A arte pode ter uma relevância fundamental na
transformação de ambientes e no combate a diversos transtornos que impactam
diretamente a saúde mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
mais de 11,5 milhões de brasileiros têm depressão e outros 18,5 milhões sofrem
com ansiedade; números que podem ter sido agravados durante a pandemia. Uma
estratégia que contribui para um melhorar o estado de saúde e emocional das
pessoas é a arte em suas diversas formas como música e artes plásticas, que transformam
ambientes e criam espaços de descompressão, contemplação e
relaxamento.
Para o artista plástico e
presidente da Associação Goiana de Artes Visuais (AGAV), Valdir Ferreira dos
Santos, a arte tem um papel fundamental para amenizar o estresse e a tensão
provocados pelo cotidiano. “Não apenas as artes plásticas, mas também outras
expressões de arte, como a música e a literatura, são importantes para a
evolução humana em qualquer momento, principalmente em momentos de
dificuldades, pois elas nos permitem olhar para nós mesmos e para o mundo e
fazer do nosso imaginário um agente transformador”, destaca Valdir.
Com este entendimento, a AGAV e
um grupo de artistas, em parceria com a Terral Incorporadora, se uniram para
espalhar mais arte por Goiânia, por meio da exposição Ninhos Urbanos. A
iniciativa reuniu 66 artistas para pintar casinhas de passarinhos que serão
instalados em um flamboyant na praça da T-23. A ação busca proporcionar
bem-estar e positividade por meio de imagens e cores para quem mora ou transita
pela região.
“Esperamos que essa parceria
entre a Terral Incorporadora e a AGAV inspire outras empresas a terem essa
iniciativa em diversas outras ações de Arte e Cultura. É uma iniciativa que
também dá visibilidade para os artistas plásticos e destacam a importância da
arte para transformar ambientes e levar mais alegria”, destaca Valdir. No dia
em que se celebra essa bela profissão, conheça o trabalho de alguns artistas
plásticos participantes da exposição:
Diferentes formas de arte
Os artistas plásticos goianos
Jullyanderson Carvalho e João Paulo Pigosso participaram da iniciativa com Tape
Art, obra artística feita com fitas adesivas. Os artistas trabalham juntos com
esse tipo de arte desde 2017 e veem na arte uma forma de expressar sentimentos
de forma mais lúdica e de se posicionar. “Para mim, especificamente, foi uma
forma de realização profissional e pessoal, uma maneira de me sentir preenchido
de todas as formas”, destaca João Paulo, que antes de mergulhar no mundo da
arte, formou-se em Nutrição pela Universidade Federal de Goiás (UFG). “Percebi
que, quando saí da faculdade, não era exatamente aquilo que eu amava. O João
Paulo também atuava na área comercial e de vendas e também não se sentia
realizado. Foi aí que começamos a nos dedicar exclusivamente a essa modalidade
desde 2017”, completa.
A arte também contribui para
amenizar a dor, seja para o artista ou para quem aprecia uma obra. Durante o
mês de maio, a artista plástica Alessandra Teles, filha do escritor goiano,
José Mendonça Teles, recebeu a notícia do falecimento de seu noivo na França.
Diante de medidas restritivas provocadas pela pandemia, Alessandra não pôde
viajar para se despedir de sua pessoa amada por conta de medidas restritivas
para evitar a disseminação da doença, mas encontrou na arte um meio de amenizar
a sua dor. “Eu não pude viajar para dar o último adeus e, diante de tanta
tristeza, resolvi pintar meus quadros e isso tem me auxiliado muito a passar
por esse momento de solidão”, afirma a artista, que morou no país europeu por
sete anos.
Alessandra nasceu em berço
artístico e foi influenciada a seguir o caminho das artes. “Fiz dança, música,
mas foram as artes plásticas que me chamaram a atenção, principalmente por
gostar de me envolver com tintas e pincéis. Meu pai construiu um ateliê no
fundo da casa e eu comecei a levar muito a sério, fiz quadros e me formei em
artes visuais na década de 1990”, destaca Alessandra.
