coros)
Essa música fala sobre a tomada de consciência de que sou confrontado com algo muito maior que eu e de difícil compreensão e acolhimento. Fala sobre esse sentimento de tristeza profunda e impotência, perante tal situação.
2. Pra Que Chegue Ao Fim (feat. Benke Ferraz)
Hélio Morais (voz, guitarra clássica, sintetizador e
percussão), Benke Ferraz (sintetizadores, samples e guitarra) e Cláudia
Guerreiro (violoncelo)
Essa música fala sobre as memórias que tenho, de criança, da casa de meus pais. Discutiam muito, gritavam muito. Não era um lugar seguro. A música meio que narra a memória de uma cena de violência que recordo, para tristeza minha.
3. Voltas e Voltas e Voltas (feat. Kastrup e Benke Ferraz)
Hélio Morais (voz), Benke Ferraz (samples), Guilherme Kastrup
(percussão e berimbau), Larie (guitarra clássica) e Rita Onofre (coros)
Aqui eu canto como se fosse a minha mãe, porque também eu passei pelas mesmas violências. Fala sobre uma tentativa de escapar de um lugar onde ninguém deveria ter estado. Mas essa tentativa acaba por resultar numa volta porque, uma vez longe desse lugar, não há o reconhecimento de um porto seguro, só solidão e medo. Então acaba voltando ao mesmo lugar.
4. Olhos Salgados (feat. Benke Ferraz e ÁIYÉ)
Hélio Morais (voz, guitarra clássica e sintetizadores), Benke
Ferraz (sintetizadores, samples e guitarras) e Larissa Conforto (percussão,
samples e coros)
A primeira música que escrevi para o disco. Canto como se fosse a minha mãe, conseguindo, finalmente, fugir daquela situação de violência, mas com muita culpa por sentir que me abandonou. Fiz a música pra explicar pra ela que está tudo bem, que entendo o porquê e que não teria outro jeito de se salvar.
5. Sonhei Coisa Proibida (feat. Toca Ogan, Lumanzin e Benke Ferraz)
Hélio Morais (voz, piano, sintetizadores e percussão), Benke
Ferraz (sintetizadores, samples e guitarras), Toca Ogan (percussão), Lumanzin
(coros), Djalma Rodrigues (guitarra), Rui Carvalho (guitarra clássica) e Miguel
Ferrador (sintetizador)
Até aos meus primeiros anos enquanto adulto, pensei muitas vezes “seria tão mais fácil meu pai desaparecer”. A violência era muita, o medo constante, então fantasiei muitas vezes com um lugar onde isso não existisse. E isso só existiria sem meu pai. Mas claro que tudo tem muitas camadas e também amava meu pai. Então a letra acaba sendo a fantasia de uma morte emocional dessa figura agressora - “Não te quis tirar eu a vida, fui sangrar o meu coração. Foste vivo cá dentro de mim e agora és poça no chão”.
6. Tábuas, Pregos e Flores (feat. Benke Ferraz, Toca Ogan e Lumanzin)
Hélio Morais (voz e percussão), Benke Ferraz (samples), Toca
Ogan (percussão), Lumanzin (coros) e Edgar Valente (coros)
Em adulto, por mais que tenha consciência de que a experiência também me moldou e definiu (nem que seja pelo oposto), a verdade é que me considero feliz. Então esta letra acaba sendo um funeral desse meu passado (“Tenho à vista um caixão espelhado. O meu duplicado vai a enterrar. Deito flores sobre o meu passado. Choro emocionado por poder sonhar”) e é chegado o tempo de cantar e celebrar a vida. É um funeral feliz.
7. Almoço de Domingo (feat Benke Ferraz, Kastrup e Rita Osório)
Hélio Morais (voz, guitarra clássica, sintetizador e
assobio), Benke Ferraz (sintetizadores, samples e guitarra), Guilherme Kastrup
(percussão), e Rita Onofre (coros)
A música fala sobre as memórias que um menino português, com pais angolanos, tem dos almoços de domingo na casa de sua bisavó. Almoços onde reinava o convívio durante todo o dia, em volta da mesa e com muita música. Um lugar que fascinava esse menino, ao mesmo tempo que, crescendo já em Portugal, se via colocado num lugar muito diferente de tudo o que o rodeava. Era fascinante e queria fazer parte de tudo aquilo, mas ao mesmo tempo, e porque vivia com seu pai e não com sua mãe (neta dessa bisavó), se sentia tímido e meio deslocado, nesses almoços pontuais.
8. Deixa o Resto (feat. Benke Ferraz)
Hélio Morais (voz e guitarra clássica), Benke Ferraz
(samples, guitarra clássica e percussão), Djalma Rodrigues (guitarra) e Edgar
Valente (coros)
Quando estava terminando o disco, não sabia se iria querer fazer outro. Este foi muito pessoal, muito questionamento, muita terapia, muito revisitar de coisas que nem lembrava (ou reprimia). Então, a verdade é que quis terminar esse disco com um ponto de interrogação (“Espero ver-vos a todes de pé, quando sumir na maré”). Gosto dessa ideia de conhecer todo mundo bem, antes de partir, sendo que não se sabe se essa partida é um adeus ou um até já.
FICHA TÉCNICA
Produzido por Benke Ferraz e Hélio Morais
Gravado por Hélio Morais, Lumanzin, Djalma Rodrigues, Benke
Ferraz, Cássio Sales, Guilherme Kastrup, Larissa Conforto, Rui Carvalho, Miguel
Ferrador, Rita Onofre e Edgar Valente
Mixagem por Benke Ferraz e Miguel Ferrador
Masterizado por Miguel Ferrador
Vozes produzidas por Hélio Morais, Rita Onofre e Edgar Valente
As letras das músicas estão aqui: Link
SOBRE HÉLIO MORAIS
Hélio Morais é um músico português, cofundador das bandas portuguesas Linda Martini e PAUS. Ambas são bandas fundamentais da história do indie rock português. O Linda Martini tem mais de 20 anos e passou por várias gravadoras importantes, como Universal e Sony Music (atual casa da banda), bem como pelos principais festivais do país (NOS Alive, Paredes de Coura, Primavera Sound, SBSR, Vilar de Mouros, MEO SW, etc.). A banda é frequentemente reconhecida como “Melhores Discos do Ano” e conta com uma base de seguidores ímpar. O PAUS é uma banda que viajou o mundo, fez parte da estrutura editorial, management e booking do Primavera Sound e percorreu festivais por toda a Europa, tendo editado discos pelas gravadoras El Segell del Primavera, Universal, Valentim de Carvalho e Sony. A banda também já atuou na SIM São Paulo e no festival Bananada, em Goiânia, no mesmo ano (2019) em que gravou um EP na Red Bull Station de SP, produzido por Guilherme Kastrup, com participações de o Novíssimo Edgar, Maria Beraldo e Dinho (Boogarins). E é a partir desse ano que vem desenvolvendo a sua relação com o Brasil e váries artistas da cena brasileira. No seu disco solo anterior, enquanto MURAIS, teve Benke Ferraz (Boogarins) na produção e contou com a participação de GIO (Giovani Cidreira). O novo álbum, Pisaduras, primeiro em nome próprio, conta igualmente com Benke Ferraz na produção e ainda com os artistas Kastrup, Toca Ogan (Nação Zumbi), LUMANZIN (também da 131), ÁIYÉ e LARIE (anteriormente conhecide como Labaq), entre outres artistas portugueses.Link
OUÇA PISADURAS Link
Foto/Crédito: Ana Viotti
Fonte: Assessoria de Imprensa
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