O Prêmio Fundação Bunge anunciou
os contemplados para sua 64ª edição. Em Agricultura Familiar, Luciano
Cordoval de Barros, engenheiro agrônomo da Embrapa, será homenageado na
categoria "Vida e Obra". Em sua trajetória, ele desenvolveu projetos
voltados para a captação de águas da chuva e irrigação, que contribuem para
evitar erosões, assoreamentos, contaminações ambientais e que promovem o
aumento do volume de água dos mananciais. Na categoria "Juventude"
(até 35 anos), o Prêmio reconhecerá Márcia Alves
Esteves, profissional da Emater- MG, por seus feitos voltados para o
bem-estar e a segurança alimentar e nutricional de famílias em situação de
vulnerabilidade social. Entre os trabalhos que realiza, Márcia também atua em
ações para a suplementação da alimentação bovina no período de estiagem e a
implementação do programa de melhoria genética de rebanhos.
Arte Visual de Rua contemplará Paulo
Ito na categoria "Vida e Obra" por suas pinturas de rua
ligadas à crítica social e de comportamento. Sua obra mais reconhecida foi o
painel elaborado em São Paulo que retrata um garoto faminto com uma bola de
futebol no prato. A arte gerou repercussão em mais de 20 países. Para a
categoria "Juventude", Raí Campos Lucena, o Raiz,
de 27 anos, será premiado pelos trabalhos artísticos baseados na cultura
indígena e por pesquisa relacionada à cultura deste povo.
A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada
em 7 de outubro, às 19h30, no Teatro do Sesi, em São Paulo (SP). Além do
reconhecimento público, os premiados na categoria Vida e Obra, receberão
medalha de ouro e quantia de R$ 150 mil e os na categoria Juventude, medalha de
prata e R$ 60 mil. O Prêmio Fundação Bunge foi criado em
1955 para incentivar a inovação e disseminação de conhecimento, reconhecer
profissionais que contribuem para o desenvolvimento da cultura e das ciências
no Brasil, além de estimular novos talentos. Desde sua criação, já foram homenageadas
cerca de 200 personalidades, entre elas os escritores Jorge Amado e Ruth Rocha,
o arquiteto Oscar Niemeyer, o médico e pesquisador Carlos Chagas Filho, o
cientista político Fernando Abrucio e o engenheiro agrônomo Eurípedes
Malavolta, entre outros.
Confira o perfil dos homenageados deste ano,
indicados por um grupo de universidades e instituições científicas e culturais
do Brasil:
Área de Artes: Arte visual de rua
Categoria Vida e Obra
Paulo Ito, nasceu em São Paulo em 1978.
Sua primeira série de pintura data de 1999, e suas primeiras experiências com
arte de rua aconteceram no ano seguinte, embora tenha começado a produzir
murais no campus da universidade em que cursou artes plásticas, em 1997.
Eventual ilustrador, oficio que desenvolveu principalmente no início dos anos
2000, Ito tem também bastante influência de histórias em quadrinhos, atividade
que praticou na adolescência e retomou anos atrás.
Sua produção de rua passou por diversas fases: a
primeira foi muito experimental e na segunda pintou nus femininos e de 2009 até
hoje passou a pintar temas ligados a crítica social e de comportamento. Paulo
participou de exposições individuais nos anos de 2005 na Oficina da Luz e 2006
e 2008 no Coletivo Galeria, ex Grafiteria. O artista pintou painéis e realizou
intervenções de rua em cidades como Buenos Aires, Montevidéu, Lisboa,
Barcelona, Berlin, Cracóvia, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo horizonte entre
outras, mas a maioria de seus trabalhos está em São Paulo. O painel realizado
no bairro da Pompéia que retrata um garoto faminto com uma bola de futebol no
prato ganhou repercussão mundial recentemente e foi objeto de matéria em
diversos meios de comunicação de mais de 20 países, e foi compartilhado dezenas
de milhares de vezes em mídias sociais inclusive por celebridades
internacionais.
Categoria Juventude
Raí Campos Lucena (RAIZ), baiano de nascimento, mas
amazonense de coração, adotou a cultura indígena como berço para o
desenvolvimento da arte em novas perspectivas, além de murais, sua criatividade
está atingindo também telas e tapetes de cestaria indígena. Está em andamento
inclusive sua primeira exposição individual, lançada em maio deste ano. Está
cursando na Universidade Federal do Amazonas – Artes Visuais, já participou de
inúmeros eventos nacionais e internacionais, bem como ações solidárias. Hoje
pesquisa a vida dos indígenas e quase todas as suas representações dizem
respeito a etnias, rituais.
