Na quarta-feira 20 de março, aberta uma nova exposição no Cartel 011. Trata-se da Matrix Colonial, mostra audiovisual que aborda a tecnologia como um novo condutor de colonização e racismo e, ao mesmo tempo, uma forma de hackear tal dominação e obter espaços através da arte.
Segundo o psiquiatra e filósofo francês Frantz Fanon, o racismo e o colonialismo são modos socialmente gerados de ver o mundo e viver, analogamente. Assim como a Matrix do filme homônimo de 1999, estes fatores sociais são instituídos por métodos de liderança que são acatados como factuais, feitos por aqueles que querem o domínio das relações de poder. Assim, internaliza-se crenças a partir de seus valores simbólicos, o que conduz, por consequência, argumentos ou justificativas razas.
A partir dessa ideia, o coletivo criou essa exposição que, tanto na internet quanto no espaço físico, promove a produção negra nas artes plásticas. Com um período expositivo de três semanas, a exibição contará com nove obras de dois artistas internacionais e oito artistas brasileiros. Os nacionais são: BOGOSI SEKHUKHUNI, CASTIEL VITORINO BRASILEIRO, CUSS GROUP, DAVI PONTES, FAKA, GABRIEL MASSAN, MÔNICA VENTURA, TABITA REZAIRE e VITÓRIA CRIBB.
Entre os internacionais, destaque para Tabita Rezaire, artista baseada em Joanesburgo e formada na Central Saint Martins em Londres, já expôs e performou seu trabalho em museus, galerias e bienais como New e MoCADA em Nova York e Tate Modern, V&A e Bienal de Berlim na Europa. Se auto-descreve como pregadora interseccional e profissional de saúde, logo, explora em sua produção artística saúde, além de tecnologia, sexualidade e espiritualidade através das lentes da descolonização.
Também de Joanesburgo, o coletivo FAKA traz muito mais que apenas performances. Um verdadeiro movimento cultural estabelecido com artistas Fela Gucci e Desire Marea à frente do projeto. Teve sua criação em 2015 e de lá pra cá, mudou a forma de como as pessoas enxergam a arte sul-africana atual. Com modelo criativo diferenciado e seus talentos desafiadores como artistas, os levaram a ser convidados a se apresentar em vários festivais internacionais - como a 9ª Bienal de Berlim de Arte Contemporânea, Festival de insolação Polônia e o Festival de Viena, entre muitos outros.
Sobre:
Coletivo
O projeto Dúdús é formado por quatro integrantes: Gabriel Hilair, Isaac de Morais Neto, Guilherme Teixeira e Mayara Wui. Todos eles são jovens makers que não tem medo de botar a mão na massa e fazer acontecer. Juntos eles chegam hackeando espaços e cada vez mais conquistando seu lugar nas artes e na sociedade. Trabalhando com a imagem, estética, criatividade e todas as possibilidades da arte, Gabriel sentiu que poderia difundir suas mensagens para muito mais longe.
Ele produzia um evento chamado "Ocupação Preta" que reunia diversos artistas negros em sua programação. "É engraçado porque na minha cidade não existem muitas pessoas negras, eu precisei procurá-las na rua para convidá-las para o evento". O rolê teve uma repercussão muito grande e acabou aproximando todas essas pessoas. Então, criaram um grupo fechado no Facebook para discutir arte e questões raciais. Nesse grupo começaram a surgir diversas parcerias, e assim nasceu o Dúdús, que em iorubá significa “escuros, negros ou pretos”.
Fala-se muito sobre uma "geração Z", com acesso intrínseco à internet, mas a geração negra periférica e pobre não tem o mesmo acesso às redes. O projeto cria essas contra-narrativas a partir do contraste, de maneiras que sempre foram usadas pelo mundo moderno colonial e que possuem uma estrutura hegemônica.
Espaço
Comemorando dez anos de existência em 2019, o Cartel 011 se consolida como um marketplace que é hot spot em cultura jovem e transborda energia e ideias, promovendo lançamentos de produtos, eventos musicais, arte e entretenimento. Com perfil inovador e progressivo desde sua abertura, o Cartel 011 permeia em seu universo artes, design, arquitetura, moda, fotografia, música e gastronomia.
Um ambiente multidisciplinar na cidade de São Paulo com negócios distintos coexistindo no mesmo lugar, o Cartel 011 transformou-se em uma marca que vai além de seu espaço físico, sendo reconhecido como uma plataforma de negócios que multiplicou seu formato original e expandiu sua visão criativa de mercado. Com network híbrido e diversificado, é uma plataforma polarizadora que mescla cultura local com a visão global e está em constante evolução.
Serviço
Local: Cartel 011
Endereço: Rua Artur de Azevedo, 517 - Pinheiros, São Paulo - SP
Visitação: 20/03 a 14/04
Horários: 11h às 20h
Entrada: Gratuita
Telefone: (11) 3081-4171
Apoio: Corporassom
Foto/Crédito: Tabita Rezaire por Thalia Galanopoulou
Fonte: Assessoria de Imprensa
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