O poeta
paraibano Linaldo Guedes lança na próxima sexta-feira (20), às 20h30, no Hotel Nacional, em Brasília, o seu novo livro de poemas –
“Metáforas para um duelo no Sertão”. O livro
já foi lançado em João Pessoa, Campina
Grande e São Paulo. A obra foi editada pela Editora Patuá, de São Paulo, e
custa R$ 25,00. A obra também pode ser adquirida no site da editora: www.editorapatua.com.br
O
lançamento do livro em Brasília está incluído na programação das comemorações
dos três anos de existência da Associação de Cajazeirenses e Cajazeirados em
Brasília. O evento, que
acontecerá no Hotel Nacional, terá ainda homenagem à atriz Marcélia Cartaxo e
lançamento do livro “Engenho de Pau”, de Constantino Cartaxo. No sábado, haverá recital de poesias.
“Metáforas
para um duelo no Sertão” traz 106 poemas inéditos do autor e tem
prefácio do poeta e escritor Antônio Mariano. Segundo Antônio Mariano, no
prefácio da obra, Linaldo Guedes compôs mais de uma centena de poemas
integrando estas Metáforas para um
duelo no Sertão. “Considerável número de objetos. Plural quis ser. Tantas vezes
substantivo, tantas vezes adjetivo. Metáfora, figura de linguagem literária
desgastada, abusada por tantas mãos inábeis que perdeu a graça para os poetas
ambiciosos de invenção. Metáforas há que aqui se revestem de senso e
sensibilidade”, comentou.
Segundo
o crítico Hildeberto Barbosa Filho, o sertão
de Linaldo Guedes é mais metafórico que paisagístico. “Todo tecido pelos fios intangíveis de
uma geografia interior, parece se comprazer com a ideia de Guimarães Rosa de
que o sertão está em toda parte, sobretudo dentro de nós. Se há, assim,
referências como que mitográficas às glebas da infância e ao simbólico clã dos
parentes mais próximos, sobremaneira pai e mãe, predominam, no entanto, os
sítios urbanos e suas decorrências culturais e estéticas, calcadas
principalmente num “duelo” literário que se fragmenta nas múltiplas vozes que
ecoam e iluminam a intensidade da dicção lírica. O seu sertão me parece, pois,
um modo de ser, um modo de ser tão, de perceber e apalpar a carnadura das
coisas, dos fatos, das situações e das pessoas sob um crivo todo seu, em que
realismo, ironia, humor e lirismo se mesclam na configuração da visão poética”.
Já para
o poeta e crítico Astier Basílio, mais do que os irremediáveis cactos, da
vegetação bem sugestiva de imagens, o sertão de Linaldo é urbano, onde “os
meninos (...) já nascem sorrindo para a rua/ às vezes nus/outras, não/ fazem
dos paralelepípedos/ residências oficiais de verão”. Mais do que um território
varado por sol e terra calcinada, a paisagem que surge é a do afeto. É num dos
mais belos poemas do livro, o soneto “Mater”, que Linaldo pega emprestado os
olhos da sua mãe para olhar para si próprio: “Quando olho nos olhos de minha
mãe/ vejo as peraltices da infância tardia/ com um arrazoado de conselhos
alheios/ e uma cumplicidade do futuro que dormia”.
Linaldo
Guedes é poeta e jornalista. Nasceu em Cajazeiras (Alto Sertão da Paraíba) em
1968. Lançou dois livros de poemas: Os zumbis também escutam blues (Editora A
União, 1998) e Intervalo Lírico (Forma Editorial, 2005). Como jornalista, atuou
nos principais jornais da Paraíba e foi editor do suplemento Correio das Artes
por seis anos. Tem poemas publicados em antologias e diversos sites de
literatura em todo o país e até no exterior.
Foto: Reprodução/divulgação.
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