Em mais de 30 anos de atuação na
área de educação percebi que os pais precisam ser parceiros da escola, para que
a criança perceba que eles e os colégios têm as mesmas atitudes em relação à
aprendizagem. Quando falamos em educação, cada família tem a sua estrutura, já
a escola trabalha com o coletivo. Ou seja, cada criança vem de uma família
diferente, com crenças diferentes, mas o colégio tem uma rotina específica, que
traz não só as questões pedagógicas e de aprendizagem, mas também as questões
de limite, e acima de tudo, de respeito. Para a fase infantil, ter uma rotina é
muito importante e a escola contribui com isso. Quando a família escolhe a
instituição de ensino para o filho, é necessário que ela acredite nos valores e
na proposta pedagógica que ela possui, para poder validá-los. A criança tem que
saber que a atitude de ambas é a mesma.
A família também precisa
caminhar junto à escola, pois se ela traz algo diferente do que a escola
oferece para a criança, que passa grande parte do dia dentro do colégio, acaba
atrapalhando o desenvolvimento infantil. Os familiares ajudam a escola quando
acredita no trabalho da escola. A criança precisa ter a
certeza de que a linguagem é a mesma, em casa e na escola, assim ela sai
ganhando com isso. Como coordenadora pedagógica da Educação Infantil no
Colégio Salesiano Santa Teresinha, na Zona
Norte de São Paulo, percebi outras atitudes importantes de pais e responsáveis
que ajudam a proporcionar momentos de estudo com qualidade aos educandos que
gostaria de compartilhar.
Não há necessidade de obrigar a
criança a estudar após o colégio. Para ela, a aprendizagem é muito espontânea e
significativa. Portanto, uma atividade muito formal numa fase inicial não se
faz necessária. Vale muito mais um tempo de leitura junto à família do que
horas de estudo. Porém, você rever o que seu filho aprendeu na sala de aula,
sentar com ele para que ele conte o que fez na escola, isso sim ajuda, além
disso, ver e acompanhar a tarefa de casa é muito importante, pois nessa fase, a
tarefa que vai para casa tem o intuito de formar a rotina de estudo. É
fundamental que a criança tenha um período para essas tarefas que a escola
envia, pois é a escola que dosa esse tempo necessário mediante as tarefas
solicitadas. Não precisa de horas e horas de atividades e estudo na infância,
mesmo porque num primeiro momento ela vai se dedicar, depois não mais, será
algo mecânico.
Ela deve ter uma rotina, por
conta disso são enviadas tarefas de acordo com a faixa etária que trará essa
rotina. Dedicar um tempo curto para que a criança possa repensar o que ela
aprendeu ou o tempo da demanda da tarefa que a escola encaminhou ajuda
bastante. A família auxilia essa rotina. Se todo dia a criança tem tarefa,
então todo dia ela sentará para fazê-la naquele momento, longe de brinquedo,
televisão e outros aparelhos ou objetos que possam distraí-la. Outro ponto que
pode ajudar é reforçar a postura de estudante e, por exemplo, evitar levar a
criança para passear sem antes ter o tempo da tarefa, o que acaba mostrando que
a escola está em segundo plano e que outras atividades são as prioridades.
Sendo assim, o tempo de tarefa
que a escola solicita deve ser respeitado, pois a criança passa a entender qual
é sua responsabilidade e vai inserindo uma rotina
adequada de estudo. A quantidade de horas que uma criança precisa ter de estudo
fora da sala de aula deve aumentar gradativamente. Para uma criança pequena, de
4 a 5 anos, uma tarefa de 30 minutos dá conta de uma dedicação efetiva nesse
momento. Conforme ela vai crescendo, o tempo vai aumentando, pois, a
necessidade é outra.
Na infância, ela passa pelo processo
de construção do próprio conhecimento, mas com o passar do tempo o contato será
com temas mais conceituais, que necessitam de mais estudo e pesquisa, ou seja,
de um período maior. E quando, mesmo pequeno, mostramos que esse tempo de
estudo é importante e mostramos que não é opcional, trabalhamos a postura de
estudante e isso vai aumentando gradativamente, para que essa postura seja
fortalecida e para que a criança dê conta da demanda que crescerá durante a
vida escolar.
SOBRE
GISLENE MARIA MAGNOSSÃO NAXARA
Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil
e 1° ano do Colégio Salesiano Santa Teresinha, Gislene Maria Magnossão Naxara atua na área de
educação há 32 anos. Formada em pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia pela
Universidade Presbiterana Mackenzie, ela também cursou especializações em
didática de 1ª a 4ª série, semiótica e aprendizagem cooperativa com novas
tecnologias no estilo Salesiano.
COLÉGIO SALESIANO SANTA TERESINHA
Fundado em 1937, o Colégio Salesiano Santa Teresinha (Rua Dom Henrique Mourão, 201 –
Santa Terezinha) destaca-se na Zona Norte de São Paulo como um notável centro
de Ensino Infantil, Fundamental e Médio. A instituição é centrada na
Metodologia do Amor Educativo e no Sistema Preventivo, que se resumem em três
dimensões: Razão, Religião e Afeto – bases da proposta pedagógica de Dom Bosco,
santo católico que atuou como educador de crianças e jovens no século XIX. Além
disso, o colégio Santa Teresinha conta com uma gama de atividades
extracurriculares que incentivam os jovens a desenvolverem outras habilidades
além do padrão de escolas comuns. Para mais informações, acesse: www.salesianost.com.br
Fonte/Foto-reprodução/divulgação: Assessoria
de Imprensa
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