CINE JUÁ LEVA CINEMA INDEPENDENTE ÀS PERIFERIAS DE JOÃO PESSOA E DESTACA NARRATIVAS DE COMUNIDADES TRADICIONAIS


A partir do dia 21 de agosto, o Cine Juá realiza as exibições da sua segunda edição com sessões presenciais em João Pessoa, na Paraíba. Com o tema "Tela Aberta para Memória e Tradição", a mostra mantém o compromisso de democratizar o acesso ao audiovisual e ampliar o espaço para narrativas produzidas por pessoas negras, indígenas, ciganas e de comunidades tradicionais. Neste ano, o evento, que é realizado por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), circula por quatro bairros da capital paraibana, promovendo o cineclubismo e encontros intergeracionais, com rodas de conversa e recursos de acessibilidade.

“Se na primeira edição o Cine Juá percorreu cidades do sertão da Paraíba, nesta segunda estamos em João Pessoa, reforçando nossa presença em territórios urbanos e comunitários. O Cine Juá nasceu com o propósito de ser um espaço em que essas comunidades possam se ver, se reconhecer e pensar sobre si mesmas por meio do audiovisual. Mais do que exibir filmes, queremos fortalecer identidades, resgatar memórias e provocar reflexões sobre grupos historicamente sub-representados no cinema brasileiro”, afirma Vanessa Kypá, idealizadora da iniciativa.

As sessões acontecem em quatro eixos considerando um lar de idosos, uma comunidade ribeirinha tradicional, uma comunidade periférica e um espaço para crianças. Para tanto, as atividades ocorrem no Baixo Roger, no Bairro dos Novaes, em Torre, e no Porto do Capim. Além de estimular o acesso ao cinema, a iniciativa promove o debate e a escuta coletiva. Cada exibição é acompanhada de rodas de conversa e atividades cineclubistas, apostando na oralidade como ferramenta de construção de saberes e fortalecimento das identidades locais.

Marcada pela filosofia de Nêgo Bispo, mostra recebeu filmes de todo o Brasil

Durante o período de inscrições, que ocorreu entre abril e maio, a mostra recebeu 136 filmes de diferentes regiões do país. A curadoria priorizou produções que abordam identidade, memória coletiva, território, espiritualidade e cultura popular a partir do olhar de quem vive essas experiências, reafirmando o compromisso do festival com a autonomia e visibilidade de comunidades historicamente marginalizadas. Na seleção, entraram filmes da Bahia, São Paulo, Rio Grande do Norte e Paraíba.

“Selecionar apenas dez filmes entre 136 obras tão potentes foi um grande desafio. Buscamos compor uma programação diversa que representasse a pluralidade do audiovisual brasileiro e abrisse espaço para histórias e linguagens que raramente chegam ao circuito comercial. Cada título escolhido carrega uma força própria e dialoga profundamente com a proposta do Cine Juá”, afirma a equipe de curadoria.

Homenageando o pensador quilombola Nêgo Bispo, a segunda edição propõe um percurso que valoriza as três gerações — avó, mãe e neta — como fundamento da continuidade dos saberes ancestrais. “A  filosofia de Nêgo Bispo está diretamente ligada à proposta desta edição, porque um dos objetivos é justamente estimular a troca de saberes entre diferentes gerações que habitam esses territórios que vamos visitar. E o cinema é uma ferramenta extremamente potente neste sentido”, complementa Vanessa Kypá, idealizadora da mostra. 

Confira abaixo o cronograma:

21/08 (quinta-feira) – Casa Pequeno Davi (crianças)

30/08 (sábado) – Porto do Capim (comunidade ribeirinha tradicional)
  • Quando as ondas do mar desligam | Bahia - Trailer
  • O Céu Não Sabe Meu Nome | São Paulo - Trailer
  • Bati da Vila | Rio Grande do Norte - Trailer
  • Quem vê close, não vê corre | Paraíba -  Trailer

27/09 (sábado) – Bairro dos Novaes (comunidade periférica)

  • O Céu é o meu teto, a terra a minha pátria | Paraíba - Trailer
  • Opá Ossain, o mistério mítico | Bahia - Trailer
  • Javyju - bom dia | São Paulo - Trailer

01/10 (quarta-feira) – Vila Vicentina Júlia Freire (idosos)

  • O tempo das coisas | Bahia - Trailer
  • O Céu é o meu teto, a terra a minha pátria |  Paraíba - Trailer

Com recursos de Libras e audiodescrição, todas as sessões são realizadas em locais com infraestrutura acessível, reforçando o compromisso do Cine Juá com a inclusão de todos os públicos.

 Sobre o Cine Juá

Idealizado por Vanessa Kypá, natural do Vale do Piancó (PB), o projeto leva sessões gratuitas de curtas e médias-metragens a comunidades com pouco acesso ao cinema. O nome faz referência ao Juazeiro, árvore nativa da caatinga, símbolo de resistência às adversidades do Sertão. Com foco em filmes que abordam ancestralidade, diversidade cultural e identidades regionais, o Cine Juá transforma praças, escolas, casas de repouso e espaços públicos em ambientes de exibição, promovendo diálogos sobre temas relevantes para as populações locais. Além de democratizar o acesso à produção audiovisual nacional, a iniciativa valoriza histórias que refletem a realidade e a memória das comunidades por onde passa.

Fonte/Imagem-divulgação: Assessoria de Imprensa - Legenda: Cine Juá circula pelas periferias de João Pessoa, PB.

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