"ENQUANTO NIBIRU NÃO VEM" CONTINUA EM CARTAZ NA CAPITAL PARAIBANA









“Enquanto Nibiru Não Vem” continua em cartaz  na capital paraibana no Centro Cultural Piolin localizado na Rua Sizenando Costa, s/n, Róger (ao lado da Bica), com apresentações nos dias 20,21,22,27,28 e 29 de julho, sempre ás 20h.

Há sete anos os atores Williams Muniz, Gigliolla Mello, Antônio Deol, Omar Brito e Rosa de Lima apresentavam pela primeira vez o espetáculo “Enquanto Nibiru não vem” como resultado da especialização em representação teatral da UFPB. À época, o espetáculo pouco foi apresentado, mas em seus momentos provocou fortes inquietações nos espectadores.

Com direção do renomado Eliézer Rolim a peça “Enquanto Nibiru não vem” é uma montagem da Companhia Secreta que tenta atingir o universo das sensações dos espectadores ao trazer à cena emoções fortes e ditas desequilibradas dos pátios dos manicômios. O espetáculo procura em suas ações cênicas provocar alegria ou tristeza, conforto ou incômodo, alívio ou sofrimento, mas, contudo, que faça aflorar a sensibilidade dos ditos normais e o racional dos insanos.

Apesar de serem trazidos à cena os ditos loucos, ou perturbados mentais, a encenação é levada ao grau último das catarses teatrais com a intenção que os ditos "normais" repensem as qualidades de seus relacionamentos, a análise do tipo de pessoa que cada um é ou deixa de ser, e principalmente que perceba a sutil diferença que existe entre o convívio dito social e as ações dos que estão separados entre os muros dos sanatórios.

“Nibiru...” é um estado de alerta, uma prontidão para recepcionar o devir da humanidade, uma esperança, a busca de um sentido para a vida enquanto aquilo que se deseja ainda não é possível. A Companhia Secreta propõe compartilhar uma experiência viva com o público, um coletivo (atores e espectadores) a despertar da sensibilidade uma transformação, um acréscimo no modo de ver o mundo que nos cerca.

A MONTAGEM

O ponto chave para dar partida ao processo foi a definição do tema a ser tratado. Começou-se pela palavra nonsense, ou seja, abordar o que foge ao senso comum, a insensatez. Por fim depois de amplas discussões concluiu-se que o tema seria a LOUCURA. Isso, tendo como base diretiva aspectos da vida e da obra de Antonin Artaud. Tudo o que há no amor, no crime, na guerra ou na loucura nos deve ser devolvido pelo teatro, se ele pretende reencontrar sua necessidade. (ARTAUD, O teatro e seu duplo, 1999).

“Antonin Artaud proclamava uma teoria do teatro enquanto ‘ação’ pura e simples, não mais a ilustração de um texto literário, mas ‘forjado’ no palco”. (BERTHOLD, História Mundial do Teatro, 2000). Seguindo esse ensinamento, o grupo optou por não montar um texto já pronto, uma literatura acabada, partindo para uma elaboração coletiva, tendo como compilador o diretor do espetáculo.

Assim como em Artaud, na encenação da Cia.Secreta a palavra é oferecida com a exploração de sua multiplicidade de sentidos e como produto de sua desarticulação. Busca-se estabelecer uma relação com o espectador através de uma linguagem que atinja a todos, de uma linguagem que possa atingir até mesmo a face mais primitiva do ser humano.

Imbuídos com as idéias de um teatro metafísico de Antonin Artaud, bebeu-se também na fonte de Constantin Stanislavski nas suas duas fases de pesquisa e trabalho: Linha das Forças Motivas e com a Linha das Ações Físicas, já que se explorou, inicialmente, os impulsos psicológicos na construção dos personagens seguido da construção das cenas através das improvisações e repetição das mesmas.

Alguns escritos (ou fragmentos deles) vieram a ser usados como fonte de inspiração tanto para os atores como para o diretor: o conto infantil Chapeuzinho Vermelho (1993) de Charles Perrault, A História Sagrada da Bíblia (1974) de Frei Bruno O. F. M. Heuser, o texto Morangos Mofados (1995) de Caio Fernando Abreu, O Décimo Segundo Planeta (1994) de Zecharia Sitchin, Obra Poética e em Prosa (1986) de Fernando Pessoa etc.

SINOPSE

Bia, Abel e Valentino, internos de um manicômio tomam banho de sol num pátio quando recebem a visita de Siusurda Ninti, um novo interno que anuncia a passagem do planeta Nibiru, conhecido também como Hercólobus, Planeta X ou Planeta da Travessia por cruzar próximo a Terra a cada 3.600 anos deixando um rastro de destruição e morte. Siusurda, profetisa a passagem de Nibiru, baseada nos ensinamentos dos sumérios, babilônicos e no apocalipse de São João e, como tal profetizara, a sua visita no pacato manicômio não deixará pedra sobre pedra. Mais mudanças acontecem quando Constância, antiga amiga, volta para uma temporada internada.

FICHA TÉCNICA

Direção – Eliézer Rolim
Texto – Coletivo
Elenco - Williams Muniz, Gigliolla Mello, Antônio Deol, Omar Brito e Rosa de Lima.
Plano de Luz – Eliézer Rolim
Operação de Som - Roberta Alves
Figurino e Maquiagem – O grupo

PARTICIPAÇÕES EM FESTIVAIS

X FENART – Festival Nacional de Artes – 2004
XII Mostra Estadual Teatro e Dança 2005- Melhor atriz Gigliolla Mello
Mostra Nacional de Teatro- Rio de Janeiro- 2005

SERVIÇO

Espetáculo: ENQUANTO NIBIRU NÃO VEM
Quando: 20,21,22,27,28 e 29 de julho.
Hora: 20h
Onde: Centro Cultural Piolin | Rua Sizenando Costa, s/n, Róger (ao lado da Bica), João Pessoa/PB.
Platéia: 80 pessoas
Ingressos: Sextas: R$ 5 (estudante) - R$ 10 (inteira)
Sábados e Domingos: R$ 10 (estudante) - 20 (inteira)

INFORMAÇÕES: (83) 3241-6343

Informa Calina Bispo - calina.bispo@gmail.com

Fotos: Rafael Passos


Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem