Neste 26 de março celebra-se o Dia Mundial da
Conscientização da Epilepsia, conhecido também como “Dia Roxo”. Criado em 2008 no Canadá, o “Purple Day” teve essa cor escolhida por causa da lavanda, que tem
sua flor associada à solidão, sentimento comum entre pessoas com a doença.
Desta forma, a data alerta para a conscientização da população sobre esta
condição e também de empoderamento dos pacientes para que eles não permaneçam
em isolamento.
O estigma sobre a doença vem das características de suas crises
convulsivas, datadas da antiguidade e onde ela ainda não tinha suas origens
definidas. Descritas em meio a uma espécie de maldição, possessão demoníaca ou
loucura, criaram barreiras para o entendimento e a evolução de tratamentos por
longos anos.
“Embora nos dias atuais os estudos em torno da epilepsia e de seus
tratamentos se mostrem bastante avançados no meio médico, o conhecimento a
respeito de suas manifestações ainda permanece aquém do esperado na população
leiga, onde a divulgação tem papel importante para desconstruir mitos”, destaca o
neurocirurgião Dr. Luiz Daniel Cetl, membro do Departamento de
Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e especialista no
tratamento da doença.
Este contexto ganha ainda mais relevância ao considerar que a
grande prevalência de diagnósticos se dá ainda na infância, fase em que a
criança está em desenvolvimento emocional e intelectual e onde a socialização é
componente fundamental para a sua evolução, impactando na condução dos estudos,
depois do trabalho e assim por diante.
Entendendo
a epilepsia:
A epilepsia é uma síndrome que tem como
características um conjunto de sinais originados de um grupo de neurônios
disfuncionais que emitem descargas elétricas atípicas ou irregulares que podem
ser focais (conhecidas como parciais) ou generalizadas (quando atingem todo o
cérebro).
As crises da epilepsia podem ser dividas
em parciais ou generalizadas, sendo que as parciais atingem apenas uma parte do
cérebro e as generalizadas afetam todo o cérebro.
As crises parciais ainda podem ser divididas em simples – sem
comprometimento da consciência, e complexas – em que há algum grau de
comprometimento da consciência, como embotamento (enfraquecimento) até a sua
perda.
As causas mais comuns da epilepsia são idiopáticas (sem causa
identificada), em torno de 55 a 65%. As demais têm origem em alguma doença
cerebrovascular (10 a 20 %), tumores (4 a 7%), trauma (2 a 6%) e infecção (0 a
3%).
O diagnóstico é feito pela análise dos
sintomas e exame físico. Também podem ser pedidas análises complementares como
o eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem. Uma vez identificada a disfunção, o
tratamento já deve ser iniciado.
Tratamento:
O tratamento de base da epilepsia é realizado com
medicamentos, com o uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE)
(fenobarbital, carbamazepina, ácido valpróico, oxcarbazepina entre outras), que
são efetivos em cerca de 70% dos casos para o controle das crises. Mais
recentemente a substância Canabidiol (derivada da planta Canabis) tem sido
estudada, com análise de respostas versus efeitos adversos ainda em
evolução.
Quando os medicamentos não agem de forma efetiva, pode ser
indicado ao paciente o tratamento cirúrgico, que compreendem dois tipos de
procedimentos: os ressectivos e os desconectivos.
Os ressectivos, também conhecidos como lesionectomia, abordam
o foco das descargas identificado pelo EEG (eletroencefalograma) e VEEG
(video-eletroencefalograma), em que pelo exame de imagem é retirada a lesão.
São usadas em casos de esclerose mesial temporal, displasias corticais, tumores
indolentes (gangliogliomas, DNETs).
Os desconectivos, em geral, são realizados para lesões mais
espalhadas, porém ainda restritas a um hemisfério cerebral, mas que interferem
no funcionamento do hemisfério não afetado. Neste caso, é feito uma desconexão
parcial ou total dos hemisférios cerebrais.
Doenças como a síndrome de Rasmussen, micropoligira, lesões
isquêmicas neonatais, entre outras, podem se beneficiar desse tipo de
procedimento.
Há ainda casos em que o procedimento de estimulação do nervo
vago por eletrodos pode ser indicado.
“Com o arsenal de opções terapêuticas, o importante a
considerar é que sempre é possível melhorar o quadro de crises, em frequência e
intensidade, sendo que em muitos casos elas ficam “dormentes” por anos
seguidos”, conclui dr. Luiz Cetl.
Para mais dados sobre a epilepsia,
confira a videorreportagem especial ‘Epilepsia de A a Z’.
Dr. Luiz Daniel Cetl é referência no tratamento das
epilepsias e tumores cerebrais. Especialista pela Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia (SBN), membro do grupo de tumores do Departamento de
Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e integrante da
Associação dos Neurocirurgiões do Estado de São Paulo (SONESP). Atua ainda como
preceptor de cirurgia de tumores cerebrais no Departamento de Neurocirurgia da
Unifesp.
Dr. Luiz Cetl na Web:
Facebook: https://www.facebook.com/dr.luizcetl
Instagram: https://www.instagram.com/dr.luizcetl
Fonte:
Assessoria de Imprensa
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