O Festival
Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro chega
a sua 30ª edição, trazendo o mais significativo das produções dentro e fora do Brasil,
agora totalmente online. De 20 a 28 de novembro as Mostras Competitiva Nacional
e Competitiva Internacional estarão disponíveis gratuitamente pela
plataforma FesthomeTV. O acesso será feito pelo site do Festival e para
reservar seu “lugar”, basta se inscrever no site. O público máximo será de
500 pessoas por sessão e o acesso ficará liberado por 24 horas.
Além
das duas sessões diárias o Festival programou lives com os diretores dos filmes
da competição nacional, todos os dias, sempre às 20hs. No dia 24, às
17h30, acontecerá um debate sobre “A Nova realidade para os festivais de
cinema” com Tim Redford, membro da direção do Festival Internacional de Curtas
de Clermont-Ferrand, Marie
Elaine Riou, diretora do Festival Regard e Ilda Santiago,
diretora do Festival do Rio. Todas estas atividades, assim como a Abertura
e a cerimônia de premiação no dia 28, serão na modalidade online.
O Curta Cinema, como inúmeros outros festivais, teve de ser
adequar às restrições necessárias para evitar a disseminação da Covid-19.
Porém a filosofia do Festival permanece: dar visibilidade a grupos
étnicos, comunidades diversas e às chamadas minorias. São trinta anos
lançando novos talentos, mostrando os trabalhos de veteranos e abrindo
espaço para diferentes pontos de vista sobre temas como imigração, racismo,
homofobia, feminismo, intolerância política, gêneros, entre outros.
Um bom exemplo do ambiente de criação e experimentação
próprio do Festival é Menarca. De Vargem Grande do Sul (SP) para o
mundo, a cineasta Lillah Halla teve seu filme selecionado para a Semana da
Crítica do Festival Cannes 2020 e para o Festival Biarritz América Latina.
Não por acaso o filme foi um sucesso. Menarca tem como ponto de
partida o mito misógino e violento da “vagina dentada”. Utilizando realismo mágico,
o filme conta a história de duas jovens que moram numa vila de pescadores e se veem
às voltas com uma misteriosa infestação de piranhas. Combativa, a diretora integrante
do Coletivo Vermelha _ composto por diretoras
e roteiristas do meio audiovisual _ alia
talento à luta pelas questões das mulheres. Menarca tem sua estreia
nacional na sessão de sábado, 21 de novembro, no Curta Cinema.
Entre as mulheres representantes do cinema negro, citamos
as diretoras Sabrina Fidalgo, Milena Manfredini e Denize Galiao. Sabrina,
oitavo lugar na lista das diretoras mais promissoras promovida pela publicação
norte-americana Bustle, apresenta seu mais recente trabalho, o inédito e
experimental Voyage Voyage sobre o isolamento na pandemia. Milena
Manfredini, traz o também experimental De um lado do Atlântico e Denize
Galiao com Saudade fala dos sentimentos por suas raízes e por seu lar após 20 anos
morando na Alemanha.
Sobre diversidade, três filmes chamam a atenção. Agahü:
O Sal do Xingu de Takumã Kuikuro, um dos mais
produtivos realizadores indígenas, com quase duas décadas filmando
documentários e ficção, sempre dedicado a contar as histórias e os hábitos
de seu povo; O Babado da Toinha, documentário de Sergio Bloch
sobre uma baiana de acarajé não binária que prepara azeite de dendê
artesanal ; e Inabitável, terceiro filme
da dupla Enock Carvalho e Matheus Farias, que traz o cinema pernambucano
falando de dramas sociais e de gênero de um modo muito particular.
Ainda na competição nacional O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader, ganhador de cinco Kikitos, incluindo o de Melhor Filme no Festival de Gramado.
Mostra Competitiva Internacional
Na competição internacional, estão filmes da Coreia,
China, Israel, Colômbia, Vietnam e Reino
Unido, além de duas estreias internacionais: a animação portuguesa Suspensão,
de Luís Soares, e o francês L’Enfant du
Métro, primeiro filme de Nathan Le
Graciet.
Dentro da abrangência de temas e estilos, foram
selecionados How to Dissapear (Austria), de Robin Klengel, Leonhard
Müllner & Michael Strumpf (coletivo Total Refusal), que usa o jogo Battlefield V como suporte
digital para realizar um ensaio antiguerra, falando dos desertores como
revolucionários fiéis aos seus princípios; Witness (Irã/França),
de Ali Asgari, que mostra como um acontecimento cotidiano pode assumir
proporções inesperadas e mudar o destino das personagens; e Oh Black Hole! de
Renee Zhan (Reino Unido) que usa técnicas 2D
desenhadas à mão, animação em stop motion e uma partitura operística para
contar a história de uma personagem feminina fantástica que, incapaz de
suportar a passagem do tempo, se transforma em um buraco negro.
Também merecem destaque Disillusioned (Coréia do Sul), um exemplo de terror coreano do diretor Kyuho Sim; Dustin (França), de Naïla Guiguet, que participou da Semana da Crítica do Festival de Cannes; Red Aninsri (Tailandia), de Ratchapoom Boonbunchachoke, prêmio de público no Festival de Locarno; e Wan Ju Wu (Espanha), documentário da brasileira Isabela Bianchi sobre um bordel de bonecas de látex.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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