CRISTINA VASCONCELOS REALIZA SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL NA CAVE

 


A Cave inaugura a primeira exposição individual da artista Cristina Vasconcelos, intitulada “Arqueologia da superfície”. Com curadoria de Lucas Dilacerda, a mostra reúne cerca de 60 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, instalações, objetos, fotografias e vídeos, produzidas entre 2016 e 2025, e propõe uma escuta sensível da matéria como forma de cartografar um mundo em ruínas e repovoamentos.

Na contramão de um tempo regido pela produtividade e velocidade, Cristina desenvolve uma poética radical que recusa a centralidade do humano. Seus trabalhos funcionam como mapas espirituais de um mundo sem humanos, seja situado em um passado longínquo ou em um futuro pós-apocalíptico. “Arqueologia da superfície” é o nome que a artista dá à própria metodologia, em que escava as camadas sensíveis da realidade, em busca de vestígios materiais e imateriais de outras existências possíveis na Terra.

“Quero que o público perceba que há uma sabedoria silenciosa na matéria, que o mundo fala, mesmo quando parece devastado. Vivemos um tempo de velocidade e saturação de imagens; minha proposta é ir na contramão disso, propor uma pausa, um ressignificar, um encontro com o silêncio e com o invisível”, afirma Cristina.

Utilizando materiais como barro, vidro, ferrugem, areia, grafite, concreto, aço inox, látex oxidado, resina, silicone, porcelana fria e pigmentos minerais, a artista ativa uma relação de escuta com a matéria, entendendo cada uma como arquivo vivo que carrega em si memórias, afetos e processos de transformação: “esses materiais são, para mim, corpos vivos em mutação e alquimia. Eles carregam memória, energia e tempo. Não os escolho pela aparência ou pela função estética, mas pelo que comunicam silenciosamente”, explica.

Segundo o curador Lucas Dilacerda, “a artista opera como uma sismógrafa, captando vibrações do tempo e do espaço, nos enviando mensagens que não se traduzem em palavras, mas em imagens que oscilam entre o sublime e o espasmo, entre o espiritual e o geológico”.

“Arqueologia da superfície” é, portanto, um chamado para desacelerar, desenterrar e escutar os sinais da Terra, num momento em que a crise ecológica, política e sensível exige novas cosmologias. Nessa mostra, arte e matéria se encontram como testemunhas de um mundo que ainda insiste em sobreviver.

Com esta exposição, a Cave reafirma seu compromisso em destacar artistas do Nordeste e fortalecer diálogos entre práticas contemporâneas, territórios e materialidades. Ao apresentar a pesquisa de Cristina Vasconcelos, a galeria amplia seu escopo curatorial, consolidando-se como espaço de experimentação e pensamento crítico no cenário da arte contemporânea brasileira.

Ficha Técnica

Artista: Cristina Vasconcelos

Curadoria: Lucas Dilacerda

Curadoria Adjunta: Wes Viana

Design: Luana Luna e Lucyano Palheta [AOQUADRADO]

Sound Design: Marco Capela

Edição de Vídeo: Caio Pena

Direção: Pedro Diógenes

Produção: Dharana Vieira

Comunicação Visual: Pedro Bessa

Reprodução das Obras: Wilton Martins e Pedro Bessa

Fotos de Vista: Jorge Silvestre

Assessoria de Imprensa: MESSS

Montagem: Edison Filho, Mateus Oliveira e Amanda Melo [OGGIN LTDA]

Agradecimentos: Bianca Cipolla, Cadu Costa, Fernando Basílio, Ariston Araújo Filho, Joaquim Araújo, Lara Romcy, Leiliane Pinheiro, Luciana Colares, Luciana Eloy, Marcelo Braga Bezerra, Márcia Travessoni, Pablo Guterres e Paulo Menezes

Homenagem: João Ariston Pessoa de Araújo (in memoriam)

Minibio de Cristina Vasconcelos:

