Fruto de alguns dias isolados em
Campos do Jordão, fugindo do caos de São Paulo e de dias em Paris no estúdio
Atlas, os irmãos André e Murilo Faria construíram
"Trembling Eyelids". O EP com
quatro faixas - sendo duas inéditas- marca um novo momento para o Aldo (agora sem o "The Band"), recém
assinados pelo selo inglês Full Time Hobby.
Soando menos pop e explorando
seu lado mais alternativo e sombrio, o duo viaja pelo rock e se une aos
sintetizadores. A faixa-título foi a primeira música do novo trabalho a ser
lançada como single junto a um clipe gravado
numa churrascaria. Ela abre o trabalho mostrando logo de cara essa nova fase da
banda, abordando a insônia (que ambos sofrem) e a dificuldade de morar em São
Paulo como tema. A faixa tem sido tocada frequentemente na BBC Radio 1 no
programa do influente DJ Jack Saunders.
Em seguida, "Papermaze"
- assim como na ordem do novo EP - foi o
segundo single dos irmãos Faria a ser lançado. Nascida na estrada para Campos
do Jordão durante o trânsito, o beat foi criado a partir de uma levada de
berimbau e linhas de baixo inspiradas em Kim Deal da
banda Pixies, dona dos discos que ouviram durante a ida
para o interior de São Paulo. A música discorre sobre a surrealidade,
inconsciente e o caos de viver numa cidade tão viva como São Paulo. Ela também
ganhou um clipe, o vídeo rico
em pós-produção foi dirigido pelos Nylons.
As inéditas fecham o EP. "Gosths" foi escrita há um ano,
mas foi ali que pintou sua chance de se reinventar. "Mudamos a primeira
versão, colocamos elementos mais eletrônicos, aí sentimos que foi o que faltava
pra rolar", conta Murilo. A faixa é sobre o medo de fantasmas que poderiam
vagar pelo estúdio enquanto eles trabalhavam sozinhos nas madrugadas. Com duas
baterias e percussão, todos os instrumentos dessa música foram gravados em um
take só pelo baterista Erico Theobaldo, parceiro da banda desde o primeiro
show.
Em "Craving"
três versos são cantados, sendo o segundo a repetição do primeiro: "You're close to me / I'm craving". Essa, a mais
introspectiva do trabalho, conta com um início mais leve, uma explosão de
guitarras graves no meio da música e encerra o EP em
clima de nostalgia e com influências do Flaming Lips.
Diferente dos antigos trabalhos,
em "Trembling Eyelids"
a produção foi mais fluída. "Pra gente, foi muito mais instintivo do que
já foi no passado. Não tivemos muito plano, escolhemos no dia o que íamos
gravar", conta André. "Nós estávamos buscando algo diferente das
músicas que estávamos ouvindo e fazendo, queríamos de fato produzir algo que
soasse novo e que tivesse um processo mais espontâneo", completa Murilo.
Neste trabalho os irmãos
exercitaram a confiança e fizeram todas as faixas de maneira muito mais
coletiva, conquista que comemoram: "Nas músicas antigas sempre tinha uma
que era mais a cara de um, outra que tinha sido feita quase toda por um só...
Dessa vez, nós fizemos tudo juntos", revelam. "Agora, nos sentimos
parte juntos de cada uma das músicas, todas elas se encaixam e fazem total
sentido para nós dois".
O novo trabalho é um recomeço
para o duo, no sentido mais literal possível. Buscando coerência e conexão com
o que são hoje, os irmãos decidiram deixar nas plataformas só o novo trabalho.
"Hoje em dia temos a liberdade de recomeçar.
Tomamos essa decisão de apagar toda a nossa discografia e nosso passado. O som
não representa o que a banda é hoje", conta André.
Foto/crédito: Gabriela Schmidt
Fonte: Assessoria de Imprensa
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