É jovem e atento aos detalhes da cultura indígena,
sua marca registrada. É um artista da nova geração que destaca a cultura
indígena aliada ao contemporâneo. Seu trabalho tem sido reconhecido não somente
na cidade de Manaus, mas nos municípios do interior do Amazonas. Recebeu a
Premiação no XI Salão Curupira de Artes Plásticas 2018 pela Obra "Seres da
Amazônia" premiada na categoria Grafite.
Área de Ciências Agrárias:
Agricultura familiar
Categoria Vida e Obra
Luciano Cordoval de Barros, é Engenheiro Agrônomo formado
pela Escola Superior de Agricultura de Lavras, hoje Universidade Federal de
Lavras-UFLA (1973). Em 1983, ingressou na Embrapa onde trabalha até hoje.
Inicialmente, coordenou por dez anos a equipe de apoio de irrigação para as
pesquisas da Embrapa Milho e Sorgo, ocasião em que desenvolveu a Tecnologia
Social Lago de Múltiplo Uso. Em 1997, a partir de um Projeto-Piloto na
microbacia do ribeirão Paiol, no município de Sete Lagoas, MG, desenvolveu
tecnologia Barraginhas, cujo objetivo é captar a água das enxurradas e promover
seu armazenamento no solo, evitando erosões, assoreamentos e contaminações
ambientais e promover o aumento do volume de água dos mananciais. Difundiu essa
tecnologia em diversas regiões de Minas Gerais e posteriormente em outros
estados, como CE, DF, GO, MT, PA, PI, RJ, RS, SE e TO.
Ministrou mais de 200 treinamentos para transferência
dessas duas tecnologias para públicos diversos, atendendo desde comunidades
muito carentes de regiões áridas e semiáridas até autoridades e comitivas
internacionais interessadas na preservação de recursos hídricos.
Com as tecnologias Barraginhas e Lago de Múltiplo
Uso, conquistou diversos prêmios, que viabilizaram o patrocínio de Projetos que
propiciaram a implantação de mais de 10.000 barraginhas no noroeste de Minas
Gerais e nos sertões do Ceará e do Piauí. Atualmente, coordena o Projeto de Disseminação
dessas duas tecnologias sociais, no semiárido e no Sertão do São Francisco,
dentro do Programa Desenvolvimento e Cidadania, através do qual já construiu
mais de 4.000 barraginhas e 250 lagos.
Categoria Juventude
Márcia Alves Esteves, possui Graduação e Licenciatura
em Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Filha de
agricultores familiares, desde cedo conviveu com as dificuldades do semiárido.
Ingressou na Escola Família Agrícola BONTEMPO, com o objetivo de contribuir para
o desenvolvimento e redução da desigualdade social e regional. Atualmente é
Extensionista na Emater – MG, onde nos últimos 10 anos de extensão vem focando
seu trabalho na implantação de tecnologias sustentáveis de baixo custo para
convivência com o semiárido, ampliando acesso dos agricultores familiares aos
mercados locais, à feira livre e aos mercados institucionais. Márcia se esforça
para integrar as políticas públicas e direcioná-las para a inclusão de famílias
com jovens em situação de vulnerabilidade. O Programa Nacional de Alimentação
Escolar tem sido a porta de entrada para novos investimentos que dinamizam a
economia local. Identificou agricultores potenciais para comercializar;
planejou ações de assistência técnica, integrou outras políticas públicas como
o Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Brasil Sem Miséria) e o Projeto
Piloto de ATER (ANATER). Começou com 5 famílias; hoje, são 40 que fornecem
alimentos para as escolas, com participação importante de mulheres rurais,
algumas dedicadas a produção de alimentos processados em agroindústrias
habilitadas pela vigilância sanitária. Suas iniciativas contribuem
decisivamente para o bem-estar e a segurança alimentar e nutricional de
famílias em situação de vulnerabilidade social. Destacam-se ainda ações para a
suplementação da alimentação bovina no período de estiagem, ensilagem, área em
que é referência técnica regional e a implementação do programa de melhoria
genética do rebanho.
Sobre a Fundação Bunge
A Fundação Bunge, entidade social
da Bunge no Brasil, há mais de 60 anos atua em diferentes frentes com
o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos
caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e
são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial
(Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do
voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial
sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes
(Prêmio Fundação Bunge).
Fonte: Assessoria de Imprensa
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