“A
afirmação dos Jogos Mundiais Indígenas é a afirmação de um mundo diferente; um
mundo que é capaz de, por meio do esporte, conquistar, também, a
sustentabilidade e a inclusão social”. Com essas palavras, a presidenta Dilma
Rousseff lançou oficialmente a 1ª edição dos Jogos Mundiais dos Povos
Indígenas, na noite da terça-feira (23), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em
Brasília.
A
competição será realizada de 23 de outubro a 1º de novembro, em Palmas (TO), e
terá como tema: em 2015, somos todos indígenas. O evento pretende reunir cerca
de 2,2 mil participantes de 24 etnias brasileiras e mais de 20 delegações
internacionais, de países como Austrália, Canadá, China, Filipinas, Japão,
Noruega e Rússia. O Brasil já conta com a experiência de outras 12 edições
nacionais (de 1996 a 2013) desses jogos.
“Vamos
torcer juntos para que os primeiros Jogos Mundiais Indígenas permitam que a
gente reafirme o nosso apreço pela diversidade e pela pluralidade; o nosso
apreço pelo respeito à diferença, pela tolerância e, sobretudo, por uma
convivência pacífica e fraterna entre todos os povos do mundo, entre todas as
etnias”, reforçou a presidenta em seu discurso.
A
cerimônia de lançamento dos Jogos contou a presença da secretária da Cidadania
e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC, Ivana Bentes, que representou o
ministro da Cultura, Juca Ferreira, dos ministros da Ciência e Tecnologia, Aldo
Rebelo, da Agricultura, Kátia Abreu, da Integração Nacional, Gilberto Occhi, do
Esporte, George Hilton, da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Turismo, Henrique
Eduardo Alves, e da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci,
além de representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) no Brasil, Jorge Chedieck, dos governos do Distrito Federal e de
Tocantins e da prefeitura de Palmas, além de indígenas dos cinco continentes.
De acordo
com o líder indígena brasileiro e articulador internacional dos Jogos, Marcos
Terena, os representantes dos países que compõem os Jogos estiveram em Brasília
para participar de um Congresso Técnico, nos dias 24 e 25 de junho, no qual
foram definidas as normas para realização dos jogos. Segundo Terena, entre as
principais modalidades disputadas, estão arco e flecha, arremesso de lança,
cabo de força, canoagem, corrida com tora, corrida de resistência, corrida de
velocidade, futebol, lutas corporais e natação. E, em paralelo aos jogos,
haverá uma programação cultural e demonstrações de jogos tracionais específicos
de cada etnia.
O
campeonato é uma iniciativa do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena
(ITC), em parceria com o Ministério do Esporte e com a prefeitura municipal de
Palmas (TO).
MINC E
POVOS INDÍGENAS
A atual
gestão do MinC elencou a pauta indígena como uma das prioridades, compromisso
assumido ainda durante a campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Entre as atividades de retomada e ampliação de ações com os povos indígenas
está o edital de Pontos de Cultura Indígena, que será lançado no próximo dia 2
de julho.
Para
Ivana Bentes, os Jogos Indígenas, articulados pelos próprios indígenas,
apresentam uma alternativa à ideia dos Jogos Olímpicos, tais quais como eles
existem hoje, dentro até de um conceito diferente de competição, de rivalidade
e mais ligado à celebração. Ela aponta que a iniciativa revela a importância da
atuação dessas etnias, não como passado do Brasil, mas como futuro. “Você
recoloca os indígenas no Brasil no debate contemporâneo, dentro do esporte, na
cultura”, sintetizou.
O
presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Francisco Bosco, que também
participou da cerimônia, afirmou que a fundação pretende estreitar as relações
com os povos indígenas. “Estamos construindo o que será o primeiro edital indígena
da Funarte. Também pretendemos que os povos indígenas se aproximem da Funarte
no sentido de participar dos nossos programas”.
Com
relação à participação deles na elaboração de políticas públicas para cultura,
o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) está em processo de
reformulação e nova composição. Isso inclui o Colegiado Setorial dos Povos
Indígenas, que terá no Fórum Nacional, de 9 a 16 de agosto, em São Paulo, a
eleição de novos representantes.
TEXTO:
Camila Campanerut | AssCom/MinC
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