Cristina Vasconcelos (1971) pesquisa dimensões espirituais a partir da escuta sensível de diferentes materialidades geológicas, e constrói mapas de mundos pré e pós-históricos a partir de imagens abstratas e metafísicas. Cursou Artes Visuais na Unifor, Curso de Pintura e Desenho na Unifor, estudou processo criativo e cursos modulares na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2016, participou da imersão Procedência e Propriedade no Rio de Janeiro. Participou de exposições coletivas em Fortaleza (Galeria Multiarte, Cave) e no Rio de Janeiro (Galeria Z42), Espaço cultural Capiberibe, exposição virtual Grupo Fábrica de Ratoeiras, no Rio de Janeiro, sendo premiada no 69º Salão de Abril (2019), 73º Salão de Abril (2023) e no Salão de Arte Contemporânea de Sobral. Cursou Gravura na Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu, no Ceará. Cursou Antropologia da Imagem, na PUC - Rio de Janeiro, em 2025.

Minibio de Lucas Dilacerda:

Lucas Dilacerda é Curador e Crítico de Arte. É sócio da AICA - The International Association of Art Critics; e também da ABRE - Associação Brasileira de Estética, da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte e da ANPAP - Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Comitê de Curadoria). Ganhou o prêmio ABCA 2023 pelo destaque regional no Nordeste com a curadoria da Bienal Internacional do Sertão. Comite de Indicação do Prêmio PIPA (2025). Realizou mais de 50 curadorias de exposições coletivas e individuais, 70 cursos e 200 apresentações em diversas instituições de arte no Brasil, tais como Museu de Arte Contemporânea - Dragão do Mar; Pinacoteca do Ceará; Museu da Imagem e do Som; Centro Cultural Banco do Nordeste, no Cariri; Arte Plural, de Recife; Museu de Arte Moderna da Bahia; Instituto Goethe; Parque Laje, do Rio de Janeiro; SESC, de São Paulo; e diversas outras galerias, tais como Galeria Leonardo Leal; Cave Galeria; Galeria Tato; OMA Galeria entre outras. Possui mais de 50 textos, críticas de arte e artigos publicados. É professor de “Estética” e “História da Arte” de Cursos Técnicos do Dragão do Mar e da Pós-Graduação em Arteterapia e Arte-Educação da UNIFOR. Doutorado e Mestrado em Artes, pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Especialização em Arte: Crítica e Curadoria, pela PUC de SP; Especialização em História da Arte, pela Universidade de Uberaba de Minas Gerais; MBA em Curadoria, Museologia e Gestão de Exposições, pela Estácio; e Graduado em Artes Visuais, pela Universidade Estadual do Ceará; também é Graduado (Licenciatura e Bacharelado) em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, com distinção Summa Cum Laude, pela UFC; Especialista em Arte e Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter; e Mestre em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFC.

Minibio da Cave:

A Cave é uma galeria de arte brasileira, localizada em Fortaleza (Ceará) e interessada na produção artística do Nordeste do Brasil, a partir da ótica do território, da cultura, da decolonialidade e das poéticas contemporâneas. Nos últimos anos, a galeria vem desenvolvendo ações em contexto local, nacional e internacional. Entre as suas principais ações, está o desenvolvimento de um olhar sobre a produção dos artistas do Ceará, bem como o estímulo à sua valorização e posicionamento no mercado de arte. Com um perfil arrojado, a Cave busca agregar artistas que apresentam propostas que dialoguem de forma local e global, visando uma expansão da produção artística brasileira e do papel do Nordeste nesse sentido.

SERVIÇO

Abertura: Terça, 28 de outubro de 2025, 18h às 22h

Endereço: Rua Pereira Valente, 757 - Casa 03 - CEP: 60160-250
(Travessa Ana Benevides)
Entre as Ruas Leonardo Mota e Vicente Leite.

Período em cartaz:
28 de outubro de 2025 a 20 de dezembro de 2025

Horário de funcionamento:

Terça à sexta - 13h às 19h

Sábado - 10h às 14h

Foto/crédito: Nicolas Gindim

Fonte: Assessoria de Imprensa

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