Já faz mais
de um ano que o mundo todo virou de cabeça para baixo
em função da pandemia do novo coronavírus. Estamos isolados, preocupados,
desestabilizados, estressados - e qualquer atividade que nos tire
dessa espiral de sentimentos ruins é muito bem-vinda.
Recentemente, eu descobri uma dessas
atividades.
O mar sempre foi o lugar onde
eu me sentia revigorada. Como se as ondas, de alguma maneira,
lavassem de mim todas as coisas ruins e abrissem espaço para coisas boas.
Nunca foi água com açúcar que me acalmou; sempre foi água com
sal.
E em meio a essa loucura da pandemia, eu senti a
necessidade de estar mais perto do mar. Então,
por que não aprender um esporte que eu
pudesse praticar no mar?
Foi assim que o surf entrou na
minha vida, há mais ou menos 5 meses. Mais do que um simples
hobby, o surf tem sido uma escola para mim. Quem
não surfa provavelmente não sabe, mas há toda uma etiqueta
no esporte, umas regras que tornam a convivência com outros surfistas
mais do que pacífica: amistosa.
Eu, como profissional de RH, logo comecei a
pensar sobre como essas regras conversam
com o ambiente de trabalho de uma fintech e
hoje quero compartilhar as minhas reflexões com vocês.
1. Soft skills importam
Eu não sou nenhuma expert em surf.
Muito pelo contrário: em matéria de pegar onda, ainda estou engatinhando. Mas
nem por isso sinto que o surf não seja pra mim. Mais
do que competir, as pessoas estão ali no mar para se conectar -
seja com você mesmo, a natureza ou umas com as outras. Surfistas mais
experientes ajudam os menos, que por sua vez se colocam
em uma posição de humildade para observar e aprender com quem
sabe.
De certa maneira, isso conversa bastante com a
lógica que guia as contratações em uma fintech.
É claro que nos preocupamos com as
habilidades técnicas dos candidatos. Todo programador precisa saber programar,
todo vendedor precisa saber vender. Acontece que, numa fintech, isso
não é tudo. Nas grandes corporações, profissionais tecnicamente muito
capazes, mas dificílimos de lidar, são mais comuns do que a
gente imagina.
Já nas fintechs, as tais “soft skills” - tais como
relacionamento interpessoal, colaboração, espírito de equipe, criatividade e
flexibilidade - são inegociáveis.
Isso porque a gente sabe que, antes de
ser um CNPJ, uma empresa é uma conjunção de
CPFs. Então, se quisermos ter um ambiente de criatividade e
colaboração, são as pessoas que precisam ser criativas e
colaborativas. Se quisermos que os clientes se apaixonem pelas nossas
soluções, elas precisam ser feitas por pessoas apaixonadas. E como as equipes
em uma fintech geralmente são enxutas, cada comportamento
de cada pessoa importa. Uma só pessoa remando contra a maré já
é o suficiente para afundar o barco - ou a prancha.
2. Menos burocracia e mais
adaptação
Apesar de existirem previsões de marés e de altura
de onda disponíveis na internet, o mar é sempre surpreendente. Seja
pela arrebentação, pela temperatura da água, pelas condições climáticas ou até
mesmo pelas condições indevidas de preservação ambiental, surfar é estar
disposto a enfrentar o desconhecido sem manual de instruções.
Ter jogo de cintura para se adaptar rapidamente e
lidar com o imprevisível é crucial para um aspirante a
surfista - e também para um colaborador de uma fintech.
Nesse ambiente, a burocracia
tão típica das grandes corporações dá lugar a modelos de
gestão inovadores, como a metodologia Ágil e o trabalho em
squads. Essas duas práticas, vigentes aqui no Pravaler, são papo para
outros artigos. Por ora, só para contextualizar, a metodologia Ágil
é um conjunto de práticas que permite entregas rápidas,
adaptáveis e focadas na geração de valor para o cliente,
enquanto o trabalho em squads é uma forma de juntar os
colaboradores em pequenos grupos multidisciplinares e concentrados em entregas
comuns a todos.
Ou seja, em vez de ficarem executando as mesmas
tarefas sem entender o propósito ou sem enxergar o valor
desta atividade, dentro de uma fintech as pessoas tendem a
ter uma rotina mais dinâmica. As melhores
palavras que descrevem as fintechs são: adaptáveis e intensas. Assim
como o mar.
3. Bons relacionamentos
são tudo
Uma das máximas do "código de conduta do surf"
é a amistosidade. O outro furou a fila e surfou a
onda que você estava se preparando para pegar? Remou de volta para
antes da arrebentação e entrou na sua frente bem quando você estava
surfando? Dê um toque, mas não brigue. Não combina com a
personalidade pacífica de um surfista.
Assim como um tom de voz autoritário e
tradicionalista não combina com a personalidade de uma fintech.
As fintechs têm ganhado a preferência dos clientes
justamente por serem flexíveis, amigáveis, acessíveis, práticas. Isso se
reflete em uma comunicação menos formal, mais livre, mais
autêntica. Afinal, a gente acredita que é mais gostoso se relacionar
com uma empresa que trata o cliente
como um ser humano, em vez de encará-lo apenas
como um número ou uma cifra. É dessa relação próxima que vem
a transparência e a sensação de que as fintechs são mais
do que empresas: são um conjunto de pessoas apaixonadas e
perseguindo um propósito maior.
No Pravaler, a gente trabalha com crédito
estudantil. Mas o que faz todos nós vestirmos a mesma camisa e
nos doarmos dia após dia é a nossa vontade de mudar o mundo por meio
do acesso à educação.
Essa foi a onda que eu escolhi surfar. E
você, por onde anda surfando?
* Fernanda Inomata é íder de Assuntos
Institucionais do Pravaler, plataforma de soluções financeiras para educação.
Fonte/Foto-reprodução-divulgação: Assessoria de Imprensa
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