ABRE ALAS, PRIMEIRO LONGA-METRAGEM DE URSULA RÖSELE ESTREIA NO DIA 11 DE DEZEMBRO NOS CINEMAS


ABRE ALAS, primeiro longa-metragem de Ursula Rösele, estreia no dia 11 de dezembro nos cinemas. Produzido pela SANAR PRODUÇÕES e distribuído pela EMBAÚBA FILMES, o documentário propõe dar voz à sete mulheres entre 53 e 85 anos para que elas contem as histórias de suas vidas. 

Utilizando diferentes versões de um mesmo cenário, repleto de espelhos que mostram as diversas facetas dessas mulheres, elas discorrem acerca dos momentos felizes e tristes de suas vidas, refletem sobre suas escolhas e compartilham confissões. De diferentes origens socioeconômicas, todas dividem vivências e traumas semelhantes às de suas colegas.

Walkiria, a primeira personagem, é uma mulher trans nascida e criada no interior. Trabalhando na lavoura desde pequena, ela se viu obrigada a seguir um papel masculino até conquistar sua liberdade e sair de casa. Entretanto, isso não a isentou de sofrer violências e ouvir comentários preconceituosos de outras pessoas, incluindo familiares. Isso não a abala. “Eu me sinto tudo isso: mãe, pai, avó, avô… porque me chamam de tudo isso”, diz.

Já Lorena, outra personagem que se identifica como uma mulher trans, teve a oportunidade de viver sua identidade desde cedo, graças ao apoio de sua amorosa família. Mas as dificuldades financeiras que assolam a população brasileira a levaram à prostituição, ainda jovem. Ela não tem vergonha de seu passado, e é altamente respeitada na comunidade que ajudou a construir e onde vive até hoje. “Não é exigir… é só querer respeito e viver feliz. Viver não é querer muito. Depois de tudo que passei, estar aqui contando minha história já é uma felicidade completa”.

Com nove irmãos e um pai que era trabalhador informal, Silvana viveu uma infância e adolescência financeiramente complicada. Na sua adolescência começou a trabalhar como empregada doméstica. "Na época a gente servia as mesas. Todo mundo sentado na mesa, batiam a campainha e a gente ia com as bandejas servir os pratos. Eu estava estudando a noite, e minha patroa falou assim 'Quem é que vai servir a mesa? Você não pode estudar, porquê eu tenho que ter alguém para servir a mesa.' E aí eu tive que parar [de estudar]". Após muita luta, hoje, Silvana tem seu próprio negócio e começou a se amar.

Sem perceber, Dora se viu seguindo os passos da mãe, que constantemente sofria violência nas mãos do marido. As agressões físicas e verbais, o abandono e  a falta de afeto marcaram seu casamento. Entre cuidar da casa, dos filhos  e seu trabalho formal, iam-se 20 horas de seu dia. Seu marido a traía abertamente, e a considerava fraca. “Eu nunca tive carinho e, quando me dei conta disso, senti muita vergonha. Mas eu não sou apenas uma mulher, eu sou 100% mulher. Não sou um sexo frágil”, afirma.

Desde cedo Regina sofreu maus-tratos dos pais adotivos. Já mais velha, recebeu um diagnóstico de câncer terminal, e ia se tratar apenas de forma paliativa. Tudo mudou quando o tumor regrediu, e sua nova vida começou. Hoje, livre, Regina celebra os prazeres da vida. "Agora minha vida é feita de momentos! Eu estou aqui hoje, mas não sei amanhã. Então eu saio, eu tomo minha cerveja, se der pra dançar, eu danço."

Sheila viveu uma tragédia familiar que mudou completamente sua rotina e, desde então, transformou a dor em força, acreditando que toda mulher tem dentro de si a capacidade de lutar e seguir em frente.

Heloísa, por fim, enfrenta a dor da perda de uma filha para a depressão e reflete sobre o peso de ter que ser sempre forte, reconhecendo que essa exigência constante também a afastou dos momentos de presença como mãe. "Mesmo que ela tenha ido embora cedo, ela foi ótima enquanto viveu."

Com olhar atento, Rösele - Doutora em Cinema pela UFMG e pesquisadora da performance documental - constrói um filme que se equilibra entre o real e o simbólico. Inspirada por autores como Eduardo Coutinho e pela ideia de que “escrever é sanar”, a diretora transforma o set de gravação em um espaço de cura e criação coletiva. “Todo renascimento precede uma morte”, reflete ela. “Para que mulheres possam expressar, desejar e criar, é preciso que toda uma estrutura vibre, ruindo e renascendo”.

Premiado com o Melhor Destaque Feminino no Femina 2025 – Festival Internacional de Cinema Feminino, ABRE ALAS é a escolha de Ursula por “uma rota do coração”, como define a própria diretora.

FICHA TÉCNICA

Direção e roteiro: Ursula Rösele

Fotografia: Jenny Cardoso

Montagem: Beatriz Pomar

Som: Letícia Ávila

Produção: Simone Martins, Ursula Rösele

Produção: Sanar Produções

Distribuição: Embaúba Filmes

Elenco: Heloísa Arthur Maciel de Castro Gomes, Lorena Maria de Paiva, Maria Auxiliadora da Silva Rosa, Regina Célia, Sheila Paiva, Silvana Maria Leal de Assis, Walkíria Gomes

Participação: Da Macedônia, Eunice Duarte Paiva

SOBRE

DIRETORA

Ursula Rösele usou parte de seus 20 anos de experiência no cinema, além de referências como Eduardo Coutinho, Agnès Varda e Abbas Kiarostami, para captar cenas que reverberam no público com potência e sensibilidade. Entre depoimentos e performances, seu primeiro longa dá voz a silêncios secularmente calados.

EMBAÚBA FILMES

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Diferencia-se pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa também atua na exibição de filmes pela internet por meio da plataforma Embaúba Play, que reúne mais de 700 títulos entre curtas, médias e longas do cinema brasileiro contemporâneo.


Fonte/Imagem-divulgação: Assessoria de Imprensa

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