Com uma década de história e transformação social, o Centro Cultural Lá da Favelinha (Rua Dr. Argemiro Rezende Costa, 191 - São Lucas, Belo Horizonte) segue ampliando suas iniciativas para a comunidade do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. Criado em 2015 pelo artista e ativista Kdu dos Anjos, o espaço tem sido um importante polo de cultura, formação profissional e desenvolvimento comunitário, beneficiando milhares de pessoas ao longo dos anos.
Nestes 10 anos, o Centro Cultural Lá da Favelinha (LDF) consolidou-se como um referencial na oferta de atividades culturais e educacionais gratuitas. Entre suas principais iniciativas estão oficinas artísticas, eventos culturais, projetos sociais e programas de incentivo ao empreendedorismo. O espaço também abriga uma biblioteca comunitária com cerca de três mil exemplares, além de projetos voltados para a moda e sustentabilidade, como a cooperativa Remexe.
Em 2025, o Centro Cultural renova seu compromisso na formação de cidadãos do Serrão, mantendo suas atividades, garantindo qualidade na execução, estrutura básica e remuneração justa aos profissionais através de mecanismos de fomento realizados por políticas públicas, como leis de incentivo e editais municipais e estaduais, que apoiam projetos como o Fika Ryca Favelinha, iniciativa que comporta a manutenção da Favelinha e a execução de 13 oficinas anuais, além de eventos sazonais, movimentando a comunidade.
Uma das ideias centrais do LDF é movimentar a economia criativa da região metropolitana de BH, principalmente do Serrão, contratando profissionais residentes dessas regiões, capacitando-os e gerando oportunidades de crescimento profissional dentro e fora da Favelinha.
"Lá na quebrada, eu tive oportunidades por meio dos projetos sociais que existiam. Ouvimos muito que favelado não lê, mas não lê porque não tinha livro. Agora tem. Comunidade é isso: a qualidade daquilo que é comum", diz Kdu dos Anjos.
A primeira oficina lançada será a oficina “Empreenda Fácil: Descomplicando o MEI”, ministrada por Vitor Sanches, contador do Centro Cultural e especialista em Direito Tributário, que acontece entre 11 e 27 de março, às terças e quintas, 19h, com inscrições por meio deste formulário.
Voltada para profissionais do Serrão que já possuam alguma atividade MEI (cabeleireiros, professores, vendedores de drinks, de comida, de roupa, criadores de conteúdo e prestadores de serviço, de modo geral), a oficina tem como objetivo apoiar os cidadãos em relação aos conceitos básicos do universo CNPJ, facilitando processos do dia a dia que envolvam as questões contábeis de seus trabalhos.
Além da oficina, também estão previstas para o primeiro semestre o retorno das aulas de bordado e capoeira. Para o segundo semestre, devem ocorrer oficinas de LIBRAS, Upcycling, Vogue, Discotecagem, Técnicas de Iluminação e Sonorização, Espanhol, Funk, Judô, Percussão, Pilates, Rap e Teatro.
A LDF também conta com uma campanha permanente de doações diretas a fim de realizar ações que beneficiam a população local. Um exemplo é a campanha Evoé de financiamento coletivo - que busca subsídio para pagamento de aluguel, equipe técnica, professores e artistas convidados para atividades do espaço -, e o Remexe, que recebe doações de roupas e tecidos em bom estado.
Também são aceitas doações de materiais e serviços para realização de atividades específicas, como a Páscoa na Rua, que vai acontecer neste ano, dia 20 de abril, por meio de distribuição de chocolates e oferta de atividades lúdicas para as crianças da comunidade. Para isso, o LDF irá iniciar uma campanha para receber doações de chocolates, ovos de Páscoa ou PIX, além de voluntariado para atividades de monitoria, como pintura facial e palhaçaria, e empréstimo de artigos infantis, como pula-pula e piscina de bolinhas.
Projetos de destaque Lá da Favelinha
Durante a pandemia, a Frente Humanitária foi criada para apoiar famílias do Aglomerado da Serra que tiveram suas rendas afetadas. Em parceria com a Associação Comunitária de Moradores do Cafezal e com o apoio do Instituto Unibanco, o projeto forneceu suporte social e econômico em um momento de necessidade.
A geração de renda é um dos pilares do Fika Ryca Favelinha, um projeto de 12 meses, geralmente viabilizado por Leis de Incentivo. Além de garantir a manutenção e o pagamento dos profissionais da Favelinha, a iniciativa promove 13 oficinas ao longo do período, envolvendo mais de 30 profissionais em 2024 e impactando diretamente cerca de 1.000 pessoas.
Na área da moda, o Remexe é uma cooperativa que tem apoio direto da empresa Saúva e executa duas frentes de trabalho. A primeira é a moda upcycling, que parte de roupas e tecidos em bom estado, geralmente através de doações, para recriar peças através das peças doadas. Essas novas roupas são comercializadas e também podem ser vistas nos eventos de Favelinha Fashion Week e nos corpos dos dançarinos da Cia Favelinha. A segunda é a confecção e distribuição anual gratuita de 1200 absorventes reutilizáveis para pessoas que menstruam e que estejam em situação de vulnerabilidade social, presídios femininos, etc.
A Disputa Nervosa, manifestação cultural que surgiu há alguns anos na cena de funk de BH, ganha uma nova dimensão com a Disputa Nervosa Nacional, que chega à segunda edição em um formato ampliado. A competição, que mantém o funk e a cultura urbana como focos, realiza seletivas em oito capitais e terá uma final em Belo Horizonte, premiando os melhores dançarinos do país, com R$15 mil para o vencedor.
A circulação artística também se fortalece com o Favelinha na Estrada – Brinco de Ouro, espetáculo itinerante idealizado por Kdu dos Anjos. Patrocinado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, o projeto percorrerá oito capitais brasileiras, ampliando o alcance da produção cultural do Aglomerado da Serra. No palco, os artistas são os próprios bailarinos da Cia. Favelinha, companhia de dança formada por moradores do Serrão.
Foto/Crédito: Bruna Brandão
Fonte: Assessoria de Imprensa
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