A busca por
produtos saudáveis, com o mínimo de intervenção química e elaborados a partir
de matéria-prima livre de agrotóxicos também tem atraído os consumidores
de vinhos. Segundo dados da empresa de pesquisa Wine Intelligence, o vinho
orgânico representa cerca de 2,8% do mercado mundial e a comercialização de
rótulos cresceu 20%, em média, nos últimos cinco anos.
O crescimento de mercado
apontado pela Wine Intelligence é atestado pelo vitivinicultor Acir Boroto.
Segundo o produtor, a procura pelos espumantes elaborados com uva orgânica teve
um incremento de mais de 30% nos primeiros seis meses deste ano em
relação ao mesmo período do ano passado.
“A participação
cada vez maior do público em eventos voltados para os consumidores de produtos
naturais, orgânicos e biodinâmicos confirma essa tendência. É um
mercado que cresce de forma consistente”, afirma o
produtor.
De olho nesse
mercado, um grupo de produtores de vinhos naturais e orgânicos
brasileiros participará da Wine South America 2019, principal evento do setor
na América Latina, que ocorre entre os dias 25 e 27 de setembro, em Bento
Gonçalves, na Serra Gaúcha. É a primeira vez que os
produtores orgânicos terão um estande coletivo na feira, que estreou
no ano passado com a participação de mais de 6 mil compradores de
todas as regiões do Brasil e de 16 países.
O vitivinicultor
Helio Marchioro, que também estará presente na feira, antecipa que
os vinhos orgânicos poderão ser degustados pelos profissionais
que buscam ampliar seus portfólios e atender a demanda cada vez maior de
consumidores destes produtos. Marchioro explica que todas as vinícolas do
estande elaboram vinhos naturais, sem adição de leveduras, com
fermentação natural, com a mínima intervenção química.
“Acreditamos que é
um nicho de mercado que vem crescendo no mundo inteiro e a feira é uma ótima
oportunidade de mostrar que no Brasil também temos este modelo de produção. A
busca por alimentos seguros, produtos limpos e o estímulo à produção coletiva e
cooperada estão entre os motivos que nos levam a participar da Wine South
America”, reitera Marchioro.
“Hoje temos um
grande debate para que este tipo de produção seja aceito e possa ter um
ordenamento. Deveríamos ter uma legislação especifica ou um maior respeito a
estes nichos produtivos e comerciais, a exemplo do que existe em outros
países”, completa o vitivinicultor.
A percepção do
avanço deste mercado é corroborada pelo vinicultor Daniel De Cézaro. Também
expositor da Wine South America, o produtor vê a feira como uma vitrine para
que se desmitifique os conceitos de orgânicos, naturais e biodinâmicos,
além de atender uma boa parcela dos consumidores que buscam produtos saudáveis.
“São produtos
diferentes, que necessitam de um cuidado maior no manejo, na elaboração e,
consequentemente, têm um custo de produção maior em relação
aos vinhos e sucos convencionais”, explica.
Em 2019, o Rio
Grande do Sul elaborou 42,9 mil litros de vinhos orgânicos e
628,4 mil litros de suco de uva desta categoria. É o primeiro ano-safra em
que é possível diferenciar a produção convencional da orgânica devido à mudança
no Sistema do Cadastro Vinícola (Sisdevin), da Secretaria Estadual da
Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR/RS). Estima-se que o
Estado responda por cerca de 90% da elaboração de vinhos no Brasil. O
Rio Grande do Sul é a única federação brasileira que possui um cadastro com os
dados de produção e comercialização.
Foto/Crédito: Dandy Marchetti/Banco de Imagens Ibravin - Legenda: Pela primeira vez,
produtores de vinhos orgânicos participarão, com estande
coletivo, da Wine South America.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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