Com mais de 30 mil m² de um conjunto arquitetônico e artístico composto por galerias, galpões, pátios, jardins, templos e praças, a Cidadela da Oficina Francisco Brennand é reduto que oferta múltiplas percepções e experiências diversas.
E são as vivências e interpretações particulares desse território criado pelo artista pernambucano que estruturam a série audiovisual "Caminhadas", lançada nesta quinta-feira (28) no canal do YouTube do espaço cultural. Com nove episódios, a produção reúne pesquisadores, professores e especialistas de diversas áreas do conhecimento que exploram o museu, no bairro da Várzea, discorrendo sobre as intersecções presentes no universo do artista.
Com cada episódio dedicado a um convidado, essa compreensão mais profunda visa enxergar as criações de Francisco Brennand sob uma nova luz, conectando-as a diferentes saberes. Da história da arte à antropologia, da filosofia à ecologia, cada disciplina oferece uma perspectiva que se soma à reflexão criada na sequência dos vídeos. São convidados do projeto a pesquisadora Maria do Carmo Nino, o poeta Carlos Newton Júnior, a professora Ana Rita Sá Carneiro, a arquiteta Lúcia Padilha, o filósofo Érico Andrade, a professora de cinema Angela Prysthon, a jornalista Carol Almeida, o arquiteto e urbanista Fernando Almeida e a taróloga Sabrina Carvalho.
Cada um trazendo sua expertise e perspectiva única para enriquecer o diálogo sobre arte, cultura e sociedade, em uma viagem intelectual por meio de temas como erotismo, espaço público, gênero, raça e identidade. Cada tema sendo abordado sob a perspectiva única dos convidados, explorando os símbolos da Oficina a partir de uma ótica do tarot e do território, oferecendo uma nova compreensão das obras e do espaço em si.
Para a gerente de Educação e Pesquisa da Oficina Francisco Brennand, Ariana Nuala, o “Caminhadas” busca trazer olhares distintos de pessoas que não estão no espaço cultural cotidianamente, mas que podem criar janelas de aproximação e aprofundamento sobre a obra do Francisco Brenannd, pensando especificamente nessa construção maior que é a Oficina. “Trouxemos professores, pessoas que são da arquitetura, da psicanálise, tarô, criando uma miscelânea de profissionais de distintos saberes que podem tratar e aprofundar de forma diferente as relações de cosmologia, território e natureza, que são os eixos principais do museu. O “Caminhadas” também funciona como um convite para pessoas poderem caminhar em conjunto com esses profissionais ao longo do vídeo, conhecendo a Oficina em lugares e perspectivas que às vezes passam despercebidos em uma visita rápida, ou até para aqueles que não conhecem poderem ter esse tipo de sugestão antes de chegarem aqui”, pontua Nuala.
O museu além do espaço físico
Transpondo os limites do espaço físico, a Oficina Francisco Brennand tem compartilhado suas possibilidades para além dos muros do museu, alcançando um público cada vez mais amplo e diversificado por meio do seu canal no YouTube e também no seu site, proporcionando visitas remotas àquela que talvez seja a maior obra de Francisco Brennand, a Oficina em seu conjunto. “Séries audiovisuais como Saberes do Barro e Por Dentro da Oficina, são exemplos do processo de leitura do espaço da Oficina para além da presença física. É uma plataforma de vivência e visita ao nosso museu, possibilitando aprendizados e novos olhares para esse patrimônio brasileiro”, afirma o presidente da Oficina Francisco Brennand, Marcos Baptista.
A série Caminhadas é um convite para uma jornada de redescoberta, onde cada detalhe revela camadas profundas de significado e inspiração, reeducando o olhar para além das formas e cores, adentrando em um universo rico em simbolismo e história. Entendendo o estado de transversalidade do conhecimento, o projeto assumo a mensagem de que a arte não existe em um vácuo, mas está intrinsecamente ligada às complexidades do mundo que habitamos.
“Um conceito bem básico de paisagem diz que paisagem é um espaço de terra que você pode compreender à primeira vista. E se fomos pensar a Oficina Francisco Brennand como esse pedaço de terra, esse conceito ele se revela meio insuficiente. Por que esse pedaço de terra não dá pra se entender à primeira vista”, destaca Ângela Prysthon, professora e pesquisadora do curso de Cinema da Universidade Federal de Pernambuco.
Sobre o Instituto Oficina Francisco Brennand - Transformado em um instituto cultural sem fins lucrativos em 2019, a Oficina atua para preservar o legado do artista Francisco Brennand, ao passo em que fomenta e difunde práticas artísticas, educativas e culturais contemporâneas. No coração da Mata da Várzea, na capital pernambucana, a Oficina salvaguarda um amplo conjunto de obras do artista, distribuídas em espaços expositivos, jardins – um deles projetado por Roberto Burle Marx – e reserva técnica. Fundada em 1971, a Oficina compreende também edificações fabris, ateliês e uma capela, cuja reforma é de autoria dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Eduardo Colonelli, instalações de atendimento ao público, como café e loja, e unidade de apoio localizada no Bairro do Recife, na Casa Zero.
Seviço:
“Caminhadas”
No canal do YouTube da Oficina Francisco Brennand
Legenda: Ângela Prysthon uma das nove participantes do projeto - Foto/ Crédito: Julio Cavani
Fonte: Assessoria de Imprensa
Postar um comentário