OUVIR O CERRADO É OUVIR O FUTURO DO BRASIL: NOVA TEMPORADA DO PODCAST CANTO DA CORUJA DÁ VOZ ÀS MULHERES GUARDIÃS DAS ÁGUAS

 


“Ser ativista no Cerrado é escolher não assistir à história de braços cruzados”. Com essa afirmação, a jornalista Mara Régia abre a nova temporada do podcast Canto da Coruja Comunidade, do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Reconhecida por sua trajetória no rádio e na comunicação ambiental, ela conduz a série “Mulheres das Águas”, um retrato sensível do protagonismo de mulheres indígenas, quilombolas e camponesas que lutam para manter o Cerrado vivo, bioma que guarda as nascentes e a segurança hídrica do país.

A temporada chega em momento decisivo: o Brasil se prepara para receber a COP30, em Belém (PA), e o podcast antecipa um dos temas centrais do encontro: o papel das mulheres e das comunidades tradicionais na proteção dos biomas e no enfrentamento da crise climática. “A mulher entende o valor da natureza porque sente na pele o que é a falta d’água, o que é a perda da terra. O Cerrado é nosso modo de viver, de plantar e de sonhar”, diz Maria José Lima da Silva, assentada rural e uma das protagonistas da série.

Para Isabel Figueiredo, coordenadora do ISPN, a série reafirma o poder da escuta como instrumento político. “Essas mulheres ensinam que a defesa do Cerrado é defesa da vida. Ao ouvi-las, reconhecemos o Cerrado não como paisagem distante, mas como território de futuro, de água e de esperança”, afirma.

Vozes que nascem da terra

Gravada em Brasília, a série traz relatos de mulheres de seis paisagens estratégicas do Cerrado: Alto Jequitinhonha (MG), sul do Maranhão, oeste da Bahia, territórios Guarani-Kaiowá (MS), território Kalunga (GO) e sul do Piauí. São vozes que falam do cotidiano e da resistência, unidas por um lema que ecoa por toda a temporada: “O que a mulher quer é o Cerrado em pé”.

Entre as protagonistas estão Lileia Pedro de Almeida (Guarani-Kaiowá), Alciléia Conceição (Quilombo Kalunga), Maria de Lourdes (PI), Raimunda Ribeiro (MA), Juliana Silva (BA), Maria José Lima da Silva (MA), Neltinha (MG), Derismar (PI) e Ítala Nayane (BA), mulheres que transformam o plantio, a palavra e a esperança em formas de ativismo. “Eu choro quando vejo uma árvore caída. Parece que eu tô caindo também. O Cerrado é a nossa casa”, diz Lileia Pedro de Almeida, liderança Guarani-Kaiowá (MS).

Cerrativismo – Mulheres das Águas

A série nasceu da formação Cerrativismo – Mulheres das Águas, um processo de aprendizagem e mobilização criado pelo ISPN em 2019 para fortalecer o ativismo e a incidência política de mulheres do Cerrado.

O programa reúne lideranças indígenas, quilombolas e camponesas em encontros presenciais, debates e vivências sobre meio ambiente, políticas públicas, igualdade de gênero e direitos territoriais.

A cada edição, as participantes compartilham saberes tradicionais e estratégias de resistência e, em 2025, o foco foi o papel das mulheres na conservação das águas e na defesa do Cerrado como bioma essencial à segurança hídrica do país.

Cinco episódios, muitas histórias potentes

Episódio 1 – “Mulheres das Águas”
Mara Régia conversa com Alciléia Conceição, Raimunda Ribeiro, Maria de Lourdes, Ítala Nayane, Derismar Pereira, Neltinha Oliveira, Francisca Raimunda, Juliana Silva e Lileia Almeida, que compartilham histórias de cotidiano, resistência, maternidade e ativismo ambiental.

Episódio 2 – “Ancestralidade, saberes das mulheres e projetos de valorização”
Com Lileia Pedro de Almeida (Guarani-Kaiowá – MS) e Alciléia Conceição (Quilombo Kalunga – GO), fala dos saberes tradicionais, do amor pelo plantio, da defesa da natureza e do projeto Frutos da Sociobiodiversidade Kalunga, que fortalece a economia comunitária.

Episódio 3 – “Formação de lideranças e transformação da vida de mulheres”
Apresenta Maria de Lourdes (PI) e Raimunda Ribeiro (MA), que relatam como o Cerrativismo transformou suas vidas e fortalecem a luta pela terra e pela educação comunitária diante do avanço do agronegócio e da grilagem.

Episódio 4 – “Devastação, ameaças e mulheres no enfrentamento”
As histórias de Juliana Silva (BA) e Maria José Lima da Silva (MA) mostram a coragem de mulheres que enfrentam as ameaças ambientais, resistem à destruição do Cerrado e mantêm viva a tradição do plantio e dos frutos nativos.

Episódio 5 – “Luta pela terra, diversidade da roça e alegria das mulheres”
Fecha a temporada com Neltinha (MG), Derismar (PI) e Ítala (BA), que falam sobre o trabalho coletivo, a agroecologia, a fartura, a educação do campo e a alegria que sustenta a resistência no Cerrado.

A produção é da Vem de Áudio, com apoio do CEPF (Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos). Roteiro e edição: Caio Santos. Produção: Carol Fasolo, Naiara Bertoli, Letícia Leite, Camila Barra, Isabel Figueiredo, Andreza Baré e Camila Araújo.

Apresentação: Mara Régia.

Sobre o ISPN

O Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) é uma organização da sociedade civil fundada em 1990 que atua pelo fortalecimento de meios de vida sustentáveis, a conservação da natureza e o enfrentamento das desigualdades sociais. Apoia povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, valorizando saberes locais e promovendo inclusão socioprodutiva. Com foco nos biomas Cerrado, Amazônia e Caatinga, o ISPN coordena o Fundo ECOS, mecanismo financeiro de apoio a iniciativas comunitárias em prol da promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais. Suas ações dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, ampliando a participação social e a incidência em políticas públicas. Mais informações: www.ispn.org.br

Ouça agora: [link Spotify]

Novos episódios: 25/11, 02/12, 09/12 e 16/12

Serviço

Podcast: Canto da Coruja Comunidade – Mulheres das Águas

Plataformas: Spotify e site do ISPN

Apoio: CEPF

Realização: ISPN

Fonte/Imagem-divulgação: Assessoria de Imprensa

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