Bana Alabed levava uma infância tranquila em Aleppo, na Síria, e gostava de tomar banho de piscina, brincar no balanço e ir ao mercado comprar gelatina. Até que, ainda com três anos, a guerra fez com que sua rotina mudasse e a menina se viu aprendendo a diferenciar tipos de bomba. “Aviões enormes voavam pelo céu e deixavam cair bombas por todos os lados, onde quer que lhes desse na cabeça. Às vezes um avião voava tão baixo que conseguíamos ver o piloto. Ele sabia que estava ferindo e matando pessoas? Devia saber, mas como ele podia fazer aquilo?”, se pergunta a menina no livro “Querido mundo”, da Editora BestSeller.
Na obra, Bana e sua mãe Fatemah relatam o dia a dia da guerra e como suas vidas foram impactadas por ela. A menina perdeu a escola, a melhor amiga, passou dias escondida com a família no porão de casa com poucos alimentos e água. Ela inventava brincadeiras para distrair os irmãos mais novos e com um Ipad de segunda mão que seu pai comprou teve a ideia de pedir ajuda pelo Twitter. Foi assim que o apelo de Bana Alabed ganhou o mundo e foi capaz de mobilizar milhões de pessoas contra a guerra na Síria com a hashtag #StandwithAleppo.
“As pessoas que ajudavam a consertar o Wi-Fi sempre vinham ao nosso bairro para testar a conexão e se certificar de que os cabos estavam funcionando depois de um bombardeio. Elas diziam que era importante que eu continuasse a contar para o mundo o que estava acontecendo”, escreve Bana.
Bana e sua família tiveram uma sorte melhor
do que milhares de famílias que foram exterminadas
pela guerra. Eles foram levados em segurança para a Turquia, onde refazem
suas vidas.
Trecho:
Muitas
famílias como a minha não tiveram escolha senão deixar o
país que amamos e ir para outros lugares onde somos refugiados.
Algumas pessoas dizem que não querem refugiados no seu
país. Elas querem que eles voltem para casa, embora eles não tenham
mais uma casa. Ou então que vão para outro lugar, embora as
pessoas desse “outro lugar” também não desejem acolhê-los. Mas as pessoas
não podem ir para nenhum outro lugar. Se você não tivesse um país ou se seus
pais ou filhos fossem mortos, o que você faria? Quando você vai para
a casa de alguém na Síria, nós o acolhemos como se
fosse da família e dividimos com você o que nós temos, como
chá ou doces. É assim que eu gostaria que pudesse ser se
uma pessoa fosse para o seu país, que você dividisse suas coisas com
ela, a ajudasse e tentasse entender o que ela passou.
Bana
Alabed nasceu em
2009 na cidade de Aleppo, Síria, e
é conhecida mundialmente por seus tuítes feitos durante o
cerco da cidade em 2016 e, posteriormente, por seus
apelos por paz e pelo fim do conflito. Os tuítes revelavam
uma visão extraordinária sobre os horrores do
cotidiano na cidade — incluindo ataques aéreos, fome e risco de morte
—, e conquistaram uma legião de admiradores. Quando crescer, Bana quer ser
professora, assim como a mãe. Seu pai é advogado, e ela tem dois
irmãos mais novos, Noor e Mohamed. Querido mundo é seu
primeiro livro.
QUERIDO
MUNDO
Dear
World
Bana Alabed
Tradução:
Claudia Gerpe Duarte
160
páginas
Editora
BestSeller
(Grupo
Editorial Record)
Fonte:
Assessoria de Imprensa
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