Com o destaque conquistado ao
longo dos anos, ela passou a ser convidada para exposições e para participar de
concursos no Brasil e no exterior, destacando principalmente a cultura e a
história de povos indígenas. “Sou apaixonada por Goiás e nossas raízes,
principalmente da região do Araguaia. Mergulhei profundamente em tribos
indígenas e me apaixonei pela arte primitiva, algo que influenciou minha arte”,
completa a artista plástica. Na exposição Ninhos Urbanos Alessandra, trouxe
toda a personalidade de suas obras para a casa de pássaro, focando nos
animais do cerrado, em especial as tartarugas e peixes que retratam a
fertilidade na linguagem indígena.
Alcançando sonhos
A arte também é caminho de
realização de sonhos para crianças. O jovem artista plástico Augusto Mangussi,
13 anos, tem na arte um meio de aumentar a sua autoestima e a socialização. Augusto
é autista e, desde os 9 anos, recebe o apoio de seus pais, os advogados Larissa
Lafaiete e Antônio Augusto Mangussi, para seguir se inspirando nessa
área.
“Ele pinta imaginando e sonhando
com a exposição que ele pode participar. Augusto vive dos sonhos que a arte
proporciona a ele. Além disso, a arte trouxe possibilidades de contato para se
expressar e levar mensagens com as cores”, diz a mãe Larissa, com orgulho do
filho que já participa de exposições internacionais. “Ele já participou nos
Estados Unidos e sentimos essa vontade dele em realizar novos sonhos. A arte
trouxe mais concentração e mais equilíbrio para o Augusto”,
completa. O proeminente artista também contribuiu com a exposição
Ninhos Urbanos, trazendo em sua obra uma mensagem de preservação do verde e dos
pássaros no ambiente urbano.
Outro artista que viu na arte uma
chance de alcançar novos horizontes foi o artista plástico Manoel Santos. Ele
cresceu em regiões periféricas de Goiânia e, em
momentos mais secos em que as queimadas tomavam conta da região, Manoel saia
esculpindo animais em troncos de árvores queimados. “Eu via aquela situação
triste, os animais mortos por causa dos homens, e aquilo me levava a fazer
esses desenhos, uma espécie de homenagem. Foi aí que eu comecei a me interessar
pela arte e também a pintar minhas primeiras telas”, destaca Manoel.
Manoel Santos trabalha como gari
das 7h às 16 horas e, após o trabalho e aos finais de semana, se concentra em
suas obras de arte. Para se aproximar ainda mais do mundo artístico, ele foi
modelo vivo no curso de artes visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e,
nas horas vagas, acompanhava algumas aulas no local. “Fiz amizades e comecei a
aprimorar as minhas técnicas, passei a ser convidado para participar de
coletivos e de exposições em outros estados e ganhar premiações e prestígio”,
detalha o artista. Na mais recente exposição, a Ninhos Urbanos Manoel valorizou
o Cerrado, o bioma em que os animais fazem seu "lar" com
tocas, ninhos, e outras construções que são usadas para refúgio e/ou criação
dos seus filhotes.
Manifesto da exposição
“Ninhos Urbanos”
Todo lar é um ninho. E todo ninho
é uma representação artística que a natureza nos proporciona. Assim, a Terral
Incorporadora, especialista em lares, desenvolveu a temática do seu novo
empreendimento, Nest23, inspirada em ninhos urbanos. E a arte, não poderia
deixar de fazer parte deste contexto. Afinal, a arte é a linguagem da alma e
tem o poder de se conectar com o ser humano, surgindo então, a exposição NINHOS
URBANOS. Uma intervenção urbana proporcionada pelos belos trabalhos de 66
artistas convidados, que se recolheram no seu ninho para representarem
através de sua arte, o significado de ninho em
singelas casinhas de passarinho que serão expostas em diversos locais, de forma
itinerante.
Uma manifestação
artística que reforça os valores da vida e o papel de acolhimento que os lares
proporcionam: um lugar de aconchego, de identidade, de pertencimento, como todo
ninho representa.
Fonte/Foto-reprodução-divulgação: Assessoria de
Imprensa – Legenda: Obra de Jullyanderson Carvalho e João Paulo Pigosso
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