O documentário Covid na Favela, realizado pela produtora
independente Igarapé, retrata as denúncias do povo periférico assim como parte
de sua organização para minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia. Gravado em São Paulo e
Belo Horizonte, foi finalizado em janeiro de 2021.
O documentário registrou movimentação da população periférica em resposta ao aumento da violência policial durante a pandemia em
atos como o de Cidade Tiradentes contra o Genocídio; Justiça por
Guilherme, na Zona Sul de São Paulo, além da movimentação em resposta à morde de George Floyd, nos
Estados Unidos. São lembradas também as violações de direitos humanos ocorridas
no Brasil similares ao caso de George Floyd, como o caso do estudante Pedro
Henrique de Oliveira Gonzaga, de 19 anos, estrangulado no Extra da Barra da Tijuca no
período anterior à pandemia, entre outros casos de
racismo estrutural.
“O documentário acompanha a movimentação e
organização da favela de Paraisópolis no combate à fome em sua
captação e entrega de cestas básicas para a comunidade. A questão da moradia é citada por meio dos diálogos
estabelecidos entre a população de rua por meio do movimento POP RUA de São
Paulo e pelo protesto por moradia realizado na Favela do Jaguaré, na Zona
Oeste de São Paulo, organizado pelo MLB - Movimento de Luta nos Bairros e
Favelas. Em Belo Horizonte, foram registradas denúncias íntimas em resposta aos
alagamentos comuns nos territórios em que se assentam populações periféricas ao
lado de grandes obras realizadas pelo estado em regiões centrais, como ocorrido
no Vale do Anhangabaú, reflexos da campanha
“O Brasil não pode parar”, comenta Kessis Sena, idealizador da Igarape Filmes.
O
Breque dos Apps, primeira paralisação nacional
organizada por entregadores de aplicativos é citada ao retratar a formação de
novos sujeitos revolucionários frutos das reformas de sucateamento dos direitos
trabalhistas e formação do precariado. Ao lado dos trabalhadores da saúde e da limpeza,
protagonizaram as atividades essenciais na manutenção
do distanciamento físico por sua função de assegurar que parte da população mantenha-se em casa.
Abaixo
a sinopse do curta-documentário:
A favela, corpos onde habitam múltiplas espacialidades, evidencia
as contradições das medidas sanitárias para conter o avanço da pandemia no Brasil. A
necessidade de ir ao trabalho ou a impossibilidade do isolamento pelas
condições de moradia coloca em risco a população periférica no enfrentamento
à pandemia. A situação das favelas, entretanto, não
é restrita ao Brasil ou à América Latina. No processo de globalização da economia, encontramos favelas em diversas geografias
que vivem na crise do Trabalho do século XXI a
formação de novos sujeitos revolucionários.
Sobre
Produtora independente igarapé:
Idealizada
por Kessis Soares, surgiu durante a pandemia para
realização do documentário e hoje segue
itinerante por cidades brasileiras na continuidade da produção audiovisual sobre questões sociais do Brasil
e da América Latina. Além de São Paulo, passou
por Belo Horizonte e hoje está em Taguatinga, cidade Satélite de Brasília, de
onde seguirá para a região norte do país.
Idealizador da produtora
independente:
Natural
de Belo Horizonte, morou em Ribeirão das Neves, Teófilo Otoni e Mucuri, no
Sul da Bahia, quando mudou-se aos 11 anos para
a favela de Heliópolis, em São Paulo. Marcado
pelos deslocamentos, transformou esse fato em objeto de pesquisa e hoje vive
entre cidades brasileiras para produção audiovisual independente.
Cursou
fotojornalismo na Universidade Mackenzie,
graduando em História na Universidade de São
Paulo. Participou do projeto de pesquisa “Movimentos Sociais, Comunicação,
Cultura e Território na América Latina” no
CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos de Comunicação e Cultura) da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Realizou o projeto de pesquisa em Iniciação Científica “A canção popular no
ensino de língua portuguesa, história e cultura brasileira em diálogo com
comunidades migrantes”, orientado por Paulo Farah, executado na Bibliaspa (Biblioteca e Centro Educacional, Cultural,
Social e de Pesquisa) do NAP (Núcleo de Apoio a Pesquisa entre Brasil e
África), da FFLCH, pelo projeto Aprender na Comunidade. Participa do grupo Pesquisadores de
Quebrada, que une doutores, mestrandos e pesquisadores em geral da periferia para temas relacionados à condição
periférica.
Fotografias
publicadas pela rede de jornalismo alternativo Mídia Ninja (entre outras
mídias) e Centro de Estudos Ibéricos das universidades de Coimbra e Salamanca.
Disponíveis no “Catálogo Transversalidades 2018”, resultado do concurso
fotográfico de mesmo nome e em outra publicação, “Fotografia sem fronteiras:
pessoas, lugares, outros olhares”, disponíveis online no site do CEI. O
objetivo das publicações, conforme excerto é a “exposição que ilustra a
diversidade social e cultural de diversas regiões do mundo, foi estruturada a
partir de três núcleos temáticos: Pessoas, Lugares e Outros Olhares. O Catálogo
conta com textos de: Jorge Gaspar e Rogério Haesbaert.”
Redes
sociais
@igarape.filmes
https://www.youtube.com/channel/UCaGcVFKR_UxK-ZU0FcTmo8w
Fonte/Foto-reprodução-divulgação:
Assessoria de Imprensa – Legenda: Cidade Tiradentes Contra o Genocídio
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