Marcos Amaro passou
por uma gestação, seguida de um silêncio tão grande escutando os murmúrios de
seus pensamentos que deu à luz a Partenogênese. A série
inédita de desenhos produzida durante um período que esteve longe do Brasil será
exposta na Biblioteca Mário de Andrade,
a partir de 01 de maio. Bem como em Macunaíma,
quando Mário de Andrade,
em 1928, buscava sintetizar o caráter brasileiro do ponto de vista cultural,
político e social, o artista paulistano mostra sua essência por meio do suporte
que lhe é mais íntimo. Com curadoria de Ana Carolina Ralston,
a mostra reúne 14 desenhos que protagonizam as memórias do artista, narradas
desde o início da concepção até o ato de dar à luz um ser.
A história do herói sem nenhum caráter, Macunaíma, tornou-se um dos mais
importantes livros brasileiros no contexto em que o modernismo buscava
desvendar uma verdadeira identidade brasileira - livre de referências
eurocêntricas. A curadora da mostra sugere que o fundo mato-virgem - onde a
índia tapamunhas deu à luz Macunaíma - é onde Marcos Amaro renasce
nostalgicamente. "Quando estou fora, consigo me distanciar melhor das
influências externas - tudo fica mais seco, árido e, consequentemente, mais
prolífico dentro de mim", explica Marcos Amaro.
Gerar, nascer e renascer. Os desenhos do artista dispõem-se na Sala Oval da Biblioteca Mário de Andrade em torno do ser partenogênico, materializado em
uma serra de fita. A apropriação do objeto usado há dezenas de anos para cortar
tecidos é o vínculo direto ao universo materno de Amaro – sua mãe, estilista,
sempre fez da produção de vestimentas uma forma de alinhavar a relação com o
filho.
A série revela o olhar do artista para o antes e a força da criação.
"Na partenogênese, o embrião se desenvolve sem a fecundação. Apenas
espécies que não dependem do sexo oposto conseguem chegar a tal intimidade
consigo mesmas a ponto de gerar uma vida dessa forma única", pontua a
curadora. É o que Marcos Amaro faz por meio do desenho, o gênero mais íntimo e
livre em sua produção multidisciplinar, capaz de transportar o público para
dentro de seu universo.
Sobre o artista
Marcos Amaro nasceu em São Paulo, SP, em 1984. É empresário e artista
plástico. Estudou filosofia no Instituto Gens Educação e Cultura. Iniciou sua
atividade profissional como trainee na empresa TAM Aviação Executiva. Foi
membro do conselho da TAM Linhas Áreas. Trouxe os óculos da TAG Heuer e Alain
Mikli pro Brasil. Foi sócio da rede de Óticas Carol. Realizou exposições no
Centro Cultural dos Correios em São Paulo e no Rio de Janeiro, Museu de Arte
Contemporânea de Sorocaba (MACS), Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do
Sul (MARCO), Museu de Arte do Rio de Grande do Sul (MARGS). Participou da
SP-Arte, Art Basel, Art Zurich. Atualmente é sócio das empresas V2
Investimentos, LogBras e Galeria Kogan Amaro.
Serviço:
Partenogênese, de Marcos Amaro
Local: Biblioteca Mário de Andrade
Abertura: 01 de maio, quarta-feira, às 11h
Período expositivo: 02 de maio a 23 de junho
Endereço: Rua da Consolação, 94 - República
Visitação: diariamente, das 8h às 20h.
Fonte/Fotos-reprodução/divulgação:
Assessoria de Imprensa – Legenda: Marcos Amaro, série
Partenogênese, 2019
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